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Problemas de saúde de motoristas estão entre principais causas de acidentes

Um projeto de lei, que muda o período em que deve ser feito o Exame de Aptidão Física e Mental, pode incitar um número ainda maior de acidentes, alerta a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego

(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação )

A saúde dos motoristas é uma das principais causas dos 250 mil acidentes de trânsito registrados nas rodovias brasileiras, nos últimos cinco anos, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), baseada em dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com a associação, o Projeto de Lei nº 3267/19, que muda o período em que deve ser feito o Exame de Aptidão Física e Mental pode incitar um maior número de acidentes. Em motoristas de até 65 anos de idade, o período entre um exame e outro passa de cinco para 10 anos, e de três anos para cinco no caso de condutores acima da idade estabelecida. Para Juarez Molinari, presidente da Abramet, a mudança fará com que o especialista em medicina de tráfego não possa diagnosticar inaptidões temporárias ou definitivas para dirigir, causando mais acidentes.
Os maiores fatores para os acidentes relacionam-se com a saúde do condutor, a falta de atenção à condução, ingestão de álcool e sonolência ao volante. De 2017 até junho de 2019, foram notificadas 239 mortes e mais de 2 mil pessoas feridas em razão de mal súbito no condutor do veículo. Em relação À restrição de visibilidade, houve 216 mortes e 1.851 feridos no mesmo período. Quanto a acidentes com o uso de substâncias psicoativas, 27 pessoas morreram e 182 ficaram feridas.
Segundo o presidente, motoristas com doenças cardiovasculares, diabetes e epilepsia são os que mais devem estar atentos a eventuais prejuízos à capacidade de dirigir. As implicações dessas doenças podem comprometer a visão e a capacidade de prestar atenção, além de, eventualmente, provocarem comprometimento motor ou do raciocínio, além de distúrbios de sono.
De acordo com mapeamento da Abramet, os impactos negativos da medida enfraquecem o Código de Trânsito Brasileiro, com consequências econômicas e sobre o sistema de saúde pública. Os acidentes de trânsito, conforme estimativas da Abramet, têm impacto potencial de R$ 25,6 bilhões nas contas da Previdência Social, num intervalo de 10 anos e de R$ 3 bilhões no custeio de internações e tratamento de pacientes vítimas de colisões, somente na rede pública de saúde. Os acidentes em rodovias e em áreas urbanas custam aos brasileiros pelo menos R$ 50 bilhões por ano, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Juliana de Barros Guimarães, diretora científica da Associação Brasileira de Psicologia do Tráfego (Abrapsit), explica que é positiva a mudança na desburocratização da CNH, mas, ressalta que devem ser mantidas a saúde e segurança da população. De acordo com ela, os exames de aptidão física e mental para condutores devem ser realizados com especialistas qualificados para a função. “A saúde e a vida das pessoas não podem ser penalizadas neste processo”, afirma. A Abrapsit é uma entidade sem fins lucrativos que une profissionais com atuações psicocientíficas para o desenvolvimento da mobilidade em suas várias formas.
Para discutir o tema Psicologia e medicina do tráfego: o que o futuro nos reserva?, a Abramet e a Abrapsit realizam congresso até domingo (15/09), no Centro Internacional de Convenções do Brasil. A prevenção de acidentes, educação no trânsito e a nova legislação estarão são pautas do evento, com o objetivo de minimizar os acidentes nas estradas brasileiras e mais saúde aos condutores.

Mudanças no Código de Trânsito Brasileiro

Além da obrigação do exame toxicológico com especialista, o projeto propõe outras mudanças no Código de Trânsito Brasileiro. O PL altera a pontuação para 40 pontos para suspensão da CNH. Atualmente, quem acumula 20 pontos em um ano perde temporariamente o direito de dirigir. O motorista profissional, quando atingir 30 pontos no período de um ano, terá que participar de curso de reciclagem. Também é proposto o aumento do limite de pontos para a suspensão da CNH, que sobe dos atuais 20 pontos por ano para 40 pontos.
O texto amplia a validade da CNH, de cinco para 10 anos. E de três para cinco anos no caso de motoristas com mais de 65 anos. Além disso, acaba com o prazo de 15 dias para que o candidato reprovado, no exame escrito ou prático, possa refazer a prova. A proposição exclui ainda a exigência de exame toxicológico para motoristas profissionais de ônibus, caminhões e veículos semelhantes na habilitação ou na renovação da carteira. Há ainda a diminuição de penas de infrações, o fim da multa para quem trafegar em rodovias durante o dia sem os faróis e a extinção da cobrança de multa para quem transportar crianças sem a cadeirinha.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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