Brasil
Talvez o nome para 2022 esteja até fora do PSDB, diz Eduardo Leite
Governador do RS não descarta prévias e diz que o partido deve primeiro construir um projeto
São Paulo — Para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), seu partido ainda não tem um nome definido para a disputa da Presidência da República em 2022, ainda que o governador paulista João Doria (PSDB) encabece a corrida contra os planos de reeleição de Jair Bolsonaro – ele mesmo aparece como nome do partido em potencial.
Ao jornal O Estado de S.Paulo, Leite não descarta prévias e diz que o partido deve primeiro construir um projeto para só depois se preocupar em quem vai representá-lo, e até um nome de fora do partido é visto como uma possibilidade. “É natural que Doria seja um possível candidato, mas as circunstâncias de 2022 é que vão dizer o que o País está buscando. Talvez o melhor candidato esteja até fora do PSDB neste momento, talvez o PSDB possa apoiar alguém de fora. Por que não?”, afirma.
A seguir os principais trechos da entrevista:
O sr. já falou que não acredita em reeleição. Como ficará a disputa pelo governo estadual em 2022 no Rio Grande do Sul?
Fui prefeito (de Pelotas) entre 2012 e 2016 e já era crítico da reeleição. Prefiro ajudar que o projeto tenha continuidade, mas com outra pessoa. Em Pelotas, ajudei a eleger minha vice-prefeita pela continuidade, mas com a troca do comandante. É positivo que isso possa acontecer também no Estado. Minha disposição é de não concorrer à reeleição.
O sr. pensa em ser candidato à Presidência da República?
Não, de forma alguma. Meu foco está em administrar o Estado, para o que fui eleito. Minha responsabilidade no cargo é enorme. Governar com olhos na próxima eleição é uma irresponsabilidade. Toda minha energia está aqui.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou que o sr., o governador João Doria e o apresentador Luciano Huck expressam o “reformismo do centro progressista”. Que acha disso?
É uma grande gentileza, mas isso não significa a minha candidatura. Ninguém é candidato de si mesmo, principalmente à Presidência. É uma situação em que o candidato atende a um chamado de um grupo de pessoas, de um projeto. Eu não procurava ser candidato ao governo do Estado quando deixei Pelotas. Mas houve um chamamento, um grupo de pessoas, do meu partido, que entendiam que eu poderia liderar esse projeto e eu atendi. Não acredito que esse chamado já esteja acontecendo em relação a 2022, nem acho que seja a hora.
Então PSDB não tem pré-candidato definido? Para muitos, essa pessoa é João Doria…
Não acho que tenha candidato definido. Doria, como é para qualquer governador de São Paulo, é um nome que desponta. É o maior Estado da nação em economia e população. É natural que Doria seja um possível candidato, mas as circunstâncias de 2022 é que vão dizer o que o País está buscando, qual o projeto. Primeiro, temos que discutir o projeto, depois as pessoas.
Em prévias dentro do partido?
Em algumas eleições, o PSDB fez prévias. Acho é o seguinte: vamos focar em governar. A partir do momento adequado, talvez no próximo ano, vamos discutir do ponto de vista programático o que se pretende para a economia e para a gestão pública. E aí chegar no processo eleitoral buscando identificar o melhor candidato para representar esse projeto. Talvez o melhor candidato esteja até fora do PSDB neste momento, talvez o PSDB possa apoiar alguém de fora. Por que não?
No ano passado, vários governadores se uniram em consórcios regionais. O sr. está no Cosud (Integração Sul e Sudeste). Como tem sido a experiência?
Muito positiva. O Cosud é uma oportunidade de integração. Tem sido bastante produtivo para debater os temas que estão na pauta nacional para nos posicionarmos e ajudarmos a orientar inclusive em âmbito de Congresso a deliberação de itens que fluem nas questões federativas. Temos afinidades econômicas, culturais, de setores produtivos. Respondemos por 70% da economia nacional e 60% da população, isso é relevante em termos de posicionamento.
Como as decisões do consórcio chegam a Brasília?
Fazemos uma carta aberta que é encaminhada às autoridades. Já enviamos ao presidente, aos presidentes das Casas legislativas, e individualmente fazemos nossa gestão junto a esses agentes. A partir do que discutimos em (encontro do Cosud em) Foz do Iguaçu (em fevereiro deste ano), por exemplo, falei com (Rodrigo) Maia (presidente da Câmara) para falar do Fundeb.
Por que se tornou necessária essa união de governadores em consórcios?
Pela afinidade de temas, podemos ajudar a orientar a política de investimentos do governo federal. Os Estados podem se juntar para fazer investimentos, parcerias. Trocas de experiências são muito válidas.
E politicamente?
É uma forma de articulação entre esses Estados para se posicionar politicamente nos temas de impacto da federação em defesa dos interesses das regiões.
O sr. tem visto abertura do governo federal a isso? Como tem sido a relação com o presidente?
Tem sido importante porque levamos o posicionamento comum dos governadores, que é é especialmente levado ao Congresso. Com a Presidência, não tem havido um tratamento mais direto. Com governo federal, de boa relação. Aqui no (encontro do Cosud no) Sul, participaram também o secretário Salim Mattar e o então presidente do BNDES Joaquim Levy. Agora em Foz, o ministro (da Justiça, Sérgio) Moro. Temos sempre a participação de figuras do governo federal, o que ajuda a promover integração e aproximação.
Os 27 governadores têm um grupo do Fórum de Governadores no WhatsApp. Como é isso?
É um instrumento de trabalho. Uma tecnologia que permite essa aproximação para debater temas comuns. Mas, não é fácil. Às vezes, a conversa fica truncada. Neste momento, tenho 30 mensagens não lidas. Se ali tiver um debate, eu posso já ter perdido o fio. É uma forma interessante de estarmos rapidamente prontos para tomar um posicionamento sobre alguma coisa.
Como são as coisas por lá?
Tem mensagens de aniversário, o pessoal manda, mas é um instrumento de trabalho. Não tem mensagem de bom dia, essas coisas. Isso eu reservo para o grupo das minhas tias. No grupo dos governadores, temos várias visões ideológicas de Estados com realidades distantes. É difícil construir consenso, mesmo assim tiramos decisões em comum. Há um respeito grande entre os governadores.
Antes das diferenças políticas, quando você ocupa o cargo de governador, a solidariedade entre os que ocupam a mesma função fala mais alto. Camilo (Santana, governador do Ceará) recentemente recebeu mensagens de solidariedade e de prontidão dos colegas governadores em relação às dificuldades que passava por lá (motim de policiais militares).
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
-
Mundo8 meses atrás
México vai às urnas em eleição histórica e pode eleger 1ª presidente mulher
-
Geral8 meses atrás
Saiba como fica a composição do TSE com a saída de Moraes e a chegada de André Mendonça
-
Geral8 meses atrás
Após derrotas no Congresso, Lula faz reunião com líderes do governo nesta segunda (3)
-
Política8 meses atrás
Apoio de Bolsonaro e estrutura do PL podem levar Fernando Rodolfo ao segundo turno em Caruaru, mostra pesquisa
-
Saúde7 meses atrás
Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade
-
Polícia8 meses atrás
Homem é executado em plena luz do dia em Bom Conselho
-
Comunidade8 meses atrás
Moradores do São João da Escócia cobram calçamento de rua há mais de 20 anos
-
Comunidade8 meses atrás
Esgoto estourado prejudica feirantes e moradores no São João da Escócia