Conecte Conosco

Mundo

Nos EUA, escolas reabrem enquanto casos de covid-19 continuam a crescer

Alguns estados do país começaram a reabrir escolas nas últimas semanas, mas segurança para as aulas ainda é questionada

Escola na Virgínia: reabertura levanta questionamentos sobre o risco de disseminação maior da covid-19 (Kevin Lamarque/Reuters)

Os Estados Unidos começaram a reabrir escolas, mas a volta às aulas nos EUA acontece enquanto diversas regiões do país ainda enfrentam seus picos de casos da covid-19. Uma projeção da Universidade de Austin, no Texas, mostrou que, em algumas regiões, uma escola de cerca de 500 alunos poderia receber na volta às aulas mais de dez jovens infectados com o novo coronavírus.

Mais de 80% dos americanos moram em um condado em que ao menos uma pessoa possivelmente irá à escola estando infectada com o coronavírus, segundo o levantamento. Há mais de 3.000 condados (os counties) nos EUA. A data base da projeção foi a semana de 31 de julho.

Os estudantes com a doença, assim, poderiam cada qual passar a covid-19 para um ou mais colegas, além de parentes e outras pessoas de suas comunidades, aumentando as taxas de contágio em uma região.

As projeções mudam a depender dos estados. Os EUA vivem uma segunda onda do coronavírus quase sem ter finalizado a “primeira onda”. Enquanto o começo da pandemia atingiu mais os estados da costa Leste do país, como Nova York, os novos picos de contágio recentes estão em estados do Sul, como Texas e Flórida, e da costa Oeste, como a Califórnia.

Nos condados com maior risco, como Miami, na Flórida, Nashville, no Tennessee, e Las Vegas, em Nevada, a probabilidade é que ao menos cinco alunos infectados compareçam às aulas em uma escola de 500 pessoas. Isso porque, nessas áreas, a estimativa é que uma em cada 70 pessoas esteja atualmente com covid-19.

Loja com material escolar para a volta às aulas nos EUA: álcool em gel e máscaras entraram na lista obrigatória

Loja com material escolar para a volta às aulas nos EUA: álcool em gel e máscaras entraram na lista obrigatória (Mike Blake/Reuters)

É o que os pais americanos temem que aconteça nas escolas americanas reabertas agora, segundo reporta o jornal The Washington Post. Uma das soluções apontadas pelo próprio estudo da Universidade de Austin, sobretudo em locais que já controlaram o coronavírus, é o uso de turmas menores e que fiquem isoladas do restante da escola.

Se uma turma de dez pessoas assistir a aulas junta mas não entrar em contato com o resto da escola, em vários distritos há, ao menos nessa primeira semana de aula, chance de que zero alunos compareçam às aulas com coronavírus.

O estudo não consegue quantificar o que aconteceria nos meses subsequentes. A projeção é feita para uma primeira semana de aulas.

No Brasil, que tem mais de 2,8 milhões de casos de coronavírus, a maior parte dos estados ainda não definiu uma data precisa para a volta às aulas presenciais. Uma autorização de permissão de retorno a escolas particulares no Rio de Janeiro neste mês também foi derrubada pela Justiça. Em São Paulo, que concentra o maior número de alunos do país, o governador João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira, 7, que o retorno às aulas presenciais ficou para outubro.

Nos Estados Unidos, com a reaproximação da volta às aulas, uma série de protestos de rua contra a reabertura das escolas e pedindo mais segurança no processo tomaram as ruas nas últimas semanas, organizados por alunos, professores e trabalhadores em diversos estados americanos. Dentre os cartazes nos atos, muitos pedem uma abordagem mais equitativa nas reflexões sobre a reabertura, com o temor de que escolas em bairros mais pobres e minorias sociais e raciais sejam mais impactos pela volta às aulas.

Enquanto o número de casos de coronavírus era de 23 a cada 10.000 pessoas brancas nos EUA no começo de julho, para negros e latinos a taxa de contágio é superior a 60 pessoas. A média do país era de 38 casos a cada 10.000 habitantes no mesmo período.

Um dos casos emblemáticos que acendeu a discussão sobre a volta às aulas e a outras atividades nos EUA — e em outros países do mundo com alta em casos, como o Brasil — aconteceu entre as próprias autoridades americanas nesta semana.

O governador de Ohio, Mike DeWine, só descobriu que estava com coronavírus quando fez um teste para se encontrar com o presidente Donald Trump. Não fosse a reunião e a obrigatoriedade do teste para o compromisso, DeWine talvez nunca soubesse que estava com covid-19 e seguisse podendo infectar outras pessoas.

Protestos pedindo equidade na volta às aulas na Califórnia: preocupação sobre a segurança de minorias sociais nas escolas reabertas

Protestos pedindo equidade na volta às aulas na Califórnia: preocupação sobre a segurança de minorias sociais nas escolas reabertas (Mike Blake/Reuters)

As férias de verão americanas acontecem entre maio e agosto, o oposto do ano letivo no Brasil — pelo fato de os Estados Unidos estarem no hemisfério Norte. Assim, o ano letivo foi interrompido perto do fim no começo da pandemia. Agora, passadas as férias de verão, as escolas começam um novo ano letivo neste mês de agosto.

Os planos de volta às aulas diferem em cada localidade. A maioria dos locais na Califórnia afirmaram que vão manter aulas majoritariamente online nestes primeiros meses, incluindo alguns dos maiores distritos do estado, como San Diego e Los Angeles. Já a cidade de Nova York vai reabrir as escolas, mas gradualmente, com aulas só de uma a três vezes por semana e rodízio de alunos.

Estados como o Arizona, Colorado, Mississippi e outros já adiaram o retorno às aulas para meados de agosto ou mesmo setembro em meio à alta de casos.

O presidente Donald Trump tem insistido que as escolas abram no cronograma previsto, à medida em que alguns governadores adiam os prazos.

Ao mesmo tempo em que há preocupação sobre o contágio na volta às aulas, as aulas feitas à distância vêm prejudicando o aprendizado dos alunos, sobretudo crianças mais jovens e minorias sociais, que têm menos acesso à internet, equipamentos e pouco auxílio dos pais. Alunos perto de sair da escola, no Ensino Médio, também tende a evadir em meio à pandemia.

A tendência, tanto nos EUA quanto em outros países, é que as escolas adotem o chamado ensino híbrido, com parte das aulas em pequenos grupos nas escolas e parte ainda online. Também não está claro, cientificamente, se crianças e jovens transmitem ou se infectam com o coronavírus da mesma forma que os adultos — há estudos iniciais que indicam que os mais jovens podem transmitir menos a doença, embora isso ainda não esteja comprovado de forma segura o suficiente para garantir a segurança dos procedimentos.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

Por

Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

 

Continuar Lendo

Mundo

Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

Por

Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

Continuar Lendo

Mundo

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

Por

País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados