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Saúde anuncia a compra de mais 54 milhões de doses de vacinas contra a covid

Na véspera de encontro entre o ministro Eduardo Pazuello e governadores, pasta divulga plano de vacinação e aquisição de imunizantes até setembro. Em vários estados, os estoques estão no fim e não devem passar de sexta-feira. Prefeitos reclamam de centralização

(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A um dia de um encontro virtual entre o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e governadores, o Ministério da Saúde se apressou em divulgar um cronograma de compra de vacinas CoronaVac que, de acordo com a pasta, abastecerá o país até setembro. Segundo o órgão, além de uma totalidade de 46 milhões de doses já contratadas, o governo federal assegurou outras 54 milhões. O contrato teria sido assinado pela Fundação Butantan na noite da última segunda-feira. O estoque atual já acendeu a luz vermelha em diversos estados. A reunião entre o ministro e os chefes de Executivo estaduais está marcada para às 15h, justamente para tratar do tema.

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O Fórum Nacional dos Governadores pressiona o Governo Bolsonaro por um cronograma de vacinação. Para se ter uma ideia de como está o estoque, há alertas em diversas capitais. O Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, tem imunizantes até o próximo sábado, apenas. A prefeitura de Salvador (BA) suspendeu a aplicação da primeira dose da vacinação. Nesta terça-feira (16/2), o governador do estado, Rui Costa (PT), decretou toque de recolher em todas as cidades de 22h às 5h por sete dias. No interior do Ceará, o município de Juazeiro do Norte, no Cariri, suspendeu a vacinação de idosos para aplicar a segunda dose dos profissionais de saúde. Também há carência do produto na capital do estado, Fortaleza.

A lista continua. Cuiabá e Rondonópolis, no Mato Grosso, suspenderam a aplicação das primeiras doses e estão aplicando apenas a segunda em quem já foi vacinado. A luz amarela de alerta está acesa, ainda, em Natal (RN) e Curitiba (PR). De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, a pasta enviou o contrato ao Butantan na última quinta-feira. A data limite para a compra da remessa era 30 de maio. De acordo com nota divulgada pela pasta, “além da CoronaVac, o país receberá até dezembro mais 42,5 milhões de doses de vacinas fornecidas pelo Consórcio Covax Facility”. Há, ainda, cerca de 222,4 milhões de doses compradas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) cuja entrega começou em janeiro.

A promessa é que a Saúde assine a compra de outras 10 milhões de doses da vacina Sputnik V e 30 milhões de doses da Covaxin, ambas com entrega prevista entre março e maio (veja detalhes no quadro). O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) afirmou esperar que, na reunião de hoje, o governo garanta um cronograma de vacinação com fechamento dos contratos pendentes com laboratórios que tratam junto com a Anvisa. “Isso vai garantir a ampliação das doses. Dessa forma, teremos um reforço de vacina para o nosso estado que está com percentual de contágio elevado, com a identificação da nova cepa, além de estar na divisa com o Amazonas. É absolutamente inaceitável e inexplicável estarmos em último lugar no percentual de vacina recebida por habitante”, disse.

Cobrança

Os prefeitos também cobram o cronograma de vacinação. De acordo com o chefe do Executivo de Campinas (SP), Jonas Donizette (PSB), que é presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), a expectativa é de que o ministério apresente o cronograma fechado hoje. “Com uma campanha de vacinação em massa para todo o país, previmos esses percalços”, contou. A FNP já cobrou do Ministério da Saúde a criação de uma comissão de acompanhamento que facilite o trâmite de informação e permita que os municípios se organizem para receber e dar vazão aos imunizantes. Apesar disso, Pazuello insiste em concentrar as informações.

“Os prefeitos estão fazendo o dever de casa. Estão executando o plano de vacinação. Mas precisamos desse contato direto. No Rio de Janeiro, está acabando a vacina, em Salvador, também. Outras cidades já mandaram informações afirmando que a maioria tem imunizante só até sexta. Até agora, temos informação extra-oficial que, na terça, o Butantan manda mais doses, mas falta uma confirmação oficial. Em São Paulo, está chegando a variante do vírus de Manaus. Em minha cidade, tivemos uma senhora infectada”, revelou Donizette.

