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Cidades

Parlamentares já estudam propostas para desidratar PEC da Transição

Deputados e senadores querem rever a proposta do governo eleito de retirar as despesas com o Bolsa Família do teto de gastos de forma permanente

(Ana Volpe/Agência Senado)

A versão oficial da PEC da Transição ainda não tramita no Congresso, mas a minuta sugerida pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) na noite de quarta-feira, 16, já é o assunto mais comentado em Brasília. Enquanto parlamentares de centro e de direita se organizam para propor mudanças no texto, partidos de esquerda querem aproveitar a oportunidade para tentar acabar de vez com o teto de gastos.

O Congresso pode rever, por exemplo, a proposta do governo eleito de retirar as despesas com o Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) do teto de forma permanente, incluída no texto preliminar. O problema, na visão dos parlamentares contrários à ideia, não é a manutenção do benefício em R$ 600 mensais, mas a sugestão de que esses valores, a partir de 2023, não precisem mais respeitar a regra fiscal que barra o crescimento das despesas acima da inflação.

Até líderes governistas concordam com uma mudança temporária para aumentar o benefício, já que o projeto de Orçamento enviado pelo governo Bolsonaro prevê pagamento de R$ 405 no ano que vem. “A questão do auxílio de R$ 600 é um ponto de convergência”, disse o atual líder do governo Bolsonaro no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ). A crítica dele é quanto à flexibilização do teto por mais de um ano. “Não é o caminho”, afirmou.

Portinho lembrou que todas as vezes que o governo sugeriu flexibilizar o teto de gastos, a mudança tratou de situações específicas e por tempo determinado, de um ano. “[Essas alterações] sempre foram negociadas caso a caso. Não se pode resolver quatro anos em um mês”, disse o senador.

Não são apenas integrantes do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que estão insatisfeitos com o texto. Parlamentares do União Brasil, do PP, do PSD, do PSDB e do Cidadania também são contra fazer mudanças permanentes no teto de gastos, principalmente por meio de uma PEC proposta durante a transição de governo e ainda sem ministro da Economia definido.

“Sou a favor do auxílio fora do teto por um ano. Defendi assim quando fui relator do Orçamento (de 2021)”, disse o senador Márcio Bittar (União Brasil-AC). Ele também relatou a PEC Emergencial, que liberou espaço orçamentário para medidas de combate à pandemia de covid-19. Em 2021, Bittar foi a favor de retirar o auxílio do teto, mas apenas durante um ano.

Na opinião do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), o meio encontrado pelo governo eleito para garantir o benefício de R$ 600 “é equivocado”. Ele disse que defenderá, no Congresso, uma “alternativa mais enxuta e válida apenas para 2023, estabelecendo prazo para a definição de um novo regime fiscal”.

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) também considera a duração de um ano a mais apropriada. “A economia é dinâmica, e o novo Congresso tem que se posicionar”, afirmou. O Legislativo, na visão dele, deve “ajudar o futuro governo nos programas sociais em 2023, porém com cuidado para manter o equilíbrio fiscal”.

Aliado de Bolsonaro, o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) classificou a PEC como “um cheque em branco para gastos desenfreados” e adiantou que vai sugerir modificações no texto. “Para pagar os R$ 600 não precisa mais do que R$ 50 bilhões, o que poderia ser remanejado sem necessidade de propor esse rombo nas contas públicas”, disse.

‘Se não mudar, não passa’

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) também criticou a minuta e defendeu a validade da medida por apenas um ano. “Se não mudar, não passa. Eu, por exemplo, não voto como chegou”, disse. Além da questão do auxílio, Valério aponta que o texto trata de assuntos que “não têm a ver” com o tema original, como recursos para universidades e programas relacionados ao meio ambiente.

A proposta apresentada por Alckmin retira do teto despesas com projetos relacionados ao meio ambiente custeados por doações e gastos de universidades federais, quando as verbas vierem de receitas próprias, como doações ou convênios com estados ou com a iniciativa privada.

Como o impacto fiscal das duas medidas é neutro, Vieira, colega de bancada de Valério, disse “não ver problemas” nesses pontos, especificamente. Mas criticou outras ideias previstas na minuta, como a abertura de um espaço de até R$ 23 bilhões fora do teto para permitir investimentos. Ele não considera “razoável” que o assunto seja incluído em uma PEC de transição.

O texto começará a tramitar pelo Senado, mas a Câmara também deve propor mudanças. O Congresso pode ter que discutir, inclusive, alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), “para poder estabelecer uma nova diretriz”, observa o líder do Cidadania na Câmara, deputado Alex Manente (SP). A bancada do partido, assim como a de legendas como PP e Republicanos, ainda avalia o conteúdo da PEC, para decidir se vai sugerir algum corte.

