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Ofensiva diplomática se intensifica em busca de trégua em Gaza

Ao menos 222 pessoas morreram desde o início da espiral de violência entre israelenses e palestinos

Israel-Gaza: xplosões iluminam o céu noturno acima dos edifícios na Cidade de Gaza enquanto as forças israelenses bombardeiam o enclave palestino, no início de 18 de maio de 2021. (MAHMUD HAMS/AFP)

A ofensiva da comunidade internacional se intensificou nesta terça-feira (18) para tentar deter os bombardeios do exército israelense em Gaza e os lançamentos de foguetes palestinos contra Israel, sem a perspectiva de uma trégua após uma semana de escalada violenta.

Ao menos 222 pessoas morreram, incluindo 212 palestinos, desde o início da espiral de violência na segunda-feira da semana passada entre Israel e os grupos palestinos da Faixa de Gaza.

Na Cisjordânia ocupada por Israel, os confrontos de manifestantes com o exército israelense deixaram 20 mortos em uma semana, segundo o balanço atualizado por fontes palestinas.

O movimento Fatah convocou o que chamou de “dia da ira” e uma greve geral para esta terça-feira. A mesma convocação foi anunciada em cidades árabes israelenses e localidades “mistas” de Israel, onde a tensão entre judeus e árabes é cada vez maior.

Conflito Israel-Gaza: jovem palestino procura itens recuperáveis ​​em meio aos escombros do prédio Kuhail, que foi destruído em um ataque aéreo israelense na cidade de Gaza em 18 de maio de 2021.

Conflito Israel-Gaza: jovem palestino procura itens recuperáveis ​​em meio aos escombros do prédio Kuhail, que foi destruído em um ataque aéreo israelense na cidade de Gaza em 18 de maio de 2021. (MAHMUD HAMS/AFP)

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá pela quarta vez para uma sessão de emergência nesta terça-feira, mas o governo dos Estados Unidos permanece contrário à adoção de uma declaração que peça o “fim da violência”.

O presidente americano, Joe Biden, acusado por seu próprio partido de falta de firmeza com Israel, expressou na segunda-feira apoio a um “cessar-fogo”, durante uma ligação com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Os protagonistas do conflito ignoram os apelos. “Nossa linha é seguir atacando os alvos terroristas”, declarou o chefe de Governo israelense.

Durante a noite, os ataques prosseguiram no território palestino: aviões de combate israelenses lançaram mísseis sobre edifícios da cidade de Gaza e as explosões iluminaram o céu.

Os bombardeios de segunda-feira atingiram os escritórios do Crescente Vermelho catari e a única clínica dedicada à detecção de covid-19 no território devastado pela pobreza e sob bloqueio israelense há quase 15 anos.

O exército israelense informou no Twitter que registrou 50 ataques com foguetes a partir de Gaza entre 19H00 de segunda-feira (13h00 de Brasília) e 07H00 (1H00 de Brasília) de terça-feira contra seu território. Também informou que atacou “65 alvos terroristas com 62 aviões de combate” no enclave de dois milhões de habitantes.

Desde 10 de maio, no início das hostilidades, 3.440 foguetes foram lançados a partir da Faixa de Gaza, indicou o exército israelense. De acordo com os militares, 90% dos projéteis foram interceptados pelo sistema de defesa antiaéreo.

Civis

“Nós só podemos ficar em casa, a morte pode chegar a qualquer momento”, declarou Ruba Abu Al Auf em Gaza. “Os bombardeios são uma loucura e não distinguem entre pessoas”.

Os mísseis israelenses deixaram crateras nas calçadas e provocaram graves danos à rede de energia elétrica, o que deixou Gaza novamente no escuro.

Existe o risco de crise humanitária, com quase 40.000 palestinos deslocados e 2.500 pessoas que perderam suas casas nos bombardeios.

O movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, ameaçou lançar mais foguetes contra Tel Aviv se a aviação israelense “não parar de apontar contra civis”. Dezenas de mísseis do grupo caíram no sul de Israel.

Conflito Israel-Palestina: pessoas olham para um míssil não detonado lançado por Israel no bairro de al-Rimal enquanto aviões de guerra israelenses continuam a realizar ataques aéreos na cidade de Gaza, Gaza em 18 de maio de 2021.

Conflito Israel-Palestina: pessoas olham para um míssil não detonado lançado por Israel no bairro de al-Rimal enquanto aviões de guerra israelenses continuam a realizar ataques aéreos na cidade de Gaza, Gaza em 18 de maio de 2021. (Ashraf Amra / Agência Anadolu/Getty Images).

O exército afirma que apontou contra o que chama de “metrô” – túneis subterrâneos que segundo Israel permitem ao movimento islamita transferir suas munições – e as casas de comandantes do Hamas, porque algumas, alega, são utilizadas para “armazenar armas”.

Dos 212 palestinos mortos em Gaza, 61 eram menores de idade. Mais de 1.400 palestinos ficaram feridos.

No lado israelense, 10 pessoas morreram, incluindo uma criança, e 294 ficaram feridas nos ataques de foguetes.

Em outra frente, a partir do sul do Líbano voltaram a ser lançados foguetes contra Israel, mas que não atingiram o território do país. O exército do Estado hebreu anunciou que atacou o “ponto de lançamento” do projéteis.

Diplomacia ‘discreta’

Na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, o presidente Mahmud Abbas pediu ao emissário americano Hady Amr uma “intervenção” de Washington.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, defendeu a abordagem diplomática “discreto, mas “intensiva” de Washington sobre o tema.

Os presidentes Emmanuel Macron (França) e Abdel Fatah al Sisi (Egito) desejam atuar como mediadores para obter um cessar-fogo e solicitarão o apoio da Jordânia. Há outro canal aberto, por meio da ONU, com a ajuda do Catar e do Egito.

A União Europeia também abordará o conflito, o mais violento desde 2014, em uma reunião por videoconferência dos ministros das Relações Exteriores.

O conflito teve início em 10 de maio mísseis lançados pelo Hamas contra Israel em “solidariedade” com as centenas de manifestantes palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental.

A violência foi motivada pela ameaça de expulsão de famílias palestinas a favor de colonos israelenses neste setor palestino ocupado por Israel há mais de 50 anos.

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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