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Brasília

‘A Repartição do Tempo’, de Santiago Dellape, chega aos cinemas nesta quinta

Longa filmado na capital inspirou ‘Meio Expediente’, especial de Natal da Globo Brasília. Película sobre o funcionalismo público se inspira na década de 1980; elenco inclui Dédé Santana e Tonico Pereira.


Tonico Pereira é um dos atores que figuram no longa brasiliense ‘A Repartição do Tempo’ (Foto: Luciana Melo/Divulgação)

O primeiro longa-metragem do brasiliense Santiago Dellape, “A Repartição do Tempo”, estreia em salas de cinema de todo o país nesta quinta-feira (1º). A película, que começou a ser rodada em 2011, deu origem ao telefilme “Meio Expediente” – especial de Natal da Globo Brasília que foi ao ar no Distrito Federal em 23 de dezembro.

Nas duas produções candangas, as repartições públicas – cenário típico da capital do país – são o pano de fundo dos enredos. E não podia ser diferente. O diretor conhece bem o universo: é servidor há sete anos e retirou da observação cotidiana muitos dos elementos que compõe o universo do longa e do telefilme.

“A burocracia é um tema que me interessa há muito tempo. Quando estava me formando na UnB fiz o curta-metragem ‘Nada Consta’, que conta a história de um cara que quer viajar para a Lua e não consegue por falta de documentação.”

No roteiro de “A Repartição do Tempo”, Dr. Brasil (Tonico Pereira), funcionário do Registro de Patentes e Invenções, protocola o protótipo de uma máquina do tempo que, depois de cair nas mãos do psicótico Lisboa (Eucir de Souza) acaba sendo usado para duplicar funcionários públicos e aumentar a produtividade do setor.

Pôster do filme ‘A Repartição do Tempo’, do diretor brasiliense Santiago Dellape (Foto: Santiago Dellape/Divulgação)

Além do funcionalismo público, a produção também se inspirou nos filmes de “Os Trapalhões” – programa de humor da TV Globo que foi ao ar entre 1977 e 1995 – e em clássicos como Goonies”, “Conta comigo”, “De volta para o futuro” e “Feitiço do tempo”.

“É uma homenagem ao cinema de aventura e fantasia que marcou os anos 80 e que atraíam um grande público. Os Trapalhões são os maiores realizadores do cinema de gênero e fazem parte da memória afetiva de boa parte da população.”

Saudosismo e homenagem

O saudosismo à década de 1980 na película se completa com a presença do ator e humorista Dedé Santana, marcado no imaginário dos brasileiros pela atuação no programa “Os Trapalhões”. “O grupo ousou fazer por muito tempo cinema de gênero – filmes de aventura e de ficção científica – e dava um grande público. O brasileiro gosta de ver filme assim.”

Segundo o cineasta, Dedé Santana morou em Brasília durante os anos da construção e chegou a ser proprietário de uma casa noturna no Núcleo Bandeirante. Ao diretor, o ator contou que “voltar à cidade para filmar ‘A Repartição do Tempo’ foi especial”.

O filme, filmado todo em Brasília, usou quatro locações principais: o Centro de Dança Athos Bulcão (Setor de Autarquias Norte), o clube Ascade (Setor de Clubes Esportivos Sul), um depósito no Saan e a sede da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão, ao lado da antiga Academia de Tênis.

Trecho do filme brasiliense ‘A Repartição do Tempo’. Entre os atores está o humorista Ricardo Pipo, do grupo de comédia ‘Os Melhores do Mundo’ (Foto: Luciana Melo/Divulgação)

Ao lado de Dedé Santana, no elenco, estão nomes de alcance nacional como Tonico Pereira, Eucir de Souza, Bianca Muller, Selma Egrei e Sérgio Hondjakoff – que ficou conhecido como o “Cabeção da Malhação”. Os brasilienses Andrade Jr., Edu Moraes, Sérgio Sartório, Ricardo Pipo, Rosanna Viegas, Bidô Galvão, Dina Brandão, Lauro Montana e André Deca também figuram no longa.

Burocracia no audiovisual

A crítica à burocracia presente no filme também foi vivida pelo diretor ao tentar distribuir a película no circuito comercial. De acordo com Santiago Dellape, o projeto de “A Repartição do Tempo” começou em 2011, mas os recursos para levar o filme à projeção nacional só chegaram em 2018. do país.

“Tivemos que distribuir por conta própria. Apesar de ser uma situação muito triste, infelizmente, isso é algo muito comum no cinema brasileiro. E, por isso, de certa forma, a gente comemorou essa estreia”, explicou Dellape.

As filmagens foram financiadas pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC). A finalização do filme, no entanto, foi inteiramente custeada pelo diretor com recursos próprios, incluindo a aquisição dos direitos autorais da trilha sonora.

Trecho do longa ‘A Repartição do Tempo”, filmado em Brasília; Tonico Pereira é uma das estrelas do filme (Foto: Luciana Melo/Divulgação)

Em 2016, a “A Repartição do Tempo” concorreu ao Troféu Câmara Legislativa na 49ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e percorreu outros festivais no Brasil e em outros países.

O roteiro é uma parceria do cineasta com o colega de faculdade, Davi Mattos. A dupla já trabalha nos próximos projetos: os longas “O Verão da Lata” (livre adaptação dos eventos que marcaram o verão de 1987) – premiado com R$ 65 mil no último edital do FAC, na categoria “Desenvolvimento” – e “Saçurá”, filme de terror inspirado na lenda do Saci-Pererê.

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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