Já partidos de esquerda analisam a possibilidade de ampliar a proposta. A líder do PSol na Câmara, deputada Sâmia Bomfim (SP), comentou que “seria uma oportunidade para propor a derrubada do teto”. Segundo ela, “como o mercado fica insatisfeito com pequenas alterações, se basear em como ele vai reagir significa não conseguir fazer nada”.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs, no plano de governo, o fim do teto de gastos. Parlamentares do Centrão, no entanto, consideram improvável que algo nesse sentido seja aprovado pelo Congresso, principalmente porque não está claro qual mecanismo substituiria a regra atual.

Pouco diálogo

O nível de adesão do Congresso à proposta, segundo o senador Eduardo Gomes (PL-TO), que já foi líder do governo Bolsonaro no Congresso, vai depender do texto oficial, que ainda não foi apresentado. “Pode ser prudente fazer [mudanças no teto] por um ano ou dois, mas, como não se conhece a PEC, fica difícil avaliar”, afirmou.

Gomes, hoje um dos vice-líderes do governo no Senado, criticou a falta de comunicação da equipe de transição com os parlamentares que não são da base. “Não fomos convidados para conversar. Isso está precisando melhorar”, disse. Ele sugeriu “recuperar o exemplo do ministro Paulo Guedes [Economia], que, toda vez que foi apresentar medidas mais fortes, foi ao Congresso conversar”.

Portinho tem a mesma percepção. “Houve muita troca de informação pela imprensa e pouca construção dentro do Parlamento esses dias”, afirmou. “Acho que começou mal e perdeu-se tempo”, disse.

Portinho contou que teve “uma conversa breve” com o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), nesta quinta-feira, 17, e que espera que o governo eleito melhore a comunicação nos próximos dias. “Foi uma conversa inicial, importante para abrir o diálogo. Nada além disso, nesse primeiro momento. A gente deve avançar na próxima semana”, acredita.

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OAB-PE inaugura Sala da Advocacia na Justiça do Trabalho de Pesqueira

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O presidente e a vice da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), Fernando Ribeiro e Ingrid Zanella, inauguraram a Sala da Advocacia Geraldo Rolim Mota Filho, na Justiça do Trabalho de Pesqueira, nesta terça-feira (4). Além de toda estrutura de apoio ao exercício diário da advocacia, a sala também conta com o ‘Cantinho da Amamentação’, espaço exclusivo para atender a advogada em período de lactação de seu bebê.

Na solenidade, o presidente destacou a relevância do espaço. “Começando o dia realizando uma importante entrega para a advocacia de Pesqueira, que é a reinstalação da Sala da OAB, na Justiça do Trabalho no município. O local conta com computadores e uma excelente estrutura para os colegas. Além disso, a reinstalação traz uma grande inovação através da nossa presidente Márcia Almeida, que é o espaço para amamentação dedicado às colegas advogadas, mães lactantes”, comemorou o presidente da OAB-PE.

Estiveram presentes na inauguração, integrantes da diretoria da OAB Pesqueira; o presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-PE, Yuri Herculano; o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 6ª Região (Amatra 6/PE), Rafael Val Nogueira; e o juiz titular da Vara, José Augusto Segundo. Após o evento, Fernando e Ingrid reuniram-se com advogados locais para ouvir as demandas da classe.

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Taquaritinga do Norte realiza nova edição do Fórum Comunitário Selo Unicef

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A Prefeitura de Taquaritinga do Norte realizou a segunda edição do Fórum Comunitário Selo Unicef nesta segunda-feira (3). O evento, que teve parceria com a Câmara Municipal dos Vereadores, reuniu estudantes da rede municipal, profissionais da educação, saúde e assistência social e demais servidores da administração pública local.

O fórum é realizado pela Secretaria de Ação Social do município juntamente com a comissão intersetorial do Selo Unicef. O objetivo da entidade é estimular a participação da sociedade civil nos processos políticos dos municípios, apresentando e discutindo as atividades realizadas e seus resultados ao longo desta edição.

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PRF intensifica operações nas principais estradas de Pernambuco

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia, nesta quarta-feira (29), a Operação Corpus Christi 2024. A ação coincide com o fim do Maio Amarelo e visa chamar atenção para a violência no trânsito em todo o País. Ela ocorrerá até o próximo domingo nas principais estradas que cortam Pernambuco, entre elas as BRs 232, 104, 407 e 428, que levam ao Agreste e ao Sertão do estado, e a BR-101, que dá acesso às praias.

O período tende a ser de fluxo mais intenso de veículos em direção ao interior pernambucano e também ao litoral. A PRF pretende reforçar a fiscalização em trechos críticos dessas rodovias, a partir de levantamentos sobre os locais onde são mais registradas as colisões com feridos ou mortes.

Para prevenir mortes por excesso de velocidade, os policiais irão atuar com radares portáteis que captam a velocidade do veículo a cerca de um quilômetro de distância. Com o objetivo de retirar condutores alcoolizados das rodovias, as equipes irão realizar abordagens com o uso de etilômetros, mais conhecidos como bafômetros. As ultrapassagens em local proibido também estarão no foco da fiscalização e as motocicletas terão uma atenção especial da PRF, devido ao aumento na quantidade de sinistros envolvendo esses veículos.

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