Conecte Conosco

Brasília

Suplementação de vitaminas na infância: o que você precisa saber?

As ofertas nas prateleiras são muitas, mas não é sempre que você precisa apelar às doses extras de nutrientes para reforçar a saúde do filho. Entenda!

Algumas mães chegaram a tomar na própria infância uma série de complementos famosos: óleo de fígado de bacalhau, pílulas multivitamínicas com sabor de balinha e por aí vai. Mas a suplementação deve ser feita sempre com cautela e orientação médica, segundo os especialistas.

“Há muitos suplementos à venda, mas a necessidade real é pequena”, aponta Thiago Gara, pediatra e gastroenterologista do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco e São Caetano. A exceção fica por conta da vitamina D, como explicaremos abaixo, que é utilizada há anos para favorecer o desenvolvimento dos ossos e o fechamento da moleira.

De resto, vale ponderar alguns pontos antes de recorrer à elas. “O uso no pediatra acaba sendo muito mais pautado pela crença dos pais de que a vitamina faz bem do que pelo benefício”, explica Ary Lopes Cardoso, nutrólogo chefe do Departamento de Nutrologia do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo (USP).

Vitamina D

A Sociedade Brasileira de Pediatria, assim como sociedades médicas de outros países, orienta que, além dos banhos de sol, os bebês tomem 400 UI de vitamina D diariamente – da primeira semana de vida ao primeiro aniversário. Depois, são 600 UI diárias até o segundo ano.

Depois dessa idade, não está claro qual seria a quantidade ideal e os efeitos da suplementação do corpo. Para garantir aporte adequado do nutriente a partir daí, invista nos banhos de sol por pelo menos dez minutos ao dia ou três vezes na semana — conduta que, aliás, deve ser seguida também com os bebês.

As doses preconizadas hoje são seguras e necessárias, mas devem ser seguidas à risca, uma vez que o excesso de vitamina D está ligado à problemas nos rins e outros. “Hoje a suplementação inadequada virou um problema, pois estamos vendo casos de crianças com depósito de cálcio por excesso de vitamina D, que pode provocar problemas nos rins e outros”, alerta Cardoso.

Outras fontes de vitamina D, em menor proporção, são alguns alimentos. O salmão e outras carnes e derivados são as principais delas, mas alguns leites e outros produtos são fortificados com a substâncias. As fórmulas lácteas que substituem o leite materno são incrementadas com o nutriente, então vale consultar o pediatra para saber quando o bebê está recebendo dele.

Vitamina A

Ela não é obrigatória para todas as crianças, mas as apresentações da vitamina D geralmente comercializadas para bebês já costumam conter o nutriente, que é bem-vindo. “Ela também é importante para o desenvolvimento dos ossos, pele e visão”, aponta Marun David Cury, pediatra da Associação Paulista de Medicina (APM).

Depois do segundo ano de vida não há a indicação de continuar suplementando, mas sim investir nos alimentos que são fontes do nutriente. A vitamina A está na gema do ovo, fígado do boi, leite e em vegetais amarelos, laranja e verde-escuros: mamão, manga e espinafre são ótimos exemplos aqui.

Ferro

O sulfato ferroso é indicado para prematuros, mas não deve ser usado em crianças nascidas à termo e, especialmente, que mamem corretamente. “O ferro do leite materno é muito bem absorvido, e as fórmulas lácteas também são fortificadas com ele”, aponta Cardoso.

Já crianças que tomam leite de vaca no primeiro ano de vida, o que não é o ideal, devem sim tomar o complemento de ferro. “Infelizmente, esse é um aspecto no qual o Brasil ainda peca, as estatísticas mostram que 70% das crianças que não são amamentadas recebem o leite de vaca”, destaca Cardoso.

Há ainda uma outra situação que pode exigir o suplemento no começo da vida. “Ocorre que, por estar em um período de adaptação de suas hemoglobinas, as crianças passam por uma espécie de anemia fisiológica por volta dos dois meses de vida, mas o quadro regride sozinho”, observa Cury. Caso isso não ocorra e a palidez persista, aí sim é o caso de perguntar ao pediatra sobre o reforço.

Depois disso, se estiver tudo bem, não há razão para suplementar. “Se comer feijão todo dia a criança não terá deficiência de ferro”, atesta Cardoso.

Outras vitaminas

Diversos nutrientes são necessários para o desenvolvimento infantil, mas a maioria deles é obtida com a amamentação exclusiva até os seis meses e a introdução de uma alimentação completa e balanceada. “O leite da mãe é a melhor fonte neste sentido, e, depois dos seis meses, se o bebê está comendo bem e não tem deficiências, não é preciso dar polivitamínico nenhum”, aponta Cardoso.

Para saber se seu bebê precisa de suplemento, os especialistas recomendam confiar mais nos sintomas do que na dosagem de vitamina por meio de exames de sangue. As deficiências são raras, mas, quando ocorrem, os sinais são claros: crescimento comprometido, atrasos no desenvolvimento e no fechamento da moleira, baixa estatura e por aí vai.

Já comer mal em si não é indicação. “Muitas crianças acabam com uma dieta inadequada, com excesso de gordura e açúcar, mas a solução para isso é melhorar a alimentação antes de pensar em suplementar”, concorda Cury.

Vale lembrar que, além das vitaminas mais famosas, outras centenas de substâncias importantes para a saúde estão na comida de verdade, os micronutrientes: compostos fenólicos, minerais e outras moléculas que estão nos alimentos naturais, não em cápsulas isoladas.

“Sem contar que esses suplementos têm açúcar, que ajudam a engordar, e podem transmitir à criança a ideia de que ela precisa sempre tomar algo para se sentir bem ter saúde”, encerra Gara.

Publicidade
Clique aqui para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Por

Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

Continuar Lendo

Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

Por

Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

Continuar Lendo

Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

Por

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados