Brasília
Por que sofremos quando os animais são maltratados? A ciência explica
As recentes ondas de protestos contra a morte de um cachorro em loja do Carrefour é um exemplo de como nos sensibilizamos por causa desses animais
Para alguns, pode parecer exagero. Mas as pessoas de fato sentem grande empatia por cães – mais até do que por outro ser humano. As recentes ondas de protestos contra a morte cruel de um cachorro em loja do Carrefour em Osasco são exemplo disso. Desde a semana passada, um vídeo mostrando imagens do animal com as patas traseiras feridas e marcas de sangue no chão da loja tem causado reações nas redes sociais; os comentários vão desde protestos de ativistas até boicotes à rede de supermercados.
Aliás, esse não é o primeiro caso a provocar tamanho impacto. Em 2013, uma funcionária de uma loja Habib’s de Piracicaba expulsou um cachorro do estabelecimento e, como consequência, ele foi atropelado em uma avenida próxima ao local. A indignação pela morte do animal levou três mulheres a organizarem um protesto pelo Facebook contra a franquia.
Esses casos comprovam o que diversos estudos já mostraram: existe grande sensibilização das pessoas quando o assunto é cachorro. Um estudo do ano passado – publicado na revista Society & Animals – , por exemplo, mostrou que as pessoas se sensibilizam mais a abusos ou agressões envolvendo cachorros do que aquelas que envolvem a nossa espécie. A única exceção se dá quando a situação com humanos incluem bebês: neste caso, o nível de empatia é mais alto.
Alta empatia
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores analisaram a reação de 240 estudantes de graduação a casos de espancamentos de cães e pessoas. Na primeira parte do estudo, os voluntários leram uma notícia fictícia cujas vítimas poderiam ser um cachorro (filhote ou adulto) ou um ser humano (um bebês de 1 ano ou um adulto de 30). Apesar de os textos serem parecidos, o fato de a vítima ser animal – independente de ser filhote ou adulto – pareceu instigar maior empatia no participantes. A comoção para os caninos só foi menor quando a notícia envolvia bebês.
Outra pesquisa realizada em 2015 pela Harrison’s Fund chegou à conclusão semelhante. “Cães, sejam eles jovens ou adultos, são vistos como detentores das mesmas qualidades associadas a bebês humanos; eles são vistos como incapazes de se proteger totalmente”, explicaram, na época os pesquisadores.
Via de mão-dupla
Um estudo publicado em julho no periódico Learning & Behavior concluiu que a empatia entre homem e cão é mútua, ou seja, da mesma forma que nos sensibilizamos com o sofrimento do animal, ele sente empatia quando estamos tristes. As cientistas do Macalester College, nos Estados Unidos, chegaram a este resultado depois de observar como 34 cachorros reagiam a duas situações: uma pessoas chorando ou cantarolando atrás de uma porta.
Segundo o estudo, os cães que ouviam o choro foram mais rápidos na hora de abrir a porta; já aqueles que ouviam o cantarolar abriram a porta por motivos não relacionados a empatia, como curiosidade ou desejo de contato social. A equipe ainda ressaltou que, no primeiro grupo, os animais se mostraram mais controlados emocionalmente porque sentiam que a ocasião requeria tal controle.
Tratamento de amor
Além da preocupação com o ser humano, os cachorros também podem representar uma ferramenta poderosa para melhorar a saúde mental. Diversos estudos têm apontando que os animais podem ajudar no tratamento de transtornos mentais, como depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), além de aliviar o estresse e desestimular vícios. O mesmo vale para outros bichos de estimação.
“A presença de um animal de estimação pode ter um efeito de apoio e acalmar as pessoas. Acariciá-los pode induzir uma sensação de bem-estar, muitas vezes criando redução da pressão arterial. O calor do contato, a caminhada vigorosa do cachorro para manter a boa forma, tudo isso oferece aos donos presentes para os quais é impossível de definir um preço”, comentou David Cliff, um coach de desenvolvimento pessoal, ao The Independent.
Além de promover bem estar psicológico, o cachorro pode salvar vidas. Como? Muitos cães conseguem detectar câncer em seus donos. Este foi o caso da americana Stephanie Herfel, de 52 anos, que teve um câncer de ovário apontado por seu husky siberiano. De acordo com ela, o cão cheirou seu estômago e mostrou sinais de desconforto ao “enlouquecer e enrolar-se como uma bola atrás do armário”.
A explicação para a fascinante habilidade canina está relacionada ao cheiro das células cancerígenas, que exalam um odor específico. Apesar de não ser forte o suficiente para ser sentido pelo olfato humano, experimentos indicam que alguns cães realmente conseguem sentir o cheiro da doença. No entanto, os pesquisadores ressaltam que embora os animais tenham identificados amostras cancerígenas em laboratório, no mundo real ainda não é possível dizer o quão preciso ele pode ser. Fonte-Portal Veja
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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