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No rastro da Covid-19: cientistas tentam detalhar evolução da doença

Duas novas pesquisas detalham diferentes estágios de progressão da doença, desde a infecção às complicações que levam à morte de infectados. Os resultados poderão ajudar a conter o avanço da enfermidade que contabiliza mais de 110 mil casos no mundo

(foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS)

Ao mesmo tempo em que fica cada vez mais “real” a possibilidade de a Covid-19 ser considerada uma pandemia, cientistas começam a compartilhar resultados de pesquisas que poderão ajudar concretamente no enfrentamento da doença. Dois estudos científicos divulgados nesta segunda-feira (9/3) trazem detalhes sobre a ação do vírus no corpo humano, considerando da incubação aos desdobramentos da infecção. Segundo os autores, são informações que, além de orientar condutas de profissionais da saúde e da população em geral, abrem caminhos para investigações mais profundas sobre essa nova ameaça mundial.
Uma das constatações é de que os 14 dias de quarentena parecem ser suficientes para conter o avanço desse coronavírus. Ao analisar 181 casos registados antes do último dia 24, cientistas da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg concluíram que o tempo médio de incubação do patógeno —  contado da infecção à manifestação dos primeiros sintomas — é de 5,1 dias. A equipe também estimou que, para cada 10 mil pessoas submetidas a esse formato de vigilância, 101 poderão desenvolver sintomas após serem liberadas.
“Com base em nossa análise de dados, a recomendação atual de 14 dias para monitoramento ativo ou quarentena é razoável, embora com esse período alguns casos sejam perdidos a longo prazo”, ressalta, em comunicado, Justin Lessler, professor associado da universidade estadunidense e autor sênior do estudo, divulgado na revista Annals of Internal Medicine. A maioria dos casos analisados era de pessoas que viajavam de ou para Wuhan, cidade chinesa considerada o centro da epidemia, ou que estiveram em Hubei, a província para a qual Wuhan é a capital.

Dinâmica do surto

Segundo a equipe de pesquisadores, uma estimativa precisa do período de incubação de uma doença causada por um vírus facilita que epidemiologistas avaliem a provável dinâmica do surto e permite que as autoridades de saúde pública projetem medidas eficazes de controle de disseminação dos casos. As quarentenas geralmente diminuem e podem parar a propagação da infecção mesmo se houver alguns casos extremos, quando, por exemplo, o período de incubação excede o isolamento forçado.
A estimativa de 5,1 dias para o período médio de incubação do novo coronavírus não é muito diferente da de patógenos da mesma família. O MERS-CoV, responsável pela síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers) em 2012, por exemplo, demora entre cinco e sete dias para se manifestar. No caso dos coronavírus que causam resfriados comuns em humanos, o tempo para o aparecimento dos primeiros sintomas cai para três dias.
Justin Lessler lembra ainda que restringir a circulação de pessoas a um ponto em que elas não possam trabalhar ou estudar implica em custos, tanto pessoais quanto sociais. Por isso, defende o cientista, a importância de essas medidas serem muito bem fundamentadas. “Isso talvez fique mais óbvio quando os profissionais de saúde e os socorristas, como bombeiros, estão em quarentena”, ilustra.  A equipe publicou uma ferramenta online que permite às autoridades de saúde pública e a outros especialistas da área estimar quantos casos seriam capturados e perdidos ao se adotar diferentes períodos de quarentena.

Derramamento viral

Também com o intuito de ter uma visão mais clara de como se dá a progressão da Covid-19, pesquisadores chineses estimaram o tempo de duração dos principais sintomas da doença e do período em que o vírus segue circulando. O fenômeno, chamado de derramamento viral, foi de 20 dias entre sobreviventes do novo coronavírus (variando de 8 a 37 dias). O patógeno se manteve detectável até a morte dos 54 não sobreviventes. Ao todo, a equipe analisou dados de 191 pessoas, hospitalizadas em dois hospitais em Wuhan. O tempo médio para alta foi de 22 dias. E o de óbito, 18,5 dias.
“O derramamento viral prolongado observado em nosso estudo tem implicações importantes para orientar as decisões sobre precauções de isolamento e tratamento antiviral em pacientes com infecção confirmada. No entanto, precisamos deixar claro que o tempo de derramamento viral não deve ser confundido com o de autoisolamento, direcionado para pessoas que podem ter sido expostas ao vírus da Covid-19, mas que não apresentam sintomas”, alerta, em comunicado, Bin Cao, professor do China-Japan Friendship Hospital and Capital Medical University e coautor principal do artigo, divulgado na revista The Lancet.
A partir dos dados, Bin Cao e colegas sugeriram alguns procedimentos médicos. “Recomendamos que testes negativos para a Covid-19 sejam necessários antes que os pacientes recebam alta do hospital. Na gripe grave, o tratamento viral atrasado prolonga o tempo que o vírus é eliminado e, juntos, esses fatores colocam os infectados em risco de morrer. Da mesma forma, o tratamento antiviral eficaz pode melhorar os resultados na Covid-19, embora não tenhamos observado encurtamento da duração do derramamento viral após o tratamento”, justifica.
O trabalho traz ainda dados inéditos sobre o desdobramento da doença.  A duração média da febre é de cerca de 12 dias em sobreviventes. A tosse, por outro lado, pode durar muito tempo: 45% dos pacientes seguiram enfrentado o problema depois que receberam alta. Nos sobreviventes, a dispneia (falta de ar) cessou após cerca de 13 dias, mas durou até a morte naqueles que não resistiram à infecção.
Os perfis mais vulneráveis ao novo patógeno também foram confirmados no novo estudo. Segundo os autores, ser mais velho, mostrar sinais de sepse e apresentar problemas de coagulação sanguínea quando se chega a um hospital são fatores-chave para o aumento do risco de morte pelo novo coronavírus. A frequência de complicações como insuficiência respiratória (98%), sepse (100%) e infecções secundárias (50 %) foi maior naqueles que morreram em decorrência da doença.

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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