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Símbolo de Brasília, faixa de pedestres completa 24 anos de implementação

Levantamento do Detran comprova a eficácia: dos 44 transeuntes mortos em atropelamento no ano passado, apenas um perdeu a vida em travessia na faixa

(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Brasília nasceu e se consolidou a despeito da incredulidade e contra a vontade de muitos. E ao longo dos quase 61 anos, a cidade mantém a vocação para concretizar o que, aos olhos de alguns, parece impossível. Nesta semana, um dos símbolos da capital completou 24 anos: a faixa de pedestres. Em 1º de abril de 1997, justo no dia da mentira, decretou-se que, por aqui, os motoristas respeitariam a travessia de pedestres na faixa. Assim como estes, buscariam, sempre que possível, o equipamento de segurança para cruzar uma pista.

Passados 24 anos, é a faixa de pedestre quem presenteia o brasiliense. Levantamento do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) comprova a eficácia dela na redução de atropelamentos fatais. No primeiro ano após a pintura das listras brancas no asfalto, o número de pedestres mortos caiu 24% em relação ao ano anterior. Mesmo com o aumento de 209,1% da frota desde a implementação da faixa, a quantidade de pedestres mortos no trânsito do DF caiu 83,4%, diminuindo de 266 para 44 no último ano.

Outro dado que reforça a importância desse equipamento de segurança é que, dos 44 pedestres mortos ano passado em atropelamentos, apenas um perdeu a vida durante a travessia na faixa. Os demais, morreram enquanto atravessavam a rua.

O aposentado Edenildo Tenório, 71 anos, estava em Brasília quando o respeito à faixa passou a fazer parte da realidade dos brasilienses. Ele olha para o passado com um certo saudosismo, por acreditar que parte da população poderia fazer mais para garantir a segurança de todos. Ele faz os deslocamentos de carro e têm notado que uma geração de brasilienses têm esquecido o sinal de vida antes da travessia. “Às vezes, o pedestre já vai atravessando abruptamente. A gente até se assusta, porque eles surgem de repente e já vão atravessando”, relata.

Estado de alerta

Apesar de os números serem incontestáveis, pedestres e condutores ainda têm uma convivência conturbada. Uns e outros se orgulham da travessia segura, cobram mais faixas e clamam por melhorias na manutenção, mas nutrem queixas em relação ao comportamento mútuo, exigindo mais respeito no trânsito. Ambos têm razão nas queixas apresentadas e nas reivindicações feitas.

Doutora em transportes pela Universidade de Brasília (UnB), Adriana Modesto trata do tema com o olhar de especialista na área e de pedestre. Para ela, esse sentimento de pertencimento só foi possível porque houve o envolvimento de toda a sociedade, meios de comunicação (entre eles o Correio Braziliense) e do poder público. Ela alerta para a necessidade de campanhas educativas que vão além da distribuição de kits em datas comemorativas. “Eu não posso deduzir que a prática no Plano Piloto seja extensiva a todas as RA’s. As campanhas precisam ser descentralizadas e chegar até as sociedades mais vulneráveis, onde grande parte dos moradores são pedestres. Distribuir kits educativos não reconstrói essa identidade de que a faixa de pedestre é do brasiliense”, alerta.

Mesmo a capital sendo um exemplo para o Brasil, a servidora pública Gabriela Cruz, 27 anos, defende a realização de mais campanhas direcionadas aos motoristas e considera haver poucas travessias seguras no Sudoeste. “Em alguns espaços, sinto que faltam faixas, mas eu já abri uma solicitação na ouvidoria e sei que a administração está conversando com o Detran. Então, acho que eles estão fazendo um bom trabalho”, pondera a pedestre.

As experiências de Gabriela como pedestre lhe fazem crer que motociclistas precisam circular com mais atenção, assim como motoristas de ônibus e caminhões. “Um dia, parei na faixa e o carro de passeio reduziu. O caminhão que vinha atrás não só não parou, como ultrapassou o carro e seguiu. Eu estava no meio da travessia e fiquei bem assustada”.

Conscientização

Durante esses 24 anos, os motoristas criaram o hábito de dar passagem ao pedestre que, por sua vez, conquistou a garantia de uma travessia segura nas vias do Distrito Federal. Para reforçar esse hábito, o Detran-DF vai retomar as campanhas educativas durante o mês de abril, com o slogan “Quem dirige para. O pedestre usa”. O objetivo é relembrar os condutores sobre a preferência de travessia do pedestre e incentivar os pedestres a realizarem a travessia sempre na faixa.

Nos pontos de visualização, serão disponibilizados uma tenda personalizada com banner e material educativo, além de cavaletes com a frase: “Há 24 anos, os moradores do DF deram um passo decisivo: respeitar a faixa de pedestres.” Segundo o diretor de Educação de Trânsito, Marcelo Granja, a campanha fará abordagens nas próximas duas semanas para buscar “o respeito por parte dos condutores, quanto dos pedestres”.

Durante a travessia, para evitar possíveis acidentes no trânsito, Marcelo Granja orienta os brasilienses atravessarem sempre nas faixas de pedestres, segurar o pulso da criança ao atravessar e respeitar a faixa do semáforo. Os condutores devem reduzir a velocidade ao se aproximarem da faixa e os ciclistas devem parar nas vias. Ele acrescenta que o gesto da sinalização não é obrigatório, mas uma “referência de orientação aos pedestres”. “Quando você estica o braço, a visão do condutor acaba sendo ampliada. O gesto é uma garantia de segurança”, ressalta.

O professor de tecnologia da informação, Reginaldo Alves, 52 anos, concorda que existe o respeito dos motoristas com os pedestres em Brasília, mas ele pondera: “De um tempo pra cá, você tem de ficar aguardando. Você dá a mão muitas vezes, eles não param e algumas vezes assustam a gente”.

Artigo: Adriana Modesto, doutora em transportes pela Universidade de Brasília (UnB)

Para abordar a data que comemora os 24 anos de “respeito à faixa de pedestre”, acredito que é necessário ponderar quanto ao que fez com que o respeito à faixa de pedestre fosse uma marca dos condutores brasilienses. Infiro que a razão pelo qual o condutor brasiliense ficou reconhecido nacionalmente como aquele que efetivamente respeita a faixa de pedestre, foi o fato de ter ocorrido um processo de construção identitária, havendo um sentimento coletivo de pertencimento a um movimento que contou com o apoio e participação da imprensa, dos órgãos de trânsito, da academia e da sociedade local, fazendo com que o comportamento dos motoristas transcendesse ao mero receio de uma penalidade de trânsito.

No entanto, embora os resultados decorrentes do respeito à faixa de pedestre em favor da preservação da vida dos usuários do trânsito mais vulneráveis sejam incontestáveis, acredito que o engajamento vem arrefecendo e a cada 1º de abril o tema é abordado com certo saudosismo, como algo que se perdeu no tempo.

Com relação à atuação do Estado e no que se refere às campanhas de conscientização e intervenção na via (colocação de faixa de pedestre) saliento que o DF tem características heterogêneas e tanto a oferta das faixas de pedestre como o comportamento dos condutores precisam ser ponderados considerando-se especificidades locais. Diante do exposto indago: em 1º/04/2021 é possível afirmar que em todo o DF há faixas de pedestre em número suficiente? É possível afirmar que as campanhas de conscientização alcançam todos os motoristas do DF?

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OAB-PE inaugura Sala da Advocacia na Justiça do Trabalho de Pesqueira

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O presidente e a vice da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), Fernando Ribeiro e Ingrid Zanella, inauguraram a Sala da Advocacia Geraldo Rolim Mota Filho, na Justiça do Trabalho de Pesqueira, nesta terça-feira (4). Além de toda estrutura de apoio ao exercício diário da advocacia, a sala também conta com o ‘Cantinho da Amamentação’, espaço exclusivo para atender a advogada em período de lactação de seu bebê.

Na solenidade, o presidente destacou a relevância do espaço. “Começando o dia realizando uma importante entrega para a advocacia de Pesqueira, que é a reinstalação da Sala da OAB, na Justiça do Trabalho no município. O local conta com computadores e uma excelente estrutura para os colegas. Além disso, a reinstalação traz uma grande inovação através da nossa presidente Márcia Almeida, que é o espaço para amamentação dedicado às colegas advogadas, mães lactantes”, comemorou o presidente da OAB-PE.

Estiveram presentes na inauguração, integrantes da diretoria da OAB Pesqueira; o presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-PE, Yuri Herculano; o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 6ª Região (Amatra 6/PE), Rafael Val Nogueira; e o juiz titular da Vara, José Augusto Segundo. Após o evento, Fernando e Ingrid reuniram-se com advogados locais para ouvir as demandas da classe.

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Taquaritinga do Norte realiza nova edição do Fórum Comunitário Selo Unicef

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A Prefeitura de Taquaritinga do Norte realizou a segunda edição do Fórum Comunitário Selo Unicef nesta segunda-feira (3). O evento, que teve parceria com a Câmara Municipal dos Vereadores, reuniu estudantes da rede municipal, profissionais da educação, saúde e assistência social e demais servidores da administração pública local.

O fórum é realizado pela Secretaria de Ação Social do município juntamente com a comissão intersetorial do Selo Unicef. O objetivo da entidade é estimular a participação da sociedade civil nos processos políticos dos municípios, apresentando e discutindo as atividades realizadas e seus resultados ao longo desta edição.

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PRF intensifica operações nas principais estradas de Pernambuco

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia, nesta quarta-feira (29), a Operação Corpus Christi 2024. A ação coincide com o fim do Maio Amarelo e visa chamar atenção para a violência no trânsito em todo o País. Ela ocorrerá até o próximo domingo nas principais estradas que cortam Pernambuco, entre elas as BRs 232, 104, 407 e 428, que levam ao Agreste e ao Sertão do estado, e a BR-101, que dá acesso às praias.

O período tende a ser de fluxo mais intenso de veículos em direção ao interior pernambucano e também ao litoral. A PRF pretende reforçar a fiscalização em trechos críticos dessas rodovias, a partir de levantamentos sobre os locais onde são mais registradas as colisões com feridos ou mortes.

Para prevenir mortes por excesso de velocidade, os policiais irão atuar com radares portáteis que captam a velocidade do veículo a cerca de um quilômetro de distância. Com o objetivo de retirar condutores alcoolizados das rodovias, as equipes irão realizar abordagens com o uso de etilômetros, mais conhecidos como bafômetros. As ultrapassagens em local proibido também estarão no foco da fiscalização e as motocicletas terão uma atenção especial da PRF, devido ao aumento na quantidade de sinistros envolvendo esses veículos.

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