Brasília
SUS completa 33 anos de serviços aos brasileiros
Nesta terça-feira, 19 de setembro, o Sistema Único de Saúde (SUS) faz aniversário. Há 33 anos, a Lei nº 8.080 de 1990 regulamentou a saúde pública, igualitária e universal para todos os brasileiros. Trata-se de um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo.
O SUS atende a uma população nacional com mais de 200 milhões de habitantes, oferecendo não apenas cuidados assistenciais (médico-hospitalar), mas também serviços de prevenção e de promoção da saúde, desde a gestação e por toda a vida.
“Todos esses anos de serviços do SUS representam um marco na história da saúde pública brasileira. Este sistema complexo e abrangente tem sido um pilar fundamental na promoção da igualdade e na melhoria da qualidade de vida”, reforça o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi.
Para que o cidadão tenha acesso a toda essa assistência, a Atenção Primária à Saúde (APS) – unidades básicas de saúde (UBSs) – é a porta de entrada. No DF, é realizada anualmente uma média de 2,5 milhões de atendimentos individuais nesse nível de atenção, segundo dados do InfoSaúde. São, ao todo, 175 UBSs distribuídas entre as sete regiões de saúde. Apenas em Planaltina, por exemplo, funcionam 21 postos.
A APS também é a principal responsável pela oferta de imunizantes. Apenas neste ano, cerca de 2,6 milhões de vacinas foram aplicadas em oito meses e meio, sendo 38.600 em ações realizadas em 232 escolas, e 64.350 em outras atividades externas, como em feiras, parques, shoppings e por meio do Carro da Vacina. Foram 750 mil doses contra a covid-19, 895 mil contra a dengue e 940 mil da denominada vacinação de rotina, como é chamada a imunização por faixa etária prevista pelo calendário anual, hoje com 20 tipos diferentes de imunizantes previstos.
Em uma grande força-tarefa para ampliar a cobertura vacinal, realizada em 26 de agosto, quase 9 mil crianças e adolescentes menores de 15 anos marcaram presença nos 99 pontos disponibilizados pela Secretaria de Saúde (SES-DF).
A administradora Daiane, seu marido Marcelo e o filho do casal, Andraus Otoni, 10 anos, foram uma das primeiras famílias a chegarem na UBS 1 da Asa Norte no Dia D. “Tem de ser a nossa primeira responsabilidade, a nossa primeira agenda do dia. É o que podemos fazer por nós e pelos nossos filhos”, afirmou a mãe. Ela aproveitou a oportunidade para se imunizar contra a covid-19. Já a criança tomou a segunda dose em combate ao HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). “Acordei cedinho para vir vacinar porque acho importante ficar protegido”, ressaltou Andraus.
Urgência e emergência
A atenção especializada (secundária e terciária) é dividida em dois segmentos: média e alta complexidade (ambulatorial e especializada hospitalar), respectivamente. Integram a média complexidade, por exemplo, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h), as Policlínicas e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Anualmente, são realizados no DF quase 5,5 milhões de procedimentos nesse nível de atenção, de acordo com os números do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) do Ministério da Saúde (MS). A maioria, cerca de 61%, possui finalidade diagnóstica.
Os casos não resolvidos nesse segmento têm a garantia de continuidade do tratamento com internação e intervenção médico-hospitalar mais complexa, por meio de regulação do acesso assistencial. Em 2023, até o mês de julho, mais de 70 mil cirurgias foram realizadas – 33.688 em âmbito ambulatorial, informados no SIA; e 40.802 na internação, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH).
Marluce Pereira Gonçalves, de 58 anos, precisou passar por um procedimento de remoção do útero. “Do primeiro atendimento que tive na UBS até realizar a cirurgia aqui no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) foram menos de dois meses. Fui chamada muito rápido”, celebra, ao perceber que poderia fazer o procedimento gratuito mais cedo do que esperava.
A paciente é uma das beneficiadas pela força operacional promovida pelo HRC em julho deste ano na redução da lista de espera por cirurgias eletivas – intervenções programadas, não consideradas de urgência. Na ocasião, a medida ampliou em 20% o número de procedimentos em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além da satisfação com a rapidez, Marluce faz questão de destacar a qualidade do atendimento. “Fui muito bem-acolhida na época, desde as primeiras consultas, nos exames, na cirurgia e na minha recuperação”, relata.
Gestão compartilhada
A gestão do SUS é dividida entre os três entes da Federação: a União, os estados e os municípios. A rede é ampla e engloba atenção primária, média e de alta complexidades, serviços de urgência e emergência, atenção hospitalar, ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, além da assistência farmacêutica.
A SES-DF possui mais de 30 mil servidores atuando diretamente para o funcionamento dos três níveis de atenção à saúde em uma área de quase 5.800 km² e mais de três milhões de habitantes.
Para cobrir toda essa extensão e o número de habitantes em crescimento constante, os serviços são distribuídos em unidades de assistência presentes em sete Regiões de Saúde: Centro-Sul (Guará I e II, Estrutural/SCIA, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I e II, e Parkway); Central (Asa Sul, Asa Norte, Varjão, Lago Norte, Lago Sul, Cruzeiro, Sudoeste e Octogonal); Norte (Planaltina, Sobradinho e Sobradinho II, e Fercal); Sul (Gama e Santa Maria); Oeste (Ceilândia, Brazlândia, Sol Nascente e Pôr do Sol); Leste (Paranoá, Itapoã, Jardim Botânico e São Sebastião); e Sudoeste (Taguatinga, Samambaia, Vicente Pires, Águas Claras e Recanto das Emas).
*Com informações da SES-DF
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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