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Economia

Os ETFs que mais renderam no ano e o que eles têm em comum

Número de investidores que são pessoas físicas e aplicam nos fundos passivos de índice cresce 300% neste ano; produto oferece diversificação geográfica e de classe de ativos

ETF que segue índice criado pela CME e acompanha o valor do bitcoin rendeu cerca de 80% em 2021 | Foto: GettyImages (Getty Images)

Os ETFs (Exchange Traded Funds, sigla em inglês para fundos passivos de índices) caíram no gosto dos investidores brasileiros e continuam a crescer em ritmo acelerado. Em 2021, o número de brasileiros que investem nesse produto financeiro quadruplicou, saltando de 121 mil pessoas físicas no fim de 2020 para 493 mil em novembro passado, segundo informações da B3.

É uma tendência que segue um mercado já consolidado nos Estados Unidos. A gestão de ETFs já corresponde a quase 40% dos negócios do segmento de renda variável nos Estados Unidos. As principais vantagens dessa classe de ativos são custos reduzidos, simplicidade para diversificar carteira e liquidez, pois são listados em bolsas.

Gabriel Verea, sócio-fundador da Teva, empresa especializada na criação de índices para ETFs, aponta que o crescimento expressivo do segmento no país começou a ganhar tração com a migração de investidores da renda fixa para a renda variável, motivada pela redução do juro básico para os menores patamares da história, em especial em 2020.

“A BlackRock e o Itaú foram pioneiros em criar produtos, mas o mercado demorou para deslanchar. Isso só aconteceu a partir do momento em que milhares de investidores aplicaram na bolsa pela primeira vez.”

Além desse movimento gradual, no início deste ano houve uma flexibilização da regulação por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que passou a permitir o lançamento de ETFs nacionais lastreados em ETFs internacionais e também de BDRs (recibos de ativos listados no exterior) de ETFs estrangeiros, o que ampliou as opções ao investidor.

O lançamento de ETFs que seguem índices ligados a criptomoedas, como bitcoin e ether, foi um dos destaques do ano. São esses produtos, aliás, que lideram o ranking de rentabilidade em 2021 entre os ETFs disponíveis para o investidor brasileiro, seguidos por fundos que acompanham o principal índice da bolsa americana, o S&P 500.

Dos dez ETFs com maior rentabilidade no ano, quatro têm lastro em índices de criptoativos, e os demais seis, em índices de ações do exterior.

Veja abaixo os ETFs mais rentáveis no ano até 14 de dezembro:

Ticker Nome do fundo Retorno em 2021 Retorno em 12 meses
QBTC11 QR CME CF Bitcoin Reference rate 78,8% 78,8%
QETH11 QR CME CF Ether Reference rate 64,3% 64,3%
IVVB11 iShares S&P 500 Fundo de investimento em cotas 36,7% 43,8%
SPXI11 It Now S&P 500 TRN 36,7% 42,4%
BITH11 Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference rate 33,1% 33,1%
ETHE11 Hashdex Nasdaq Ethereum Reference price 28,0% 28,0%
NASD11 Trend ETF Nasdaq 100 26,9% 26,9%
MILL11 It Now MSCI USA IMI Millennials Sselect 50 21,6% 21,6%
USTK11 Investo ETF MSCI US Technology 21,5% 21,5%
REVE11 Ii Now Russell® 1000 Green Revenues 50 20,0% 20,0%

Outro destaque do ano foram lançamentos de ETFs com taxas de administração mais baixas e também redução de taxas de fundos já existentes. Segundo Verea, é um movimento natural que mostra a evolução do mercado. “Quando existem diversos fundos que seguem o mesmo índice, é natural que haja competição por preço“, aponta.

ETF setoriais e temáticos

2021 também foi marcado pelo surgimento e aumento da oferta de ETFs setoriais e temáticos.

Quando se analisam apenas os ETFs que seguem índices que incluem ações nacionais, é possível verificar que os setoriais se destacam. O ranking é liderado pelo fundo que segue o Índice de Materiais Básicos (IMAT) da B3, seguido pelo fundo que segue um índice que reúne empresas de commodities, criado pela Teva.

Veja abaixo os ETFs de ações nacionais mais rentáveis do ano até o dia 14 de dezembro:

Ticker Nome do fundo Retorno em 2021 Retorno em 12 meses
MATB11 It Now IMAT 14,7% 24,7%
CMDB11 BTG Pactual Teva Ações Commodities Brasil 10,9% 10,9%
GENB11 BTG Pactual S&P/B3 Ingenius 2,6% 2,6%
DIVO11 Ii Now IDIV -5,3% -2,9%
TRIG11 ETF Trígono Teva Ações Micro Cap/Small Cap -8,2% —-
BRAX11 iShares IBRX – Índice Brasil (IBRX-100) -8,2% -4,7%
PIBB11 It Now PIBB IBRX-50 -8,3% -4,7%
BOVA11 iShares Ibovespa -9,0% -5,5%
BBOV11 BB ETF Ibovespa -9,0% -5,5%
XBOV11 Caixa ETF Ibovespa -9,1% -5,6%

Desde o lançamento, o fundo de índice de commodities performou acima do Ibovespa em quase todas as janelas, diz Verea.

