Brasil
Rio diz que vai priorizar vacinação de professores da rede municipal
Professores e outros profissionais das escolas serão vacinados logo após os profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades, informou a Prefeitura
A Prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta quarta-feira, 27, que professores e outros profissionais nas escolas terão prioridade na vacinação contra a covid-19.
Segundo a nova fila, os profissionais da educação serão vacinados logo após os grupos estritamente prioritários, que são profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades. Neste momento, a Prefeitura do Rio está vacinando com prioridade os profissionais de saúde na linha de frente, mas disse esperar começar a vacinação dos idosos “logo nas próximas semanas”.
Professores que se encaixavam nos grupos prioritários — como profissionais idosos — já receberiam a vacina antes, diz a Prefeitura, mas o que muda é que mesmo os profissionais jovens poderão ser vacinados mais rapidamente com as novas regras.
O objetivo é vacinar “toda a comunidade escolar”, diz o secretário de Saúde Daniel Soranz, de modo a garantir um retorno mais seguro das aulas.
O pedido para que professores tenham prioridade na vacinação para permitir a rápida retomada das aulas vem se intensificando. Neste mês, um grupo de parlamentares, governadores e membros do terceiro setor lançou uma campanha para pedir vacinação prioritária aos profissionais de educação, mesmo os mais jovens, no âmbito do Plano Nacional de Imunização.
Nomes como a ONG Todos Pela Educação, a deputada professora Dorinha Seabra (DEM-TO) e a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, participaram de evento online sobre o tema no último dia 14.
A cidade do Rio de Janeiro especificamente tem mais de 630.000 alunos na rede municipal, que é contemplada pela medida anunciada pela Prefeitura hoje. O contingente é quase metade dos 1,3 milhão de alunos do município, segundo dados do Censo Escolar 2020, os últimos disponíveis. São 23.000 docentes na rede municipal (sem incluir os demais profissionais das escolas).
O estado do Rio de Janeiro vacinou quase 135.000 pessoas, segundo dados oficiais até esta quarta-feira, o segundo com mais vacinados no Brasil, atrás de São Paulo (mais de 212.000 pessoas). O Brasil beira os 1 milhão de vacinados, segundo números dos estados (o Ministério da Saúde ainda não tem um número atualizado), menos de 0,3% da população. A vacinação não deve ocorrer em larga escala sem que Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Butantan recebam insumos da China para fabricar doses diretamente no Brasil.
Volta às aulas no Rio
Diante da falta de vacinas, os professores não devem chegar a ser vacinados antes da volta às aulas presenciais, a partir de 24 de fevereiro na rede municipal do Rio. Outros estados e municípios também têm programado a volta às aulas para as primeiras semanas de fevereiro, com presença facultativa.
A volta no Rio começa com alunos mais novos (da pré-escola, primeiro e segundo anos do ensino fundamental), segundo anúncio feito também nesta quarta-feira. Antes disso, atividades de orientação e à distância acontecem a partir de 8 de fevereiro.
As demais séries voltam em um período de duas a três semanas após o dia 24. A presença será opcional para os alunos, e casos suspeitos ou que tiveram contato com doentes serão monitorados e isolados das aulas, segundo a Prefeitura. O turno presencial também será só de três horas, para evitar o horário de pico dos transportes.
A lotação nas turmas será limitada de acordo com o nível de contágio em cada região semanalmente (entre no máximo 30% e 75% de lotação, a depender da situação das regiões) e o governo do município afirma que unidades podem vir a ser fechadas especificamente a depender da situação.
“Os filhos dos pobres estão abandonados, largados, sem alternativa. Não dá para a gente como sociedade achar isso normal” afirmou o prefeito Eduardo Paes.
“Nenhum país considerou escola com risco tão alto”
Infectologista da UFRJ e integrante do comitê de especialistas da Prefeitura, Alberto Chebabo elogiou a reabertura das escolas, e lembrou que as unidades podem vir a ser fechadas temporariamente, mas defendeu a prioridade para a educação:
“O Brasil é o país do mundo que está há mais tempo afastado da educação adequada para a sua juventude. Não existe nenhum país do mundo que considerou as escolas com risco tão alto”, afirmou ele. “Educação não é só educação formal. O fechamento das escolas tem um impacto na educação cognitiva das crianças. As crianças precisam da socialização.”
Médica pediatra e representante do Unicef no Brasil, Luciana Phebo também aprovou as medidas do plano de retomada. “As crianças são as principais vítimas ocultas da pandemia”, disse. “Já se sabe que a escola não é um espaço que dissemina o vírus quando implementa protocolos seguros, criteriosos, como esses adotados pela prefeitura.”
(Com Agência O Globo)
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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