Por meio de nota, a FNP também pediu que o governo foque na produção e distribuição de imunizantes e abandone, ao menos por enquanto, qualquer anseio em relação a uma pauta de costumes. No caso do decreto que ampliou o número de armas por pessoa, Donizette classificou como uma cortina de fumaça para desviar a atenção da vacinação.

Segundo o texto, o governo federal cometeu equívocos sucessivos no enfrentamento à pandemia e na condução do plano de vacinação. “É urgente que o país tenha um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias profissionais etc. Disso dependem, inclusive, a retomada da economia e a geração de emprego e renda da população”, afirma a nota.

A FNO também se queixa da ausência dos encontros entre prefeitos e Pazuello para debater a imunização. “A FNP reitera que não é momento para discutir e avançar com a pauta de costumes ou regramento sobre aquisição de armas e munições. Isso é um desrespeito com a história dos mais de 239 mil mortos e uma grave desconsideração com a população. Prefeitas e prefeitos reafirmam que a prioridade do país precisa ser, de forma inequívoca, a vacinação em massa.”

País passa marca de 240 mil mortos

O Brasil passou da marca dos 240 mil mortos por covid-19. De acordo com os números divulgados pelo Painel Coronavírus, do Ministério da Saúde, o acumulado de óbitos é de 240.940. Entre segunda e terça-feira, 1.167 brasileiros perderam a vida lutando contra o vírus. No mesmo período, o país registrou 55.271 novos contaminados. O acumulado de casos de infecção no país é de 9.821.981. O número de mortes em decorrência do vírus está em crescimento, como mostram os registros da semana epidemiológica de 2021. O último período, que se encerrou no sábado, registrou 7520 vítimas fatais. Os sete dias anteriores ficaram em 7067. O Sudeste segue sendo a região com maior número de casos e de mortes, com 3.614.725 e 111.411, respectivamente.

Câmara vota MP da vacina

A Medida Provisória que facilita a compra de vacinas e insumos necessários à imunização contra a covid-19 é o item principal da pauta de votações da Câmara para a sessão de amanhã, prevista para começar às 10h. A MP 1026/21 dispensa a licitação para esse tipo de aquisição e prevê regras mais flexíveis para os contratos. O texto também determina que a aplicação dos imunizantes na população deverá seguir o previsto no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19, do Ministério da Saúde.

O texto da Medida Provisória retoma a autorização para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aplique rito sumário para decidir sobre o uso de insumos e vacinas aprovados por autoridades sanitárias dos Estados Unidos, da União Europeia, do Japão, da China ou do Reino Unido. Esse dispositivo fazia parte da lei de enfrentamento à pandemia (Lei 13.979/20), que perdeu a vigência em 31 de dezembro de 2020, mas foi mantido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A MP determina que seja conferida transparência ativa a todas as aquisições ou contratações realizadas, no prazo de 5 dias úteis, contados a partir da data da realização da compra. As informações deverão ser prestadas em site oficial. Na situação excepcional de, comprovadamente, haver um único fornecedor do bem ou prestador do serviço, será permitida sua contratação, independentemente da existência de sanção de impedimento ou de suspensão de contratar com o Poder Público.

Acordo
A MP foi publicada pelo Executivo em 6 de janeiro e, na Câmara, tramita em regime de urgência. Se for aprovada pelos deputados, seguirá para análise do Senado. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse, na semana passada, que a sessão plenária de amanhã será virtual, com votações de propostas sobre as quais haja acordo entre os deputados.
O relator da MP 1026/21 na Câmara é o deputado Pedro Westphalen (PP-RS). Em seu voto, ele afirma que os requisitos de urgência e relevância da proposta “foram claramente atendidos, tendo em vista a necessidade, pública e notória, de aquisição de doses de vacina para viabilizar a vacinação de toda a população brasileira”.

Westphalen também diz que a imunização de parcela significativa dos brasileiros é fundamental para “interromper a circulação do vírus e diminuir, sensivelmente, o número de óbitos diários pela covid-19”. O relator acrescenta que “diante dos impactos nefastos na saúde, na economia e em todos os aspectos sociais causados pela pandemia, todas as estratégias e ferramentas disponíveis e que possam ser utilizadas de forma eficiente contra o SARS-Cov-2 tornam-se de alta relevância”.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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