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Brasília

Terapia genética recupera nervos danificados

Pesquisadores holandeses alcançam resultados animadores em tratamento de roedores com movimentos comprometidos. Nova técnica foi combinada com a realização de cirurgia, atualmente a única opção disponível para reparação desse tipo de dano

(foto: Valdo Virgo)

Complicações ocorridas durante o nascimento ou em consequência de acidentes são algumas das situações que podem provocar danos nos nervos. Para corrigir problemas dessa natureza, a única opção disponível atualmente é a cirurgia, mas ela nem sempre rende os resultados esperados. Em busca de um tratamento mais eficaz para esse problema, pesquisadores holandeses resolveram unir a intervenção cirúrgica com a terapia genética. A estratégia foi testada em ratos e rendeu as melhoras almejadas pelos cientistas. Os resultados foram publicados na última edição da revista especializada Brain.A ideia de usar a genética como recurso extra para tratar problemas nervosos era um desejo antigo de um dos autores do estudo. “Em 1998, tive a ideia de que a terapia genética seria uma maneira de promover a regeneração do nervo periférico lesionado”, explicou ao Correio Joost Verhaagen, principal autor da pesquisa e pesquisador do Instituto Holandês de Neurociência (NIN) e do Centro Médico da Universidade de Leiden (LUMC).

Verhaagen explica que grande parte dos pacientes com problemas nos nervos perdem a função do braço, por exemplo, e são incapazes de realizar atividades diárias, como segurar uma xícara de café. “Após a cirurgia, as fibras nervosas têm que atravessar muitos centímetros antes de atingir os músculos, por isso as células nervosas das quais novas fibras precisam para se regenerar são perdidas em grande número. A regeneração da fibra nervosa não atinge os músculos. A recuperação da função do braço é decepcionante e incompleta”, ressaltou Ruben Eggers, um dos autores do trabalho e também pesquisador do NIN.

No estudo, os cientistas resolveram combinar a reparação neurocirúrgica com a terapia genética em experimentos realizados em ratos com danos nervosos. Os cientistas utilizaram uma substância chamada de fator neutrófico de crescimento, que impulsiona o desenvolvimento dos nervos. Ela foi aplicada dentro de um vírus inativado, pois segundo os cientistas, apenas dessa forma a substância teria como entrar no DNA dos animais.

Em conjunto com a aplicação do fator neutrófico de crescimento, os pesquisadores também deram aos roedores, misturado à comida, um antibiótico. O medicamento permitiu que os cientistas tivessem mais controle em relação ao DNA, numa técnica chamada de troca furtiva, que permite a ativação alternada e específica de genes. “A troca do gene é um passo importante para o desenvolvimento da terapia genética para danos nos nervos. O uso de um interruptor invisível melhora a terapia genética, tornando-a ainda mais segura. Como fomos capazes de desligar a terapia genética quando o fator de crescimento não era mais necessário, a regeneração de novas fibras nervosas em direção aos músculos melhorou consideravelmente”, frisou Ruben Eggers.

Os resultados foram positivos, muitas das células nervosas que estavam morrendo puderam ser resgatadas e o crescimento das fibras nervosas na direção do músculo pode ser estimulado.

Segundo Ivan Coelho Ferreira, neurocirurgião do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), o estudo mostra dados importantes para tratamento. O cientista explica que a terapia gênica usada pelos cientistas pode complementar o tratamento atual. “Um caso comum onde ocorre esse tipo de lesão é em acidentes de moto. Neles uma lesão no ombro ocorre com frequência, e isso dificulta a movimentação. Mesmo com a cirurgia é difícil retornar as funções originais das raízes dos nervos. A cirurgia resolve, mas não totalmente”, detalhou o especialista.

“Essa interferência genética testada pelos pesquisadores estimulou os axônios, células relacionadas a esse crescimento nos nervos, e mais importante ainda, isso foi feito por meio dessa técnica de ligar e desligar o DNA, usando esse estímulo apenas quando necessário. Isso evita que ocorram excessos e possíveis danos, pois desequilíbrios poderiam causar danos graves”, frisou Ferreira.

Próximo passo

Os autores do estudo explicaram que a terapia genética testada no estudo ainda não está pronta para uso em pacientes. Eles ressaltam que embora a capacidade de desativar um gene terapêutico seja um grande passo à frente, os pesquisadores ainda encontraram pequenas quantidades do gene ativo quando o “interruptor” do DNA foi desligado. Portanto, mais pesquisas são necessárias para otimizar essa terapia. “Devemos primeiro testar se a terapia genética é segura, por exemplo, em uma lesão nervosa em um modelo animal de grande porte. Nosso próximo passo é combinar a terapia gênica do fator neutrófico em um grupo de cobaias mais complexas”, frisou Verhaagen.

Ferreira também acredita que os resultados observados precisam de um maior aprofundamento para que novos tratamentos com base no estudo se tornem realidade. “Os cientistas já observaram ganhos extremamente consideráveis nesses experimentos com ratos e determinaram quatro semanas como o tempo ideal para essa recuperação nesses animais. Porém, é necessário ter medidas com base em animais de maior porte, como macacos, além de testar a segurança. Só assim teremos uma noção se isso funcionaria em humanos e qual o tempo necessário de intervenção para ter essa recuperação”, observou o médico brasileiro. Fonte: Correio Braziliense

 

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Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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