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Brasília

Para especialistas, discurso de Bolsonaro em Davos foi superficial

Com discurso de seis minutos em Davos, bem abaixo do tempo estipulado, Bolsonaro enfatiza a necessidade de mudança ética, de reformas, de abertura comercial e de conciliação do meio ambiente com desenvolvimento

Jair Bolsonaro durante discurso no Fórum Econômico Mundial: “Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias”

O presidente Jair Bolsonaro fez ontem sua estreia internacional com um discurso de seis minutos no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Foi o primeiro chefe de Estado a falar no evento deste ano. Sucinto, tocou nos pontos que a plateia de investidores mais estava interessada: o governo busca melhorar o ambiente de negócio no Brasil, com desburocratização, incentivo ao comércio internacional e redução da criminalidade. Ele enfatizou também o meio ambiente, tema sensível ao público mundial e sobre o qual pairam dúvidas quanto às ações que serão promovidas no mandato dele. À noite, em reunião com empresários, ele afirmou que, por ora, o Brasil vai continuar no Acordo de Paris sobre o clima.

Por meio do Twitter, Bolsonaro destacou que foi o primeiro líder de um país no Hemisfério Sul e de fora do G7, o grupo das nações mais ricas, a discursar na abertura do evento. A intervenção dele teria, a princípio, 45 minutos. Foi reduzida para meia hora. Mesmo com as questões, porém, não passou de 16 minutos no total. Houve críticas de analistas quanto à superficialidade das propostas apresentadas. A recepção do público local foi fria, com poucos aplausos ao final, indicando certa decepção, já que a procura por ingressos para garantir um lugar no auditório havia sido grande.

Logo depois de chegar ao púlpito, Bolsonaro disse, espontaneamente, estar “emocionado” por se dirigir à plateia. Em seguida, começou a ler um discurso preparado por ministros e assessores. Destacou o fato de ter vencido as eleições “gastando menos de US$ 1 milhão e com oito segundos de tempo de televisão, sendo injustamente atacado a todo tempo”.

Em relação a mudanças constitucionais ou legais, ele apenas citou a intenção de fazê-las, sem detalhes. “Gozamos de credibilidade para fazer as reformas de que precisamos e que o mundo espera de nós”. Procurou se calçar na qualidade da equipe, citando a presença dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Economia, Paulo Guedes; e da Justiça, Sérgio Moro. “Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias, pois somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo”, ressaltou. “Conheçam a nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades e nosso Pantanal. O Brasil é um paraíso, mas ainda é pouco conhecido.”

Ele disse considerar injustas as críticas dirigidas ao governo pela política ambiental. “Somos o país que mais preserva o meio ambiente. Nenhum outro país no mundo tem tantas florestas como nós”, destacou. Há, porém, cerca de 30 países pobres e ricos com níveis de preservação de biomas equivalentes ou superiores aos do Brasil, incluindo Coreia do Sul, Japão, Finlândia, Rússia, Suriname e Congo. Para Bolsonaro, o Brasil precisa “avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade e o necessário desenvolvimento econômico”. Os “verdadeiros direitos humanos” e a defesa da família também foram citados no discurso.

Carga tributária

Bolsonaro mencionou a necessidade de reduzir a carga tributária e colocar o país entre os 50 melhores do mundo para fazer negócios — hoje está em 109º lugar no ranking do Banco Mundial. Ele mencionou também a intenção de abrir a economia brasileira e de fortalecer a Organização Mundial do Comércio (OMC), algo que contradiz a intenção dos aliados norte-americanos, que buscam reduzir o poder do órgão.

Quando indagado por Klaus Schwab sobre quais os passos para a transformação econômica do país, o presidente elencou as reformas citadas antes e a ênfase no comércio, acrescentando que “questão ideológica deixará de existir” nas relações diplomáticas. O fundador do Fórum pediu mais detalhes quanto à preservação ambiental, mas tampouco conseguiu obtê-los. “O que pudermos aperfeiçoar, faremos”, se limitou a dizer o presidente.

O mais curto
O discurso de Bolsonaro em Davos foi muito menor do que os feitos por outros presidentes brasileiros que participaram do Fórum. Em 2014, Dilma Rousseff falou por pouco mais de 32 minutos. Alguns anos depois, Michel Temer usou 30 minutos, incluindo perguntas. Já Luiz Inácio Lula da Silva fez três discursos na plenária de Davos, todos incluindo perguntas. Em 2003, falou por 28 minutos; em 2005, por 27 minutos; e em 2007, por 38 minutos.

