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Pais do bebê Jonatas são denunciados por estelionato e apropriação

O casal responderá pelos crimes de estelionato e apropriação indébita, cujas penas variam de 1 a 5 anos de prisão e 1 a 4 anos de prisão, respectivamente

O casal Aline e Renato Openkoski, pais do bebê Jonatas, de Joinville (SC), acaba de ser formalmente denunciado à Justiça pelos crimes de estelionato e apropriação indébita, cujas penas variam de 1 a 5 anos de prisão e 1 a 4 anos de prisão, respectivamente. A promotora Diana Spalding Lessa Garcia, da 5ª Promotoria de Justiça de Joinville (SC), indeferiu a prisão preventiva de Renato – o pedido havia sido feito no inquérito policial pela delegada Geórgia Marryani Gonçalves Bastos – alegando que, por ora, não há elementos de que ele prejudicará a ordem pública.

Jonatas é portador da atrofia muscular espinhal tipo 1 (AME), uma doença genética rara, progressiva e extremamente incapacitante, que pode levar à morte em pouco tempo. Para custear o seu tratamento, o casal fez campanhas de arrecadação, que contaram até com a participação de celebridades.

Na ação, a promotora ainda pede o ressarcimento de 201.150,00 reais referentes a irregularidades cometidas pelo casal nessas ações de arrecadação. Para justificar o valor, Diana descreve três casos que seriam de estelionato e 24 de apropriação indébita feitas por Renato e 12 ocorrências de apropriação indébita feitas por Aline. O inquérito foi desmembrado e a parte referente ao médico Danny César de Oliveira Jumes – indiciado pelo crime de falso testemunho – foi remetido para investigação na 2ª Vara Criminal.

O carro adquirido pelo casal (um Kia no valor de 140.000 reais), o violão autografado pelo cantor Luan Santana e camisas de futebol autografadas foram remetidos à Vara da Infância e Juventude para que sejam leiloados e o dinheiro revertido para o menino. Segundo a promotora, o veículo está apreendido e se deteriorando com o tempo. “Se fôssemos esperar terminar a ação criminal, poderia levar muito tempo. Por isso, a sugestão de enviar para a Vara da Infância, onde o leilão já pode ocorrer”, afirmou Diana. Na Vara da Infância tramita uma ação civil pública com o objetivo de proteger os bens e o tratamento de Jonatas.

Os crimes

Um dos estelionatos, explica a promotora, aconteceu quando o doador Edson Alfredo Sossai Regonini, engajado na campanha “AME Jonatas”, comprou um celular Iphone 7, no valor de R$ 3.084, e entregou ao casal para que fosse rifado e o dinheiro revertido para o tratamento do menino. A rifa foi amplamente divulgada nas redes sociais que o casal mantinha para arrecadação de dinheiro, mas nunca foi efetivada. Não houve ganhador e o casal se apropriou do celular doado para a campanha.

Outro estelionato aconteceu em maio de 2017, quando Renato procurou uma das doadoras da campanha e pediu que lhe entregasse em mãos o dinheiro arrecadado em um bazar, alegando que as contas bancárias estavam bloqueadas. Segundo a promotora, a doadora entregou 4.000 reais em espécie e Renato obteve vantagem indevida, pois as contas só foram bloqueadas efetivamente em janeiro de 2018.

No mesmo mês, Aline procurou outra doadora da campanha e também pediu que lhe entregasse o dinheiro em mãos. Recebeu dela cerca de 9.000 reais obtidos em rifas e bazares. O dinheiro nunca foi depositado na conta do menino. O crime de apropriação indébita tem como base o artigo 89 da Lei 13146/15, da Pessoa com Deficiência. O artigo diz que é crime “apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência”. Segundo a denúncia, as apropriações ocorreram entre os meses de março e dezembro de 2017.

Entre as apropriações a promotora elenca a compra de dois celulares no valor de 4.396 reais; peças automotivas no valor de 1.066 reais; aquisição de uma carabina de pressão no valor de 4.807 reais; uma luneta por 895 reais; um aparelho Iphone 7 no valor de 3.612 reais; pagamento da mensalidade da academia frequentada pelo casal no valor de 240 reais; matrícula na academia para parentes de Renato no valor de 750 reais; um skate por 450 reais; um aparelho de som JBL por 1.612 reais; aquisição de um par de alianças de ouro 18k por 3.581 reais; passagens aéreas para Fernando de Noronha por 7.883,12 reais, entre outras.

