Brasília
Rodrigo Maia quer defender austeridade em eleições e vencer Lula nas urnas
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acredita que o ministro da Fazenda e possível candidato à Presidência da República, Henrique Meirelles (PSD), deveria apresentar à sociedade uma agenda que avance além da reforma da Previdência. “Na minha opinião, a agenda do ministro Meirelles, e não estou aqui querendo criticar… Ela comete (um erro), do meu ponto de vista, e já disse (isso) a alguns assessores dele. Ela vai só na primeira parte do processo. A sociedade quer saber como você faz a segunda”, disse o deputado, em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, exibida no início da madrugada desta segunda-feira, 8. “Todos nós que temos essa agenda (da reforma) como prioritária, temos que falar da segunda parte da agenda. Senão fica muito árida. Fica só a parte que, em tese, vai tirar alguma coisa de alguém. Que não é verdade, mas é o que se vende aí, pelos campos da esquerda.”
Ao responder uma questão sobre a convergência de pensamento de pré-candidatos que se colocam como alternativas de centro nas eleições deste ano – caso de Meirelles e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) -, Maia demonstrou distanciamento do ministro da Fazenda. “Discordo frontalmente de que a minha agenda necessariamente é 100% igual ao que pensa o Meirelles”, afirmou, para então dizer que o possível candidato do PSD à Presidência deveria apresentar à sociedade um discurso que justifique a reforma da Previdência e que mostre o impacto que ela terá na vida das pessoas. “Por que vai fazer a reforma da Previdência? Ela existe porque na hora que tem uma rebelião em Goiás (como ocorreu no início deste ano), os governadores fazem uma carta e todos os pedidos deles têm relação com dinheiro. Porque está faltando recurso para a segurança. A gente quer a reforma da Previdência para reduzir o gasto aqui para sobrar recurso e cuidar da segurança”, afirmou o parlamentar.
A respeito da votação da reforma na Câmara, marcada para a semana do dia 19 de fevereiro, Maia manteve o discurso otimista. “Dia 19 vamos ter voto”, afirmou. “O deputado é pragmático. É um tema polêmico, mas fundamental.” O parlamentar afirmou que o governo, “em um primeiro momento”, falhou na comunicação das mudanças na Previdência. Agora, no entanto, ele acredita que o “que está colocado para a população é facilmente explicável para a sociedade”. Maia contou um episódio recente em que teria saído aplaudido após fazer um discurso em defesa da reforma em um “bairro simples” (sem identificar a cidade).
O presidente da Câmara voltou a lamentar que a reforma não tenha sido aprovada no ano passado, por causa das denúncias da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer “Em março ia votar. A gente estaria hoje com previsão de crescimento de 4% a 4,5% da economia. Ia ter que estar controlando o consumo de energia por causa disso.”
Presidenciável
Maia participou do programa Canal Livre no âmbito de uma série de entrevistas dedicada aos possíveis candidatos à Presidência. Apesar disso, disse que, no momento, a chance de ser o escolhido do DEM é “zero”, embora reconheça que seu nome esteja “colocado no debate”. “O DEM vai ter um candidato nessa bancada aqui (durante as eleições), o candidato do DEM, não estou dizendo que sou eu.” Ele citou como outros possíveis nomes do partido o ministro da Educação, Mendonça Filho (PE), e o prefeito de Salvador, ACM Neto. A última vez que o DEM encabeçou uma chapa presidencial foi em 1989, com Aureliano Chaves (o partido ainda se chamava PFL).
Maia disse que, acima da discussão sobre candidaturas ou sobre a eventual união de partidos de centro-direita, é preciso que seja definido um projeto “que saia do populismo, da demagogia”. “Quero fazer parte de um projeto que seja muito transparente com a sociedade, que fale pra sociedade de forma clara: ‘tem aqui um volume de despesas que é incompatível com a realidade do Brasil’ ” Não é possível, no entanto, “misturar o governo com a construção de um projeto”, disse Maia. “O governo é beneficiário desse candidato (que defenderia a agenda reformista e de corte de gastos). A agenda que o governo colocou na pauta é uma agenda que é convergente com a desse candidato. Agora se você começar a estar preocupado com candidato que é pra defender governo, não vai sair do lugar. Você vai perder a oportunidade de atrair outros polos da sociedade em um primeiro momento.”
O presidente da Câmara acredita ser possível participar da eleição com o discurso da austeridade. “Se for pra ganhar mentindo, é melhor perder falando a verdade.” Em tom de brincadeira, Maia afirmou que o centro está congestionado (por causa do grande número de pré-candidatos), mas ao mesmo tempo vazio (pois não há um pré-candidato dessa linha que apareça bem nas pesquisas). “Tem que ver como se constrói um cento com votos”. Maia declarou “apostar tudo” na ideia de que a aprovação da reforma da Previdência irá gerar efeitos econômicos positivos ainda em período eleitoral, o que tem o potencial de beneficiar eleitoralmente seus defensores. “Se (a reforma) não for aprovada, o cenário econômico será pior para a eleição e ruim para quem está na base do governo, mas o debate da reforma do Estado está colocado”, disse.
Lula
Sobre o líder das pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Maia disse preferir que ele seja vencido nas urnas. “Queria disputar com o Lula. Ele sairá derrotado da eleição. Vamos acabar com o mito.” Segundo o presidente da Câmara, a campanha servirá para mostrar que o petista é o “culpado” pela crise. “Lula está bem nas pesquisas porque o governo do presidente Michel está injustamente muito mal avaliado”, disse. “O candidato que for para o debate, colocar o dedo na ferida, tem espaço para que ele (Lula) não tenha os 30% (de intenção de voto) que tem hoje.” Maia disse não crer em “convulsão social” caso a condenação de Lula seja confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, no dia 24.
Regra de ouro
O presidente da Câmara afirmou ainda que a flexibilização da chamada “regra de ouro”, que impede o governo de emitir dívida em volume superior a investimentos, é necessária para 2019. Segundo ele, com o atual crescimento das despesas, “a regra de ouro fica impossível de ser atingida” no próximo ano. Maia disse que a discussão sobre a medida é a “prova” da necessidade de aprovar a reforma da Previdência.
O parlamentar aproveitou a discussão sobre o tema para alfinetar o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro. O deputado lembrou que o cumprimento da regra para este ano pode ser assegurado com a devolução de R$ 180 bilhões pelo banco ao Tesouro Nacional. Rabello, no entanto, já mostrou resistência em devolver os recursos. “Ele deve ter sido nomeado pelo presidente (dos Estados Unidos, Donald) Trump e aí não quer devolver”, comentou Maia.
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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