Brasília
PSL vê polarização como trunfo para ganhar nas capitais em 2020
Ideia é repetir estratégia que elevou a bancada da sigla na Câmara de oito para 52 deputados, com ataques ao PT e à esquerda
Disposto a atuar como cabo eleitoral em 2020, o presidente Jair Bolsonaro aposta na polarização com a esquerda para ajudar seu partido, o PSL, a ganhar o comando de capitais, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.
A ideia é repetir a estratégia que elevou a bancada da sigla na Câmara de oito para 52 deputados em 2018. Enquanto isso, a oposição ainda se organiza e avalia que pautas apresentar ao eleitorado descontente com o governo.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, aprova o envolvimento do pai nas campanhas. “Seria um aproximação com as bases e uma ajuda para o crescimento do partido e das ideias do Jair Bolsonaro. O que a gente não quer é uma maioria de prefeitos de viés socialista, a gente não vê isso como algo saudável”, disse Eduardo ao Estado.
Nomes governistas já sinalizam que vão seguir o tom do Palácio do Planalto e incentivar o embate com siglas de esquerda, numa tentativa de anular candidatos de centro. “Ainda há uma polarização no Brasil. Não adianta ter um cara mais ou menos. Tem que ser um para cá e outro para lá”, afirmou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), pré-candidata do partido à Prefeitura de São Paulo.
PT e PSL terão, em 2020, as maiores fatias dos fundos públicos que financiam as campanhas eleitorais.
A estratégia de nacionalizar o debate é um desafio, pois não costuma haver uma vinculação entre o resultado das eleições presidenciais e o das municipais. “Tem de tomar cuidado para não polemizar em algo que não é a agenda do cidadão”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Nos 13 anos de PT no Planalto, o partido só elegeu prefeito uma vez em Belo Horizonte (Fernando Pimentel) e uma vez em São Paulo (Fernando Haddad), quando considerados os quatro maiores colégios eleitorais do País. Rio e Salvador nunca foram administradas por petistas.
Destas quatro capitais, o PSL já tem pré-candidaturas em São Paulo, com Joice, e no Rio, onde o deputado estadual Rodrigo Amorim, notabilizado por ter quebrado uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL), figura como principal nome.
Em Salvador, há chances de o partido indicar o vice na chapa de Bruno Reis (DEM), atual vice-prefeito de ACM Neto (DEM), presidente da legenda. Em Belo Horizonte, a investigação que envolve o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, presidente do diretório mineiro, deixa o partido em situação mais delicada.
Movimentos de direita apoiam a candidatura do deputado estadual Bruno Engler, mas o ministro busca uma alternativa com apelo popular. “O cenário ainda está indefinido. Temos um nome forte que está filiado, um apresentador de TV”, disse o ministro, sem revelar quem é a “carta na manga”.
O presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), disse que o partido quer ter candidato próprio a prefeito em cidades com mais de 100 mil habitantes.
A legenda inicia uma campanha de filiação a partir do dia 17 de agosto e quer usar a imagem de Bolsonaro e dos parlamentares eleitos para crescer. A principal disputa, porém, é a Prefeitura de São Paulo, terceiro maior PIB do País. “Minha candidata é a Joice, mas não está definido”, afirmou Bivar.
Apesar de ter o apoio da direção nacional e da bancada, inclusive de nomes com os quais já se desentendeu, como o deputado Alexandre Frota (SP), Joice enfrenta resistências no partido, principalmente no clã presidencial.
Ela é vista com desconfiança por causa da proximidade com o governador paulista, João Doria (PSDB), potencial adversário de Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022.
“Não vou tomar essa decisão sozinho. Joice teve mais de 1 milhão de votos, tem notoriedade em São Paulo e poderia ser um nome para a Prefeitura, sim”, afirmou Eduardo Bolsonaro, que convidou o apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena para ingressar no partido e ser uma opção para disputar o cargo que hoje é de Bruno Covas (PSDB).
Esquerda
Do outro lado, o PT passará por um momento de definição de prioridades no segundo semestre. Pesquisas internas detectaram que a crescente desaprovação a Bolsonaro não transferiu simpatia ao partido, a ponto de reabilitar a legenda. A depender da evolução de indicadores econômicos, o PT poderá “bater de frente” com Bolsonaro ou fazer uma campanha sobre “buracos de rua”.
Derrotado por Bolsonaro em 2018, o ex-prefeito Fernando Haddad disse a correligionários que não deseja disputar a Prefeitura paulistana novamente. Numa estratégia inédita no Rio, o PT deverá abrir mão da cabeça de chapa em prol do deputado Marcelo Freixo (PSOL).
Em Salvador, os caciques petistas avaliam a conveniência de, a exemplo de 2016, abdicar de enfrentar o DEM e apoiar um aliado do governo de Rui Costa (PT), como o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA).
“O PT deve ter um projeto para o País com início, meio e fim. E não tem. Se não mudar, o PT vai perder em 2022. A partir disso, defendo que tenha candidato em todas as cidades”, disse o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que tentará, novamente, disputar a prefeitura de Belo Horizonte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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