“O Brasil é um dos únicos países nos quais é possível se expor a commodities via ações. Em países desenvolvidos, somente é possível essa exposição por meio de contratos futuros, que são mais arriscados. A demanda por commodities é global, e geralmente as empresas têm receitas em dólar, o que as torna mais seguras”, afirmou.

O que o investidor deve ponderar

Em meio ao surgimento de ETFs de diferentes classes de ativos, como criptomoedas e os setoriais, é importante ao investidor lembrar que essa modalidade de fundo passivo não tem uma classe de risco única.

O risco dos ETFs está diretamente associado ao risco do índice seguido, diz Verea. “O ETF é a casca, um instrumento financeiro. Quanto mais sofisticado e ativo o índice, maior tende a ser o valor gerado, o risco e a taxa cobrada.”

Um ponto redobrado de atenção deve ser direcionado ao investidor interessado em ETFs que seguem índices de criptomoedas. “Mais voláteis, eles representam um risco maior na carteira”, diz Rafael Panonko, analista-chefe e sócio da Toro Investimentos.

Primeiro passo rumo ao exterior

Segundo o analista-chefe da Toro, ETFs internacionais, que seguem índices de ações americanas ou globais, podem ser a primeira alternativa de investimento no exterior de quem está iniciando o caminho da diversificação geográfica.

Isso porque esses produtos permitem diversificar a carteira entre países, moedas, setores e empresas de uma só vez, por meio de uma única cota.

A recomendação de Panonko é que clientes que são pessoas físicas tenham até 20% do patrimônio alocado em ETF com exposição ao exterior, de acordo com seu apetite por risco.

A equipe de analistas da Toro separou 3 ETFs para avaliação do investidor:

IVVB11

O ETF replica o Índice S&P 500, composto por 500 das ações mais mais negociadas nas bolsas americanas, permitindo uma diversificação ampla entre companhias e setores. Trata-se do índice mais abrangente do mercado dos EUA.

Além de o investidor ter uma exposição a marcas internacionais, também se beneficia da valorização do dólar, uma vez que o ETF é negociado em reais, enquanto o índice é cotado em dólares.

USTK11

O ETF oferece exposição ao índice MSCI US Investable Market Information Technology 25/50 Index, ou seja, à tese da relevância crescente da tecnologia na economia. Mais de 80% da carteira do índice é composta por ativos de mega caps (mais de 100 bilhões de dólares em valor de mercado) ou large caps (entre 10 bilhões e 100 bilhões de dólares).

A divisão setorial do índice é feita da seguinte forma: cerca de 20% em empresas de hardware e armazenamento; cerca de 20% em software; cerca de 17% em chips (semicondutores); e 15% em processamento de dados, entre outros. Nesse ETF estão incluídos marcas como Apple, Microsoft, Zoom, Nvidia, Intel, Salesforce e AMD, entre outras.

Além da tese da tendência secular de crescimento e evolução da tecnologia, o USTK11 oferece exposição cambial, possibilitando maior diversificação da carteira e proteção em relação ao cenário doméstico.

REVE11

ETF com exposição ao índice Russell 1000 Green Revenues 50, composto por 50 grandes e médias empresas nos Estados Unidos engajadas em uma transição para uma economia verde.

Por meio desse ETF, o investidor pode montar uma posição diversificada em marcas globais, com variação cambial, que possuam práticas sustentáveis. Ele consegue se expor a empresas que gerem receitas a partir de atividades ambientalmente amigáveis, como a Tesla, de veículos elétricos, e empresas de gerenciamento de resíduos.

Economia

Carteira de dividendos: veja os papéis mais recomendados para julho

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A Petrobras foi a empresa mais indicada pelas instituições financeiras consultadas pela CNN para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em julho.

 

Fernando Frazão/Agência Brasil

 

O levantamento considerou as avaliações de Santander, Empiricus, XP, Guide, Ativa e BTG Pactual.

Os papéis mais recomendados foram:

  •  5 recomendações: Petrobras;
  • 4 recomendações: Banco do Brasil, CPFL e Vale;
  • 3 recomendações: BB Seguridade, Eletrobras e Itaú.

Após um impasse sobre o pagamento ou não de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras aprovou em abril o repasse de 50% do valor total, referente ao exercício de 2023.

