Conecte Conosco

Mundo

Por que Turquia se opõe à entrada de Finlândia e Suécia na OTAN e o que Rússia tem a ver com isso?

As objeções turcas à entrada da Suécia e Finlândia na OTAN levaram a uma semana de intensa atividade diplomática em Washington, Ancara, Estocolmo e Helsinque. A Sputnik explica por que a Turquia não quer os escandinavos na aliança militar ocidental.

© Sputnik / Sergei Guneev / Abrir o banco de imagens

 

Nesta quarta-feira (18), durante reunião de embaixadores da OTAN, a Turquia bloqueou o debate sobre a adesão da Finlândia e Suécia na aliança militar do Atlântico Norte, relatou o jornal Financial Times. De acordo com o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, a posição turca pode atrasar o processo de adesão em uma ou duas semanas.
Membro da OTAN desde 1952, a Turquia alega que a Finlândia e Suécia garantem abrigo a organizações consideradas terroristas por Ancara, como o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK na sigla em curdo) e o movimento Gulen.
“Nós explicamos aos países-membros da OTAN […] que há apoio por parte da Suécia e Finlândia a organizações terroristas. Elucidamos nossa posição abertamente, em especial em relação ao envio de armas por parte da Suécia”, disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, a repórteres neste domingo (15).
De acordo com a agência turca Anadolu, sistemas antitanque de fabricação sueca AT-4 foram encontrados em poder de grupos curdos durante operações antiterroristas conduzidas por Ancara entre 2017 e 2021.
“As declarações do ministro das Relações Exteriores da Suécia até agora não têm sido construtivas, mas provocadoras”, disse Cavusoglu.
O imbróglio gerou intensa atividade diplomática entre Turquia, EUA, Suécia, Finlândia e OTAN nesta semana.
Na quarta-feira (18), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reuniu com seu homólogo turco às margens de um encontro das Nações Unidas em Nova York.
Apesar de o diálogo ter sido classificado como “extremamente positivo” por Cavusoglu, a declaração conjunta emitida pelas partes não cita a entrada da Suécia e Finlândia na OTAN.
No mesmo dia, o ministro da Defesa da Suécia, Peter Hultqvist, se encontrou com o seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, no Pentágono, para discutir a adesão de Estocolmo ao bloco.
“Precisamos lembrar que essas são Forças Armadas que não são estranhas para nós”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, após o encontro dos ministros da Defesa. “Nós os conhecemos bem, operamos e conduzimos exercícios militares com eles.”
Nesta quarta-feira (18), o conselheiro de Defesa Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, se mostrou otimista quanto à possibilidade de um acordo entre Finlândia, Suécia e Turquia.
Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores turco em coletiva de imprensa em Ancara, Turquia, 19 de abril de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2022
Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores turco em coletiva de imprensa em Ancara, Turquia, 19 de abril de 2022
“A Finlândia e a Suécia estão trabalhando diretamente com a Turquia para isso, mas nós também estamos em contato com os turcos para facilitar”, disse Sullivan.

Movimentos curdos

Para o pesquisador em Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) Jonuel Gonçalves, o momento é propício para a Turquia minar o apoio de países europeus aos movimentos pró-curdos.
“O problema do governo turco não é a entrada de mais dois países na OTAN, mas sim a entrada de um país que dá apoio a um grande adversário interno desse governo, que é o movimento curdo”, disse Jonuel Gonçalves. “A impressão que ficamos é que o governo turco está aproveitando a situação para negociar através da OTAN uma redução desse apoio da Suécia aos movimentos curdos.”
O pesquisador aponta que o Partido Social Democrata sueco tradicionalmente fornece apoio a grupos que buscam a autodeterminação ou lutam em favor da democracia.
“O Partido Social Democrata sueco tem apoiado os curdos não só na Turquia, mas também no Iraque e na Síria”, aponta o pesquisador.
Militante do PKK no norte do Iraque - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2022
Militante do PKK no norte do Iraque
De fato, em 27 de abril deste ano, por exemplo, membros do partido sueco se reuniram com apoiadores do PKK para debater a possibilidade de retirar a organização curda da lista de movimentos terroristas da União Europeia.
Para Gonçalves, será difícil garantir um recuo do apoio aos curdos por parte das forças políticas suecas.
“Pelo que conheço do Partido Social Democrata sueco, não acho que eles vão abrir mão de nada. Para eles, estes assuntos são questões de princípio”, considerou Gonçalves.
De acordo com o jornal turco Sabah, Ancara teria elencado uma série de demandas aos países escandinavos, como designar os PKK como uma organização terrorista, interromper apoio financeiro e encerrar atividades do PKK e do movimento Gulen em território finlandês e sueco.

