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Nível do Guaíba volta a subir e assusta moradores de Porto Alegre

De acordo com estudiosos, chuvas na bacia do lago e ventos diminuíram o ritmo da vazão da água represada. Em poucas horas, a cota aumentou 40cm, mas a inundação não deve se manter

Centro de Porto Alegre volta a ser inundado pelas chuvas na maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul – 24/05/2024 – (crédito: Henrique Lessa / CB / DA Press

 

O nível da água do Guaíba voltou a subir mais uma vez e inundou o Centro Histórico de Porto Alegre. A explicação para isso são as “chuvas na bacia” do lago “e ventos do sul que fizeram aumentar o nível”, segundo o meteorologista Francisco Diniz. Por volta das 23h de domingo, a medição mostrava 3,44m de altura, mas, ao amanhecer, chegou a 3,86m.

Francisco afirma que não há risco de a região voltar a inundar, como no começo de maio — crê que o principal dano gerado pela cheia é em relação à limpeza e à recuperação da capital gaúcha. Mas, de acordo com o MetSul, os ventos que provocaram a enchente são consequência da chegada de uma frente fria, acompanhada de ventania, depois das altas temperaturas registradas na região metropolitana de Porto Alegre. O efeito dos ventos pode represar o Guaíba, cujo efeito é a subida de nível entre 30cm e 50cm.

De acordo com Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), os cenários para o lago indicam recuo da cheia, com níveis em declínio lento nos próximos dias. Isso porque os volumes dos afluentes do Guaíba permanecem elevados — como o Jacuí e o Gravataí, ainda acima da cota de inundação; no caso do Taquari e do Caí, estão em nível estável abaixo da medição de alerta.

O nível do lago deve alcançar novamente a cota de inundação a partir de hoje e pode se aproximar da cota de alerta no final da semana. Na análise de Fernando Dornelles, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-UFRGS), a subida do Guaíba é episódica. “Não temos aportes dos rios, todos estão baixando seus níveis”, afirma.

Estradas gaúchas

O Ministério dos Transportes destinou R$ 1,2 bilhão para contratos de emergência a fim de reconstruir e reabir as rodovias do estado. Segundo um relatório da pasta, oito estradas federais gaúchas ainda estavam bloqueadas — duas totalmente fechadas ao tráfego e as demais com bloqueios parciais em 29 trechos.

O tráfego, porém, foi restabelecido em 106 segmentos de 11 rodovias federais. Outros 15 trechos de estradas estão em obras ou recebendo manutenção para que possam ser reabertos. A expectativa do ministério é de que a situação se normalize completamente até o fim de 2025.

Levantamento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) indica que o número de trechos impactados chega a 61, distribuídos por 34 rodovias estaduais — incluindo estradas, pontes e balsas.

Aeroporto

O Aeroporto Salgado Filho deve ser reaberto até o Natal deste ano. A estimativa é de uma comissão, que verificou ontem a extensão dos danos do complexo e relacionou as obras necessárias para voltar a operar.

Segundo Andreea Pal, CEO da Fraport — que administra o Salgado Filho —, “estamos atuando para acelerarmos a retomada do aeroporto. Estamos fazendo nossa parte com diversas atividades já iniciadas. Se os impactos forem menores do que os previstos inicialmente, vamos torcer para que o aeroporto esteja disponível para o final do ano”

A limpeza do complexo começou ontem, depois de passar um mês fechado em decorrência das enchentes que assolaram Porto Alegre. Sem operações durante esse período, análises e avaliações sobre as condições da pista de pouso estão sendo realizadas para detectar os impactos da água na estrutura e no pavimento.

Os testes devem durar 45 dias e as principais obras devem ser apresentadas no começo de julho, junto a um plano detalhando aquilo que precisará ser refeito. Além disso, os equipamentos eletrônicos atingidos pelas águas estão sendo avaliados se podem ser recuperados ou se foram perdidos. A Fraport Brasil não tem uma estimativa do prejuízo.

Porém, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, cobrou agilidade da gestora do Salgado Filho para que a reabertura do aeroporto seja feita o quanto antes.

“É necessário que a concessionária avance na discussão com o Ministério de Portos e Aeroportos, a Advocacia-Geral da União e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) no sentido de restabelecer o equilíbrio do contrato. Mas isso não pode ser impeditivo para que o trabalho seja acelerado e que avance. Nada pode ser motivo para atrasar ainda mais aquilo que é estratégico e fundamental”, frisou.

Correio Braziliense

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Brasil

Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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