Brasília
Produtora do DF é destaque em prêmio nacional de mulheres do agronegócio
Única mulher do Distrito Federal a participar da premiação, Mariza Matsui afirma que a assistência técnica da Emater-DF foi um divisor de águas
Produtora rural do Núcleo Rural Itapeti, no Paranoá, Mariza Stuani de Almeida Matsui, além de ser “Amiga da Emater-DF” pela adoção de práticas agrícolas sustentáveis, foi a única mulher do Distrito Federal a receber a segunda colocação no 5º Prêmio Mulheres do Agro. A premiação é uma parceria entre a Bayer e a Associação Brasileira do Agronegócio com o objetivo de valorizar o protagonismo da mulher no campo, reconhecer a contribuição feminina para a agropecuária brasileira, incentivar o trabalho da mulher rural e disseminar boas práticas agrícolas.
Neta e filha de produtores rurais de origem italiana, Mariza aprendeu a lida no campo desde cedo em Bandeirantes, no Paraná, para onde a família se instalou vinda de Assis (SP), onde nasceu. Em 1999, já casada com o produtor rural João Matsui e mãe de Lincoln, Lilian e Leonardo, mudou-se com a família para a atual propriedade, Fazenda Canadá, no Itapeti.
Por questões familiares, a produtora tomou a frente da produção rural familiar em 2012, quando decidiu cultivar milho doce, milho, milho semente e soja. O esposo faleceu em 2016 e, em seguida, a matriarca iniciou a plantação de tomate. “É preciso ter dois corações para plantar tomate, mas foi uma decisão acertada. O produto foi valorizado e ganhamos muito dinheiro”, disse Mariza, que recebeu o prêmio em outubro deste ano.
Empreender e Inovar
Os acertos ao longo do caminho não foram resultado apenas do feeling da produtora rural. O conhecimento e a segurança adquiridos foram construídos com muito estudo, pesquisa e assistência técnica da Emater-DF. Foi por meio da empresa que acessou o Programa Empreender e Inovar, em 2015. A capacitação foi um divisor de águas nessa trajetória.
“O Empreender e Inovar mudou a minha visão do negócio. A agricultura sempre foi uma coisa da família. Não dava aqui, a gente ganhava dali e ia tocando. Então, passei a enxergar a fazenda como uma empresa, um negócio mesmo que precisava controlar tudo, saber os custos, dar lucro. O técnico da Emater-DF Rafael Ventorim nos deu a ideia de fazer uniforme para todos os funcionários e para nós, os donos. Daí começou um apego maior pela propriedade; parece simbólico, mas deu o sentimento de ser dono de empresa”, declarou a produtora.
A Fazenda Canadá tem 514 hectares de extensão. Atualmente é gerenciada pelos filhos Lincoln e Leonardo. O primogênito é responsável por plantar e colher a soja e o milho. Já Leonardo é um faz-tudo, escolhe as variedades, cuida das adubações e da pulverização em geral, paga as contas e compra peças. A filha Lilian é advogada e especialista em direito agrário e atende a propriedade nas questões jurídicas, como produção de contrato, defesa nas demandas jurídicas, entre outras questões burocráticas.
Determinada e confiante
A matriarca decide e acompanha tudo da Fazenda Canadá, o que e quanto plantar, organização e limpeza dos espaços e maquinários. Apesar das responsabilidades de cada filho e dos sete funcionários contratados, é ela que faz o pente fino na propriedade, como levar máquinas e peças às oficinas e aos torneiros mecânicos.
“Tem dia que fico lá horas controlando o trabalho do torneiro mecânico para ele não passar outro cliente na frente. Eu faço uma média semanal de mil quilômetros rodando aqui e ali, descarrego a ração do gado”, conta, animada. Na época de colheita, são contratadas dezenas de trabalhadores temporários. No caso do tomate, são 130 pessoas que começam a trabalhar quando o sereno chega e vão até a meia-noite e, às 19h, ela pessoalmente leva sopa quente para todos eles.
“Dona Mariza é uma mulher muito determinada e confiante nas decisões dela. Isso fruto da experiência, das capacitações e da adoção das boas práticas agrícolas. O atendimento a ela é sempre uma troca, a gente ensina e aprende também”, disse o extensionista e gerente do escritório local da Emater-DF no Núcleo Rural Jardim, Rafael Ventorim.
Segundo Rafael, durante os atendimentos, os extensionistas buscam fazer uma leitura do produtor para entender suas necessidades e agir de forma a levar propostas que promovam a melhoria na condução do sistema produtivo encontrado. “Muitas vezes, a demanda que nos leva à propriedade não é o real problema e, assim, vamos construindo um vínculo muito proveitoso com o produtor e sua família”, diz o gerente.
Atualmente, na Fazenda Canadá, são cultivados milho doce, cenoura, tomate e soja. Além disso, a família cria gado. “A Emater no Distrito Federal funciona muito bem e ela está presente em toda a nossa produção. Eu tenho gado, então preciso do veterinário, eles me ajudam em muita coisa, quando preciso fazer um contrato de arrendamento e em vários documentos. A Emater está presente no nosso dia a dia”, afirmou.
Aos 63 anos, Mariza Stuani de Almeida Matsui é um exemplo a ser seguido de mulher no agronegócio. Visionária nos negócios e atenciosa em cada detalhe de todo o processo produtivo da propriedade, a produtora entende a agricultura como um modo de vida, uma religião, e que é necessário acreditar que a luta diária vale a pena. Por isso, seu lema de vida segue o trecho bíblico “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”. Segundo ela, se puser mão no arado e olhar para trás, o risco vai ficar torto. Dessa forma, quem decide cultivar tem que seguir em frente, enfrentar as dificuldades, se preparar e fazer o melhor possível.
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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