Posição no Ocidente

Na quarta-feira (18), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou ressentimento em relação a seus aliados militares, que não seriam sensíveis aos interesses e demandas turcos.
“Esperamos que nossos aliados entendam, respeitem e apoiem as nossas sensibilidades. Temos uma sensibilidade em relação à proteção de nossas fronteiras do terrorismo. Nenhum de nossos aliados tem demonstrado o respeito que esperávamos em relação a essas sensibilidades”, disse Erdogan.
Para Gonçalves, além da questão curda, a Turquia tem interesse de renegociar a sua posição no Ocidente.
“A Turquia quer renegociar a sua posição em relação ao Ocidente de forma geral. Quer mais destaque e acredita que pode recuperar a sua função histórica”, apontou o pesquisador da UFF.
Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (C) cumprimenta o presidente dos EUA Joe Biden (D) durante sessão plenária na cúpula da OTAN em Bruxelas, segunda-feira, 14 de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2022
Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (C) cumprimenta o presidente dos EUA Joe Biden (D) durante sessão plenária na cúpula da OTAN em Bruxelas, segunda-feira, 14 de junho de 2021
De acordo com a professora do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Monique Sochaczewski, o contexto geopolítico atual devolve à Turquia a “relevância internacional que ela tinha perdido há muito tempo”.
“O primeiro intuito é fazer barulho, chamar a atenção para essa relevância internacional”, revelou a especialista. “Além disso, a Turquia quer deixar a sua marca, já que se ressente muito de dificuldades para aderir à União Europeia.”
Ancara tem várias arestas a aparar com seus aliados ocidentais, e em particular com os EUA, que impuseram sanções contra Ancara em função da compra de sistemas de defesa antiaérea S-400.
De acordo com a agência Bloomberg, a Turquia quer ser readmitida no programa avançado de operação de caças F-35 da OTAN, da qual foi retirada em função da compra dos S-400. Os turcos também demandam a entrega dos caças F-35 norte-americanos pelos quais já pagaram, mas nunca receberam.
Sistemas de defesa antiaérea S-400 Triumf em desfile militar que marca o 76º aniversário da Grande Guerra pela Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados) em 9 de maio de 2021, Sevastopol, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2022
Sistemas de defesa antiaérea S-400 Triumf em desfile militar que marca o 76º aniversário da Grande Guerra pela Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados) em 9 de maio de 2021, Sevastopol, Rússia
“Por incrível que pareça, eu acho mais fácil garantir maior margem de manobra para a Turquia nos acordos ocidentais, sejam econômicos, políticos ou militares, do que garantir que a Suécia recue em relação ao apoio a movimentos curdos”, considerou Gonçalves.

Fator Rússia

Nesta segunda-feira (16), o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que a estrutura de segurança europeia será prejudicada com a entrada da Finlândia e Suécia na OTAN.
“Em Washington, em Bruxelas e outras capitais da OTAN […] eles não devem ter nenhuma ilusão de que a gente vai simplesmente aceitar isso calados”, disse Ryabkov a repórteres. “O nível total de tensões militares vai aumentar e haverá menos previsibilidade na região.”
Gonçalves, autor do livro ‘”As Imposturas Identitárias”, aponta que a resistência turca em relação à entrada dos escandinavos na OTAN pode enviar um sinal positivo para Moscou e reforçar sua posição de mediadora no conflito ucraniano.
“A Turquia pode estar fazendo um gesto em direção à Rússia, dizendo que não assina sem questionamentos a ampliação da OTAN”, considerou Gonçalves.
Sochaczewski concorda, e diz que “esse tipo de movimento mostra alguma reticência que possa ser entendida pela Rússia como algo positivo”.
Presidentes da Rússia e Turquia conversam com ajuda de tradutor em cerimônia de abertura de gasoduto comum, em Istanbul, em 8 de janeiro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2022
Presidentes da Rússia e Turquia conversam com ajuda de tradutor em cerimônia de abertura de gasoduto comum, em Istanbul, em 8 de janeiro de 2020
Nesta quinta-feira (19), a presidente do Senado russo, Valentina Matvienko, declarou que a reação russa à nova expansão da aliança militar ocidental vai depender das armas a serem instaladas em Estocolmo e Helsinque.
“A resposta das Forças Armadas russas será proporcional e de acordo com a presença da OTAN nesses países, com quais armas serão instaladas lá. Mas eu posso te garantir que a segurança russa será assegurada”, disse Matvienko ao jornal Izvestia.

Público interno

Apesar dos fatores geopolíticos estarem em alta, Monique Sochaczewski nota que retórica das autoridades turcas pode estar voltada para o público doméstico.
“Acho que esse barulho todo tem o intuito de desviar a atenção da grande crise econômica e social que existe dentro da Turquia nos últimos tempos”, declarou a especialista.
Segundo ela, “a partir do momento que você fala grosso e tenta chamar para si um papel importante”, acaba seguindo “aquele velho esquema de desviar a atenção das dificuldades internas”.
Homens negociam preço em mercado em Istanbul, na Turquia - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2022
Homens negociam preço em mercado em Istanbul, na Turquia
Além disso, a luta contra o movimento pela independência curdo pode consolidar o apoio do eleitorado nacionalista ao presidente Recep Tayyip Erdogan, que enfrenta eleições no ano que vem.
Apesar da barganha turca ser complexa, ela é natural e “faz parte do jogo político normal”, acredita Gonçalves. Sochaczewski concorda, lembrando que a Turquia tem “voz forte na OTAN e deve fazer uso dela”.
Nesta quarta-feira (18), os chanceleres da Turquia e EUA se reuniram em Nova York para debater as objeções turcas à entrada da Finlândia e Suécia na OTAN. Nesta quinta-feira (19), o presidente dos EUA, Joe Biden, se reunirá com seu homólogo finlandês, Sauli Niinisto, e com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, em Washington, para dar continuidade às negociações sobre a adesão da Finlândia e Suécia à OTAN.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

Por

Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

 

Continuar Lendo

Mundo

Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

Por

Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

Continuar Lendo

Mundo

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

Por

País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados