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Mudanças climáticas podem causar danos em alargamento de Balneário Camboriú, alertam especialistas; megaobra completa 1 ano

Elevação do nível do mar, alterações na biodiversidade e falta de estudos sobre efeitos da obra são apontados como problemas por estudiosos. Prefeitura diz que alargamento é estável e planeja mais trabalhos envolvendo vegetação e drenagem.

Banhistas na Praia Central de Balneário Camboriú em 24 de novembro de 2022 — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Há um ano a faixa de areia na Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, passou de 25 para 70 metros. A conclusão da megaobra ocorreu em 3 de dezembro de 2021, nove meses após o início dos trabalhos. Desde então, alguns episódios chamam a atenção no local, como os aparecimentos de “degraus” e lagoas.

Além disso, algumas etapas previstas para depois da obra de alargamento ainda não estão prontas. Entre elas, a ampliação do calçadão e o plantio de restinga, uma exigência do licenciamento ambiental da obra, o que preocupa geólogos.

O alargamento foi projetado com objetivos ambientais e turísticos. Segundo a prefeitura, a alteração vai permitir, além da proteção da orla contra o avanço das marés, a criação de espaços privilegiados para os moradores e os visitantes.

Neste marco de 12 meses após o alargamento, o g1 ouviu especialistas, que alertaram para a influência de mudanças climáticas na praia, principalmente em relação a elevação do nível do mar e alterações na biodiversidade local.”A natureza resgata tudo o que é dela de novo, é uma questão de tempo. Se vão ser cinco, 20 anos, não se sabe”, resume o geólogo Juarês José Aumond.

Ele, que também é professor da Universidade Regional de Blumenau (FURB), ainda avalia que há a possibilidade de a água, com a elevação do nível do mar, passar por baixo do alargamento e chegar às bocas de lobo. (veja mais abaixo).

A prefeitura, no entanto, afirma que a obra está estável e que mais projetos são planejados para melhorar a infraestrutura urbana.

Mudanças climáticas
A elevação do nível do mar foi citada por Aumond e pelo professor de ecologia e oceanografia Paulo Horta, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como uma situação preocupante globalmente, e que pode afetar a Praia Central.

“O nível do mar deverá aumentar em função do aquecimento global, do degelo dos glaciários. E todos esses grandes glaciares estão degelando, esse degelo de áreas continentais eleva nível do oceano. A água não cabe dentro da caixa oceânica e ela acaba transgredindo sobre a área continental”, declara Aumond.

Sobre a possibilidade de a água passar por baixo do alargamento, ele diz que “essa água vai migrar subterraneamente até a área litorânea, onde está a cidade. Vai migrar nas bocas de lobo, nos sanitários mais baixos”.

Outro problema que pode ocorrer com a elevação do nível do mar, segundo ele, é a salinização da água. “Teremos um tratamento de água mais complicado”, resume Aumond.

Os professores também se preocupam com a influência da obra na flora e fauna da praia. “Estamos mudando ecossistema marinho, começaram a aparecer tubarões”, diz Aumond. Ele se refere aos cerca de 30 animais vistos entre agosto e outubro do ano passado, durante as obras.

Paulo Horta completa que falta conhecimento sobre a real situação da biodiversidade do lugar. “Precisamos identificar os sistemas que foram perdidos com o engordamento, toda a flora comprometida nos costões. Essas formações podem ser restauradas, isso ajuda que a vida retorne com mais velocidade”.

“Não se sabe qual o tamanho do comprometimento porque os estudos não tiveram a necessária abrangência para as áreas adjacentes”, complementa Horta.

Meio ambiente

Um dos fatores para a elevação do nível do mar é o aquecimento global, afirmam os professores. “O CO2 [gás carbônico] é o grande provocador do efeito estufa.

Mudanças climáticas sempre ocorreram e foram processos naturais. Nestes 4,5 bilhões de anos da Terra, pela primeira vez uma única espécie está conseguindo mudar isso, provocando uma aceleração do aquecimento global”, diz Aumond.

Uma ação de aliviar esses problemas foi sugerida por Paulo Horta. “Plantando restinga, marisma, vegetação que vai segurar a areia e vai absorver gás carbônico”, resume.

Essa solução, do plantio de restinga, é uma exigência do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) para dar o licenciamento ambiental à obra de alargamento.

Trabalhadores fazem plantio de restinga em projeto-piloto na Barra Sul, em Balneário Camboriú — Foto: PMBC/Divulgação

Trabalhadores fazem plantio de restinga em projeto-piloto na Barra Sul, em Balneário Camboriú — Foto: PMBC/Divulgação

Um projeto-piloto de plantio de mudas de restinga foi feito na Barra Sul no meio do ano para que se possa verificar como a vegetação vai se comportar ao longo do tempo.

A secretária municipal do Meio Ambiente, Maria Heloisa Lenzi, afirma que há 700 metros quadrados de plantio em 13 bolsões “para avaliar como será o desenvolvimento da restinga”.

Área de plantio de restinga em projeto-piloto na Barra Sul, em Balneário Camboriú — Foto: PMBC/Divulgação

Área de plantio de restinga em projeto-piloto na Barra Sul, em Balneário Camboriú — Foto: PMBC/Divulgação

Foram plantadas quatro espécies: Ipomea pes-caprae (pé-de-cabra), Blutaparon portulacoidesHydrocotyle bonariensis (erva-capitão) e Panicun racemosum (capim-das-dunas). “Todas são espécies de restinga herbácea que não crescem mais do que alguns centímetros”, diz a secretária.

“As mudas estão se desenvolvendo bem e estão sendo monitoradas pela empresa responsável e pela SEMAM [Secretaria Municipal do Meio Ambiente]. Sempre que necessário, estão sendo replantadas”, afirma.

O plantio no restante da orla, porém, será feito após a reurbanização (veja mais informações abaixo) da Praia Central, confirma a secretária.

Praia Central de Balneário Camboriú — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Praia Central de Balneário Camboriú — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Sobre estudos relacionados à biodiversidade, Lenzi diz que houve programa com monitoramento semanal na fase das obras e agora há alguns com periodicidade mensal e outros trimestral.

“No que se refere à biota, não houve alterações significativas do que já ocorria antes da obra. As espécies que tiveram mudanças foram aquelas associadas ao fundo arenoso. Algo que já era esperado”, diz a secretária. Entre as espécies relacionadas ao fundo arenoso, ela esclarece que são crustáceos.

Orla da Praia Central em Balneário Camboriú em 24 de novembro — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Orla da Praia Central em Balneário Camboriú em 24 de novembro — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Em relação à elevação do nível do mar, o gestor do Fundo de Outorga Onerosa de Transferência do Potencial Construtivo (FETPC) de Balneário Camboriú, Rubens Spernau, diz que o alargamento levou isso em conta.

“O projeto pegou os níveis máximos em 100 anos para definir isso, acima da maré a altura que protegeria a infraestrutura urbana, os prédios”, declara. Essa altura é de 2,60 metros, segundo ele.

Já a macrodrenagem foi citada por ele como uma forma de evitar que a água transborde nas bocas de lobo. Segundo Spernau, não há conexão entre o mar e esse sistema. “Claro que somos uma cidade costeira, com a maré alta vamos ter problemas com drenagem”, afirma.

O projeto para a macrodrenagem deve ficar pronto este mês, de acordo com Spernau, e as obras devem começar após a alta temporada.

Lagoa se forma em meio à areia na Praia Central de Balneário Camboriú em 24 de novembro — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Lagoa se forma em meio à areia na Praia Central de Balneário Camboriú em 24 de novembro — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

O objetivo da obra na macrodrenagem é dar mais vazão à água. “O esgotamento da água da chuva vai para o Rio Camboriú e a foz do canal do Marambaia, no lado Norte”.

“Da Rua 2.500 até 1.101, com destaque para a Praça Almirante Tamandaré, nos momentos de chuva muito forte, a água vinda da Avenida Brasil, dos Bairros das Nações, essa água acaba transbordando, por isso nessa região a gente vai criar uma galeria adicional, com mais capacidade de vazão”, diz.

Projetos futuros

Segundo Spernau, a obra está “estável”.

“Nós recriamos um espaço, um ambiente mais desejado por todos. De fato, a praia tem sido usada por banhistas, lazer, caminhadas. Está com muita vida. Estamos com um projeto de urbanização, nos encaminhamentos finais, só adicional de macrodrenagem. Só temos um pequeno processo erosivo na região Sul, que já era previsto”, diz Spernau, que também é engenheiro.

Homem sobe degrau na Praia Central de Balneário Camboriú em 24 de novembro — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Homem sobe degrau na Praia Central de Balneário Camboriú em 24 de novembro — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Ele se refere ao “degrau”, chamado de escarpa, e a lagoa, que têm aparecido na Barra Sul desde março. Aumond diz que “esses degraus aparecem, vão desaparecer, vão aparecer, assim como essa lagoa, também vai aparecer, desaparecer. O mar tem a sua dinâmica, vai voltar e resgatar aquilo que é dela”.

O engenheiro Spernau explica como os fenômenos ocorrem. “É uma refração da onda. Bate no molhe e cria processo de movimentação forte de areia”, resume.

Sobre quando isso será feito, Spernau afirma que o município aguarda autorização ambiental.

Outros projetos

Em relação ao projeto de urbanização, que inclui a ampliação do calçadão na Avenida Atlântica, em frente à Praia Central, as primeiras imagens foram mostradas logo após o término da obra, durante o evento de inauguração da temporada de verão passada na cidade, em 4 de dezembro de 2021.

Naquela ocasião, a previsão é que as obras começassem neste ano. Porém, Spernau diz que faltam algumas etapas. O projeto, feito por uma empresa de arquitetura do Rio de Janeiro, ficou pronto em 19 de julho deste ano, segundo ele.

“Falta o projeto executivo final, não só a parte de paisagismo, mas da infraestrutura, da drenagem até muros de limitação entre praia, microdrenagem, macrodrenagem. A gente deve estar recebendo isso até final de dezembro”, afirma Spernau.

Imagem de projeto de reurbanização da orla da Praia Central, de Balneário Camboriú, com pet place, calçadão, faixa para corrida e ciclofaixa — Foto: PMBC/Divulgação

Imagem de projeto de reurbanização da orla da Praia Central, de Balneário Camboriú, com pet place, calçadão, faixa para corrida e ciclofaixa — Foto: PMBC/Divulgação.

Ele também diz, porém, que as obras devem começar depois do verão. “Durante a temporada, é difícil fazer obra”, resume. Ele prevê o início dos trabalhos para abril e diz que a ideia é fazer, inicialmente, 350 metros do projeto para que se possa fazer uma avaliação de como ficou.

“Não se pode fazer obra em toda a praia. Um trecho que você interdita, limita o acesso à praia, traz transtornos aos estabelecimentos comerciais, para os imóveis. Faz-se uma parte, libera e faz outra, para não criar transtornos”, explica.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

Por

Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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