O presidente almoçou num bandejão de um supermercado de Davos
(foto: Alan Santos/PR)

Investidores esperavam mais

O discurso que o presidente Jair Bolsonaro fez ontem na abertura oficial do Fórum Econômico Mundial dividiu especialistas e economistas no Brasil e no exterior. A maioria, contudo, ficou frustrada e criticou o conteúdo, considerado superficial, em uma fala de apenas seis minutos. O tempo diminuto causou constrangimento, porque sinalizou que chefe de Estado da maior economia da América Latina não teria muito a dizer para a plateia tão qualificada, que retribuiu com aplausos tímidos.

Os investidores queriam mais. Não à toa, logo após o discurso, a Bolsa da Valores de São Paulo (B3), que ensaiava um novo recorde em meio à queda dos mercados internacionais, chegou a despencar 1000 pontos no fim da fala do presidente. De acordo com os especialistas ouvidos pelo Correio, por marcar a estreia do presidente no cenário internacional para um público tão selecionado, foi um desperdício, ainda mais porque ele aproveitou para criticar a esquerda e os defensores do meio ambiente, quando a maior parte dos participantes do Fórum apoia o Acordo de Paris.

O grande público de Davos é composto por europeus que defendem políticas de meio ambiente”, lembrou o economista Roberto Dumas, professor de economia internacional do Ibmec-SP.

Na avaliação da economista Monica de Bolle, pesquisadora-sênior do Peterson Institute for Internacional Economics (PIIE) e diretora do Programa de Estudos Latino-Americanos da Johns Hopkins University, em Washington, Bolsonaro estava visivelmente desconfortável naquele ambiente. “O discurso tem referências à reforma da Previdência, à abertura econômica, ao fim do viés ideológico — embora tenha um ministro das Relações Exteriores (Ernesto Araújo) que contradiz essa questão —, mas não teve conteúdo. Ele falou dos ministros Sérgio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) como os fiadores da credibilidade desse novo governo”, ressaltou.

Promessa

De Bolle destacou ainda que Bolsonaro fez uma promessa que não será cumprida, de colocar, até o fim do mandato, o país no ranking dos 50 melhores do mundo para se fazer negócios. “Isso será impossível num prazo de quatro anos”, afirmou. Para conseguir atingir esse objetivo, seria necessário superar outros 59 países no ranking Doing Business do Banco Mundial. Neste ano, o Brasil aparece em 109º lugar entre 190 nações.

André Perfeito, economista-chefe da Necton, considerou o discurso de Bolsonaro muito superficial e por isso decepcionou o mercado. “Houve frustração com a brevidade das suas palavras e a falta de conteúdo firme, mas é o que o presidente consegue fazer”, disse. “Criou-se uma expectativa muito grande sobre o discurso porque, até agora, o governo trabalha no campo das ideias, e a concretude aguardada não veio”,  emendou.

No entender de José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, o discurso breve do presidente já era esperado, pois ele tinha avisado. “Não houve surpresa. Foi um discurso simples, que fala de tudo o que tinha que ser falado, sem dar margem a grandes críticas, mas também não gera grandes elogios”, resumiu. Ele minimizou a frustração do mercado, afirmando que a B3 caiu, “porque as demais bolsas também caíram”.

Escapadinha
Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) deram uma “escapadinha” do Fórum Econômico Mundial na manhã de ontem. Como o presidente tinha compromissos apenas a partir das 15h30, horário local, os dois foram passear de carro pelo resort suíço de pouco mais de 11,1 mil habitantes e escoltados por seguranças. Assessores evitaram comentar a escapada, mas confirmaram que ele almoçou em um supermercado, o Migros — a imagem dele comendo num bandejão foi postada em redes sociais. O último presidente brasileiro que fugiu de cafés e almoços realizados pelos organizadores do Fórum e que acabou “turistando” por Davos foi Fernando Collor de Mello, segundo frequentadores do evento.

Sem encontros bilaterais

A falta de encontros bilaterais no primeiro dia da agenda do presidente Jair Bolsonaro em Davos, na Suíça, causou estranheza entre especialistas e deixou claro que ele delegou as conversas mais detalhadas com investidores e representantes de empresas e de governo para seus ministros em encontros paralelos aos painéis do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

Apesar de haver várias solicitações de encontros bilaterais, Bolsonaro não teve nenhuma reunião exclusiva ao longo do dia. Para hoje, estão previstos apenas dois encontros bilaterais na agenda: com o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, e com o presidente da Suíça, Ueli Mauer.

“Não é comum para um chefe de Estado que sai do país para um evento do porte do WEF não se encontrar com representantes de outros governos e de grandes empresas. Ao evitar esses encontros bilaterais, que também são importantes nesses eventos, fica parecendo que o presidente foi só passear”, criticou o economista José Luis Oreiro, professor da UnB. Para ele, o discurso de Bolsonaro “foi mais frustrante do que ele esperava”.   Fonte: Portal Correio Braziliense

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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