Brasil
Semana do Alimento Orgânico começa com AgroBrasília Digital
Objetivo é fornecer informações atuais aos agricultores sobre a produção orgânica e orientar consumidores a onde encontrar alimentos orgânicos
Começou nesta segunda-feira (6), a Semana dos Alimentos Orgânicos no Distrito Federal. O evento acontece até sexta-feira (10) durante a programação da AgroBrasília Digital 2020. Realizada anualmente em todo o país, a Semana tem como objetivo fornecer informações atuais aos agricultores sobre a produção orgânica e orientar consumidores a onde encontrar alimentos orgânicos e como eles são produzidos. A proposta é divulgar para a população os benefícios ambientais, sociais e para a saúde proporcionados por esses alimentos.
As transmissões do evento podem ser acompanhadas a partir do estande oficial da instituição na Feira AgroBrasília Digital, com apoio do Sebrae-DF, que disponibilizou uma plataforma de lives, viabilizando a realização da Semana dos Orgânicos em 2020.
Na programação, a coordenadora de Agroecologia e Produção Orgânica da Emater-DF, Isabella Belo, coordena o ciclo de palestras sobre “Sistemas orgânicos de produção animal: práticas e desafios”, nesta terça-feira (7), às 16h, na plataforma de lives do Sebrae. O extensionista Roberto Carneiro será moderador das apresentações sobre “Bioinsumos: práticas & perspectivas para a agricultura orgânica”, na quarta-feira (8), às 18h, também na plataforma do Sebrae. E na sexta-feira (10), às 16h, ele fala sobre “Sistemas orgânicos de produção vegetal: panorama e desafios”, por meio do Google Meets da AgroBrasília.
Produção orgânica
No Distrito Federal, o espaço destinado à produção orgânica chegou a 466 hectares para a produção de hortigranjeiros em 2019, conforme dados do relatório do Valor Bruto da Emater-DF. Em 2018, a área destinada ao cultivo foi de 314 hectares.
O alface foi a cultura que ocupou maior espaço, com 60 hectares. Mandioca, com área de produção de 35 hectares, banana, com 34 hectares, e brócolis, com 27 hectares, vieram em seguida. Cenoura e batata-doce, com 23 e 20 hectares, respectivamente, fecharam a lista de culturas orgânicas com mais de 20 hectares de área plantada.
Coordenadora de Agroecologia da Emater-DF, Isabella Belo disse que esse resultado representa um importante crescimento na área de cultivo. “Existe um crescimento de produção em decorrência da conscientização dos produtores e maior demanda dos consumidores. Os produtores têm buscado ter uma produção agrícola mais sustentável, pensando na saúde deles, da família, do consumidor e do meio ambiente”, explica.
Ao todo, são 263 produtores com certificação ou cadastrados como orgânicos no Distrito Federal, fora os produtores que estão em fase de conversão do convencional para o orgânico e os que estão em transição agroecológica. Nesse último caso, Isabella explica que não significa que eles querem se transformar em orgânico, mas são produtores que aplicam algumas práticas agroecológicas dentro da propriedade.
De acordo com a Pesquisa Consumidor Orgânico 2019, organizado pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), 19% da população consomem esses produtos regularmente, com uma média de três vezes por semana. Dois anos antes, o número ficou na casa dos 15%.
Parceria
A Emater-DF participa do evento em parceira com em parceria com Sebrae-DF, a Superintendência Federal de Agricultura do DF, Embrapa, Fape/Senar-DF, Korin Brasília, Sindiorgânico e demais integrantes da Comissão de Produção Orgânica do DF (CPORG-DF). A Emater-DF é uma empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Confira a programação da Semana do Alimento Orgânico:
Segunda-feira (6)
17h às 18h – Produção animal & vegetal: experiências práticas do produtor para superar os desafios e vencer a crise.
Palestra com Marcos Palmeira
(Plataforma de live: Polo Palestrantes)
Terça-feira (7)
16h – Sistemas orgânicos de produção animal: práticas & desafios
Moderadora: Isabella Carlota Souza Belo – Emater-DF
João Paulo Guimarães Soares – Leite Orgânico – Embrapa Cerrados
Joe Carlo Viana Valle – Fazenda Malunga – Leite Orgânico
Luiz Carlos Demattê Filho– Korin e CTAO/Mapa – Avicultura orgânica
(Plataforma de live: Sebrae)
18h – Experiências de sucesso na comercialização de orgânicos
Moderador: Éber Diniz Alves de Lima – Sindiorgânico
– Inovações da Agro-orgânica – Josecler – 15 minutos
– Cooperativismo e inovação – A experiência da Cooperorg – Múcio Ésio N. Filho
– Inovações da AGE – Gustavo Leon
(Plataforma de live: Próprio Sebrae)
Quarta-feira (8)
16h – Perspectivas de mercado para os produtos orgânicos
Moderador: Verinaldo Souza – Korin
– Joe Valle – Fazenda Malunga
– Luiz Rebelatto – Sebrae/NA
(Plataforma de live: Próprio Sebrae)
18h – Bioinsumos: práticas & perspectivas para agricultura orgânica
Moderador: Roberto Carneiro – Emater-DF
Mariane Vidal – Mapa/Embrapa
Celso Tomita – produtor rural e consultor
(Plataforma de live: Próprio Sebrae)
Quinta-feira (9)
16h – Certificação orgânica & rastreabilidade
Moderador: Rodrigo Moll – Sebrae/DF
Luciana Dinato Rosa de Oliveira – Coordenadora Técnica do Opac Cerrado
Alexandre Harkaly – Diretor IBD
Adriana Nascimento – Emater-DF
(Plataforma de live: Próprio Sebrae)
16h – Qualidade dos produtos orgânicos
Moderadora: Virgínia Lira – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Ana Maria Junqueira– Universidade de Brasília
Bela Gil – Instituto Brasil Orgânico
(Plataforma de live: Polo Palestrantes)
Sexta-feira (10)
16h – Sistemas orgânicos de produção vegetal: panorama & desafios
Moderador: Leonardo Zimmer – Sebrae/DF
Rogério Dias – Instituto Brasil Orgânico
Roberto Carneiro – Emater-DF
(Plataforma de live: Google Meets AgroBrasília)
18h – Abelhas nativas: importância ecológica e econômica
Moderadora: Patrícia Ferreira Batista – Sebrae/DF
Guaracy Telles – Consultor e Produtor Rural
Carmen S. S. Pires – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Antônio Aguiar – Professor do Departamento de Zoologia da UnB
(Plataforma de live: Próprio Sebrae)
*Com informações da Emater-DF
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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