Com a distribuição, a equipe de analistas do Santander avalia manter o peso dos papéis da estatal em sua carteira. Já o BTG, optou por ampliar sua exposição à estatal.

“Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, aponta a equipe do BTG em relatório.

Momento de incertezas

O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (28), o último de junho, em queda de 0,32% no dia. Apesar de ter acumulado alta de 1,47% no mês, o índice caiu 7,66% no primeiro semestre deste ano.

O que se avalia é que as incertezas se mantém e o mercado seguirá se pautando por elas.

“O cenário local segue girando em torno da dificuldade do governo em convencer o mercado quanto ao seu comprometimento fiscal”, aponta a Ativa Investimentos em relatório.

O governo trabalha com a meta de zerar o déficit neste ano e no próximo — após alterar a meta de 2025, o que não foi favorável para a imagem de responsabilidade fiscal.

Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assegurar que o arcabouço será cumprido, o mercado vê o déficit primário em 0,7% do Produto Interno Bruto neste ano.

Lula se reuniu nesta quarta-feira (3) com ministros da área econômica do governo. Após o encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o presidente mantém seu compromisso com as contas públicas.

“A primeira coisa que o presidente determinou é ‘cumpra-se o arcabouço fiscal’. Não há discussão sobre esse respeito. Em 2024, 2025, 2026, o compromisso nosso é de cumprimento das leis complementares de finanças públicas”, comentou Haddad.

Segundo o chefe da equipe econômica, o governo realiza desde março um estudo entre os ministérios buscando despesas que podem ser cortadas. De acordo com Haddad, foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, cujo corte, segundo o ministro, já foi autorizado pelo presidente.

O economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, apontou em entrevista ao WW de terça-feira (2) que além da questão fiscal, outro imbróglio do cenário doméstico também segue na mira do mercado: a questão monetária.

“Essa transição para o próximo presidente [do BC] é uma espada, de fato, na cabeça. A gente não sabe exatamente quem vai ser a próxima ou o próximo presidente, qual vai ser a visão de política monetária que essa pessoa vai ter na hora de conduzir a taxa de juros, de tomar as decisões”, pontuou Megale.

“Acho que dar uma clareza e maior transparência de como vai ser a gestão da política monetária depois da transição do Roberto Campos e medidas efetivas no sentido de controlar as despesas do lado fiscal, eu acho que é o que vai trazer uma tranquilidade [para o mercado].”

CNN

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Economia

Venda de veículos eletrificados cresce 146% no primeiro semestre de 2024

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Entre janeiro e junho, comercialização de automóveis registrou cerca de 79 mil vendas, de acordo com relatório da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE)

 

Benefícios para importação de carros elétricos deixaram de vigorar para favorecer indústria local – (crédito: Fotos: Divulgação )

 

O comércio de automóveis movidos a eletricidade segue em crescimento no Brasil. No primeiro semestre de 2024, a venda de veículos leves eletrificados alcançou um total de 79.304 unidades em todo o país. Somente no último mês de junho, foram registrados 14.396 novos emplacamentos, o que representa a terceira melhor marca para um mês de toda a série histórica.

O número maior de vendas na metade inicial do ano indica um crescimento de 146% em relação ao primeiro semestre de 2023, e de 288% na comparação com o mesmo período de 2022. Além dos automóveis totalmente elétricos, também são incluídos na estatística os veículos parcialmente eletrificados – ou híbridos. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e divulgados nesta quarta-feira (3/7).

Com o avanço do número de vendas, a ABVE estima que o Brasil já atingiu a marca de 300 mil veículos comercializados desde o início da série histórica do levantamento, em 2012. Além disso, a previsão da associação para 2023 é que mais de 150 mil automóveis desta categoria sejam vendidos até o fim do ano em todo o território nacional, o que indica um crescimento de cerca de 60%.

No Brasil, ainda predominam os veículos elétricos plug-in, que se consolidaram no mercado nacional e representaram 69% de todas as vendas no primeiro semestre. Dentro desta categoria, estão incluídos os tipos BEV (totalmente elétricos) e PHEV (elétricos híbridos). Na sequência, os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% da parcela total de eletrificados vendidos.

Preocupação para o setor

Mesmo diante de um aumento das vendas, o setor de veículos elétricos está preocupado com o reajuste da tributação dos produtos. Desde a última segunda-feira (1º/7), passou a vigorar uma resolução que aumenta a alíquota para a importação de elétricos importados, de 10% para 18%. Em julho de 2025, sobe para 25%, até atingir 35% no ano seguinte.

“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026. Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”, avalia o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.

Além disso, a associação teme a inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, que é chamado popularmente de “imposto do pecado”. A lei foi estabelecida pela emenda constitucional da reforma tributária, aprovada no ano passado, com o objetivo de sobretaxar bens considerados danosos à saúde e ao meio ambiente.

