Mundo
Putin apoia cessar-fogo em atuais linhas de frente na guerra contra Ucrânia
Segundo informações da Reuters, presidente russo busca alternativas para finalizar conflito contra país vizinho
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está pronto para parar a guerra na Ucrânia com um cessar-fogo negociado que reconheça as atuais linhas de batalha, afirma a agência de notícias Reuters, ressaltando que ele está disposto a continuar lutando se Kiev e o Ocidente não responderem.
Ainda de acordo com a agência, pessoas familiarizadas com as discussões no círculo de Putin, afirmaram que o líder russo expressou frustração com o que considera tentativas ocidentais de impedir negociações e com a decisão do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de descartar diálogos.
“Putin pode lutar pelo tempo que for necessário, mas também está pronto para um cessar-fogo – para congelar a guerra”, disse uma das pessoas ouvidas pela Reuters. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, falou à agência, disse que o chefe do Kremlin já havia deixado claro várias vezes que a Rússia estava aberta ao diálogo para alcançar seus objetivos, afirmando que o país não quer uma “guerra eterna”.
‘Deixar guerra para trás’
A nomeação na semana passada do economista Andrei Belousov como ministro da Defesa da Rússia foi vista por alguns analistas militares e políticos ocidentais como um passo para colocar a economia russa em uma base permanente de guerra para vencer um conflito prolongado.
Isso seguiu uma pressão constante no campo de batalha e avanços territoriais pela Rússia nas últimas semanas. No entanto, Putin, reeleito em março para um novo mandato de seis anos, preferiria usar o ímpeto atual da Rússia para deixar a guerra para trás.
Maior conflito europeu desde a 2ª Guerra Mundial
O maior conflito terrestre da Europa desde a Segunda Guerra Mundial custou dezenas de milhares de vidas em ambos os lados e levou a sanções ocidentais abrangentes à economia russa. De acordo com a Reuters, Putin entende que novos avanços dramáticos exigiriam outra mobilização nacional, que ele não quer, com uma fonte, que conhece o presidente russo, dizendo que sua popularidade caiu após a primeira mobilização em setembro de 2022.
O chamado nacional assustou parte da população na Rússia, levando centenas de milhares de homens em idade de recrutamento a deixar o país. Pesquisas mostraram que a popularidade de Putin caiu alguns pontos.
A perspectiva de um cessar-fogo, ou mesmo de negociações de paz, atualmente parece remota. Zelensky tem repetidamente dito que a paz nos termos de Putin é inviável. Ele prometeu retomar os territórios perdidos, incluindo a Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
Ele assinou um decreto em 2022 que declarou formalmente qualquer negociação com Putin “impossível”. Uma das fontes previu que nenhum acordo poderia acontecer enquanto Zelensky estivesse no poder, a menos que a Rússia o contornasse e fizesse um acordo com Washington. No entanto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falando em Kiev na semana passada, disse aos repórteres que não acreditava que Putin estivesse interessado em negociações sérias.
Guerra completou 2 anos em fevereiro
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando as forças russas invadiram a Ucrânia após meses de tensões crescentes. O conflito foi precedido por uma série de manobras militares e posicionamentos diplomáticos que indicavam a possibilidade de um confronto. A invasão foi amplamente condenada pela comunidade internacional, resultando em sanções econômicas severas contra a Rússia.
O conflito rapidamente se transformou em uma guerra de desgaste, com ambos os lados sofrendo pesadas baixas. As cidades ucranianas foram submetidas a intensos bombardeios, e milhões de civis foram deslocados. A resistência ucraniana, apoiada por ajuda militar e financeira ocidental, conseguiu impedir os avanços russos em várias frentes, mas a situação permanece volátil.
As sanções econômicas impostas à Rússia afetaram severamente sua economia, mas o governo de Putin manteve uma postura desafiadora, ajustando suas estratégias e continuando a mobilizar recursos para o esforço de guerra. A guerra também destacou a resiliência da população ucraniana e a capacidade do país de mobilizar apoio internacional.
Nos últimos meses, houve tentativas de negociações de paz, mas as condições impostas por ambas as partes tornaram difícil alcançar um acordo. A Rússia insiste em manter o controle dos territórios que anexou, enquanto a Ucrânia exige a restauração completa de sua soberania territorial. As tensões permanecem altas, e a perspectiva de uma resolução pacífica parece distante.
Mundo
Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas
Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”
Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.
A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.
A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.
Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.
Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.
A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.
Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.
No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.
O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.
“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.
“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.
Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.
Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.
Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
versão original
Mundo
Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano
Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra
Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.
Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.
Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.
Mundo
Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder
País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando
Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.
A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.
Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.
Como funcionam as eleições?
O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.
Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.
Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.
O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.
Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.
O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.
A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.
O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.
Quem é Keir Starmer?
O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.
Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.
Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.
O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.
Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.
Quando saíram os resultados?
Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.
Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.
Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.
Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.
De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.
-
Mundo8 meses atrás
México vai às urnas em eleição histórica e pode eleger 1ª presidente mulher
-
Geral8 meses atrás
Saiba como fica a composição do TSE com a saída de Moraes e a chegada de André Mendonça
-
Geral8 meses atrás
Após derrotas no Congresso, Lula faz reunião com líderes do governo nesta segunda (3)
-
Política8 meses atrás
Apoio de Bolsonaro e estrutura do PL podem levar Fernando Rodolfo ao segundo turno em Caruaru, mostra pesquisa
-
Saúde7 meses atrás
Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade
-
Polícia8 meses atrás
Homem é executado em plena luz do dia em Bom Conselho
-
Comunidade8 meses atrás
Moradores do São João da Escócia cobram calçamento de rua há mais de 20 anos
-
Comunidade8 meses atrás
Esgoto estourado prejudica feirantes e moradores no São João da Escócia