“Todas as apropriações indébitas que elenquei no processo estão comprovadas com documentos e notas fiscais oficiais, que foram a base de fundamentação da denúncia. Mas imagino que tenham ocorrido muito mais apropriações, mas não houve como comprovar”, afirmou Diana.

A promotora afirmou que é a primeira vez que ela lida com uma investigação de desvio de dinheiro de campanha para tratamento de saúde. “A gente ouve falar de casos de fraudes envolvendo doentes ou doenças que não existiam, mas, nesse caso, o que causa tristeza e decepção é que o menino existe, a doença também, e os próprios pais se apropriaram do dinheiro”, afirma.

Diana diz esperar que a denúncia desse caso ajude a moralizar outras campanhas de arrecadação de dinheiro para tratamentos de saúde. “Espero que essa ação ajude a trazer mais transparência para as outras campanhas, afinal, o que gerou tudo isso foi a falta de transparência dos pais. Hoje em dia a prestação de contas é algo muito fácil e simples de fazer. É o princípio da confiança e a garantia de que o dinheiro está realmente sendo usado adequadamente.”

As investigações

O casal Aline e Renato estava sendo investigado pela delegada Georgia Marrianny Gonçalves Bastos, titular da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Joinville desde o começo deste ano sob a suspeita de desvio e mau uso do dinheiro arrecadado para o tratamento da doença do filho em campanhas na internet.

Com a ajuda de milhares de doadores desconhecidos e de celebridades como a atriz Danielle Winits, as duplas Victor e Leo e Zezé di Camargo e Luciano, as apresentadoras Ana Hickmann e Eliana, o cantor Luan Santana, entre outros, os pais de Jonatas arrecadaram cerca de 4 milhões de reais em aproximadamente três meses – quantia mais do que suficiente para iniciar o tratamento do menino com o medicamento Spinraza, que promete estabilizar a progressão da doença e até mesmo recuperar movimentos perdidos em alguns casos. Cada dose da medicação custa em torno de 350.000 reais (são necessárias pelo menos quatro ampolas nos dois primeiros meses de tratamento, além das doses de manutenção a cada quatro meses).

O problema surgiu quando o casal Renato e Aline começou a alterar o padrão de vida, chamando a atenção dos doadores anônimos. De um lado, por meio das páginas nas redes sociais, a população pedia transparência e prestação de contas do uso do dinheiro. Do outro lado, Renato e Aline compraram um carro de luxo no valor de 140.000 reais, mudaram de casa, trocaram os aparelhos de celular por modelos mais modernos e gastaram dinheiro em compras supérfluas, como óculos, perfumes, jóias e roupas para eles e não para o bebê.

A gota d’água aconteceu em dezembro do ano passado, na semana do Ano Novo, quando o casal viajou para Fernando de Noronha (um dos destinos turísticos mais caros do Brasil) com o dinheiro arrecadado na campanha, acompanhados do médico Danny César, de Balneário Camboriú. Só de passagens aéreas – pagas em dinheiro e à vista – foram quase 8.000 reais. Lá no arquipélago, passaram a virada do ano na disputada Pousada do Zé Maria, reduto de famosos, cujos ingressos da ceia estão à venda neste ano por 1.318 reais mais taxas para homens e 1.048 reais mais taxas para mulheres.

Após a viagem, os doadores começaram a exigir prestação de contas – algo nunca feito pelos pais. Além disso, o casal nunca cumpriu um acordo judicial firmado com o Ministério Público e a Justiça de Joinville de fazer o depósito judicial do dinheiro arrecadado e de prestar contas mensalmente. Por causa disso, em janeiro deste ano, a Justiça bloqueou as contas do casal e, desde então, o dinheiro tem sido liberado judicialmente apenas após a apresentação de notas ou documentos que comprovem os gastos.

VEJA não conseguiu falar com Aline nem Renato. As advogadas que os representavam deixaram o caso no final do mês passado. Em entrevistas anteriores, eles negaram irregularidades. O pai de Jonatas, por exemplo, afirmou que todo o dinheiro gasto até agora tem como finalidade o bem-estar do garoto – a mudança para uma casa maior e a aquisição do carro avaliado em cerca de 140 000 reais, por exemplo, atendem, segundo ele, à necessidade de espaço do menino. Ele também disse que o menino tem recebido as doses do medicamento Spinraza.

Fonte: Portal Veja

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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