Na avaliação da ABVE, a inclusão dos veículos eletrificados no IS “não faria sentido”, visto que esse tipo de automóvel emite menos gases de efeito estufa e reduz o nível de ruído nas cidades do país. “Eles são fatores decisivos para melhorar a qualidade de vida e diminuir as mortes associadas à poluição nas grandes cidades”. “Não nos parece cabível que esses veículos venham a ser taxados como se fossem produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, o que absolutamente não é o caso”, conclui o presidente da associação.

 

 Correio Braziliense
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Economia

Produção industrial cai 0,9% em maio, diz IBGE

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No acumulado do ano, houve avanço de 2,5%

 

Indústria — Foto: Divulgação/Fiep

 

A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio em relação a abril. É o segundo recuo consecutivo, apontando retração de 1,7% no período. Com o resultado, o setor perdeu o ganho acumulado entre fevereiro e março deste ano (1,1%).

No acumulado nos últimos 12 meses, houve crescimento de 1,3%, o que acabou por reduzir a intensidade no ritmo de evolução se comparado ao resultado do mês anterior. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

Os números fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo órgão, que mostrou ainda avanço de 2,5% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Influências

Nessa comparação, entre as atividades, as principais influências positivas na totalidade da indústria foram anotadas por produtos alimentícios (5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,1%), indústrias extrativas (2,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,8%).

O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que, em maio de 2024, a indústria apresentou “predominância de resultados negativos de forma geral”, com recuo na margem e na comparação com maio de 2023.

Houve, ainda, interrupção da trajetória ascendente no índice de média móvel trimestral e perda de intensidade no ritmo de expansão no acumulado do ano e dos 12 meses anteriores.

Nesse mês, a indústria intensificou a queda que já tinha sido registrada no mês anterior, e entre os fatores que explicam esse resultado, estão as chuvas no Rio Grande do Sul, que tiveram um impacto local maior, mas também influenciaram o resultado negativo na indústria do país, informou o texto publicado pelo IBGE.

Conforme a pesquisa, 16 das 25 atividades investigadas tiveram recuo em maio de 2024. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%) foram as duas maiores influências negativas para o resultado geral da indústria em maio.

O gerente afirmou, também, que esses dois setores foram prejudicados pelas enchentes do Rio Grande do Sul. No setor de veículos automotores, a paralisação das plantas industriais locais provocou impactos diretos e indiretos. Por causa do mau tempo, tanto as montadoras de veículos, quanto as fábricas de autopeças pararam com as produções e isso afetou também o abastecimento para a produção de bens finais no restante do país.

“Houve, por exemplo, a concessão de férias coletivas em uma planta industrial em São Paulo como forma de mitigar os efeitos das paralisações ocorridas em unidades produtoras de peças no Rio Grande do Sul”, completou.

Greve

Macedo acrescentou que a paralisação decorrente de greve em outra montadora e a base de comparação elevada também contribuíram para a queda de dois dígitos na atividade. Em abril, o setor de veículos registrou crescimento de 13,8%.

A atividade de produtos alimentícios, que responde por cerca de 15% da produção industrial do país, teve em maio o segundo mês seguido de queda. A perda acumulada no período é de 4,7%.

“A retração no processamento da cana-de-açúcar, por conta da condição climática menos favorável na segunda quinzena de maio, provocou uma queda pontual na produção do açúcar. Já entre os impactos negativos que podem ter a ver com as chuvas no Rio Grande do Sul estão as carnes de aves, de bovinos e de suínos e os derivados da soja, que são produtos que têm grande peso no setor”, explicou.

Outros setores que recuaram e influenciaram o resultado negativo do mês foram os de produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).

Os principais impactos positivos no resultado geral da indústria foram as indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%). De acordo com Macedo, esses segmentos têm grande peso e evitaram uma queda maior no resultado da indústria.

“O crescimento do setor extrativo veio após uma queda no mês anterior, ou seja, tem o efeito de uma base de comparação mais negativa. Também houve aumento na extração dos dois principais produtos, o petróleo e o minério de ferro”, afirmou.

As atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%), produtos têxteis (2,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,5%), produtos de borracha e de material plástico (0,5%), outros equipamentos de transporte (0,2%), móveis (0,2%) e celulose, papel e produtos de papel (0,1%) também tiveram desempenho favorável.

“Ainda na comparação com abril, as quatro grandes categorias econômicas recuaram: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%)”, pontuou o IBGE.

O recuo de 1,0% na comparação de maio de 2024 com maio do ano anterior teve influência dos resultados negativos de duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 43 dos 80 grupos e 50,4% dos 789 produtos pesquisados, finalizou o IBGE.

 

Agência Brasil

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