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Rio terá pontos de ônibus com botão de alerta e câmera; relógios digitais medirão umidade do ar

Medidas constam de cláusulas do edital de concessão de equipamentos em áreas públicas, lançado pela prefeitura do Rio de Janeiro

 

Foto: Reprodução da Internet

 

Dois assuntos recorrentes hoje no dia a dia dos moradores da cidade do Rio de Janeiro serão incorporados ao futuro mobiliário urbano da cidade: a segurança e a sensação térmica. Vinte por cento dos abrigos e totens de pontos de ônibus da cidade deverão ter botão de alerta, alto-falante e câmera interligados ao centro de controle da concessionária responsável pelos módulos. Já 130 dos 432 relógios digitais que estão em ruas e praças receberão medidores de umidade e de direção e velocidade dos ventos, que se comunicarão com o Centro de Operações Rio (COR), permitindo a ampliação dos pontos de aferição de sensação térmica.

As medidas constam de cláusulas do edital de concessão de equipamentos em áreas públicas, lançado pela prefeitura. A licitação é dividida em quatro lotes. Além de abrigos e relógios, é voltada para a exploração publicitária em telas digitais nas estações do sistema de bicicletas compartilhadas do Bike Rio e em estações e terminais do BRT. A entrega das propostas está marcada para 28 de junho na B3, a bolsa de valores de São Paulo. O leilão acontecerá na B3 no dia 3 de julho, quando as empresas fazem seus lances e será anunciado o resultado.

Sistema antivandalismo

Diretor de Estruturação de Projetos da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), Lucas Costa afirma que o maior desafio das empresas que apresentarem projetos para os abrigos de ônibus será o de propor um design que garanta a integridade do sistema de monitoramento voltado para segurança e outras emergências — como o socorro a quem passe mal:

“Deve ser antivandalismo. Mas, como haverá câmera, a pessoa que praticar o vandalismo vai ser filmada e cobrada. E vai ter seu ato postado nas redes sociais. No contrato, teremos uma cláusula de guarda das imagens por um mês”.

Modelo semelhante funciona em cidades como São Paulo. No Rio, já foi implantado em paradas estratégicas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no Centro.

Os locais para a instalação do sistema, ainda não determinados, serão escolhidos levando em conta as manchas criminais do Rio, entre outros critérios. Quanto ao funcionamento dos dispositivos, Costa explica como deverão operar:

“O monitoramento será ininterrupto. Mas, quando alguém acionar o botão de alerta, será emitido um som no centro de controle da concessionária e no próprio local da ocorrência. Não exigimos que a empresa converse com a pessoa. No entanto, quem estiver trabalhando vai ouvir o que ela tem a dizer e o que se passa, para que possa acionar as forças de segurança ou o resgate”.

O edital determina a reforma dos 2.190 abrigos e totens de pontos de ônibus, incluindo a colocação do material de monitoramento em um quinto deles. O número de módulos, porém, deverá ser ampliado em 82%, com a implantação de outros 1.810 (20% deles também com o sistema de segurança), nos cinco primeiros anos da concessão.

Horários de ônibus

Mais uma novidade nas paradas de coletivos, estabelecida na licitação, será a instalação de telas informativas com o horário previsto de chegada do próximo veículo de cada linha. A medida será implementada em parceria com a Secretaria municipal Transportes, que acessa os dados de GPS das empresas de transporte e vai fornecê-los para serem divulgados pelo operador dos abrigos, que será único: hoje duas empresas fazem o serviço.

Os quatro lotes — abrigos, relógios e painéis publicitários de estações de bicicletas compartilhadas do Bike Rio e de estações e terminais do BRT — fixam a concessão em 20 anos. O investimento total previsto é de R$ 650 milhões. Cada lote poderá ter um vencedor. E uma mesma empresa poderá vencer mais de um lote.

Os relógios digitais, que hoje exibem temperatura e hora, não passarão a mostrar também a sensação térmica. A função dos sensores que serão instalados é aumentar os pontos desse tipo de medição de temperatura, feita pelo COR, que, este ano, chegou a atingir 62,3°C às 9h55 de 17 de março, em Guaratiba.

“Hoje, o COR tem sete radares meteorológicos. Passará a poder puxar dados para medir a sensação térmica de mais 130 pontos”, observa Lucas Costa, diretor da CCPar.

Outorga de R$ 644 milhões

Na soma, os quatro contratos deverão repassar à prefeitura uma outorga mínima de R$ 644 milhões — metade imediatamente, e o restante em 16 anos, havendo carência de quatro anos para o começo do pagamento das prestações.

Outra contrapartida para os quatro contratos será destinar ao município 5% do faturamento bruto dos painéis de publicidade colocados nos equipamentos. O valor é estimado em R$ 317 milhões ao longo da concessão. O edital estabelece ainda que 15% da publicidade deverá ser de serviços e programas da prefeitura.

O início da operação dos futuros concessionários é imediato apenas nos casos da publicidade das estações da Bike Rio e das estações e dos terminais do BRT. O diretor de estruturação de projetos da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) explica que os novos operadores de abrigos e relógios terão que esperar o término do contrato dos atuais responsáveis. Assinados em 1999, com prazo de 20 anos, deveriam ter se encerrado. Mas, com prorrogações feitas, se estendem até 12 de dezembro de 2026.

O edital não trata ainda da operação da Bike Rio nem do BRT. A Tembici tem contrato até 21 de dezembro de 2037 para administrar o sistema das “laranjinhas”. E, no momento, a empresa Mobi Rio, do município, opera o BRT. Um detalhe: a publicidade do Terminal Intermodal Gentileza, em São Cristóvão, permanecerá com a concessionária do VLT.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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