Brasil
Mortalidade por Aids cai 78% desde 1995 em São Paulo
Esta quinta-feira é marcada pelo Dia Mundial da Luta contra a Aids
Levantamento da Fundação Seade, órgão do governo paulista, mostra que a mortalidade por Aids no estado caiu 78% desde 1995, ano do pico de mortes pela doença. Na década de 1990 foram 7.739 mortes, sendo 5.850 homens. Em 2021, foram 1.719 mortes, sendo 1.237 entre a população masculina. A taxa de mortalidade era de 22,9 óbitos por 100 mil habitantes em 1995; 7,6 em 2010; e chegou a 3,8 em 2021.
No início dos anos 90, quase 90% das vítimas eram pessoas com menos de 44 anos. Ao longo do tempo, com a novos tratamentos e melhoria da qualidade de vida, esse percentual foi se alterando. No ano passado, as pessoas com mais de 45 anos responderam por quase 60% das mortes. A idade média ao morrer ampliou-se gradativamente, em 2021, chegou a 49 anos para elas e 47 para eles.
A divulgação dos números marcam o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado amanhã, dia 1º de dezembro.
Dados municipais
O número de novos casos de HIV na cidade de São Paulo caiu pelo quinto ano consecutivo. A redução é de 37,5% em 2021 na comparação com 2016, segundo dados do Boletim Epidemiológico 2021, divulgado pela Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids, da Secretaria Municipal da Saúde. No ano passado foram registrados 2.351 casos e em 2016 foram 3.761 registros.
Em 2020, foram registrados 2.518 novos casos de HIV. Em 2019, foram 2.972; em 2018, 3.285; em 2017, foram 3.713 novos casos. Segundo a prefeitura, desde o primeiro registro da doença, em 1981, não se observava uma queda nas notificações por mais de três anos seguidos. Os registros de Aids apresentam a mesma tendência, mas, nesse caso, já são seis anos em queda no município.
A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes também se mantém em queda. No ano passado, o índice ficou em 4,3. Na comparação com 2016, quando a taxa era de 6,3, houve uma redução de 31,7% no período.
Centro de reabilitação
Marcando a data, foi lançado, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o marco zero das instalações do Centro de Reabilitação Sérgio Tardelli para pacientes com HIV. O projeto é uma parceria entre o hospital, o governo do estado e a Agência de Notícias da Aids, iniciativa criada por Roseli Tardelli, irmã do homenageado. A nova estrutura ficará em um prédio anexo ao ambulatório do hospital.
Sérgio Tardelli morreu em novembro de 1994. Como paciente de HIV, ele acionou a justiça para ter reconhecido o direito de ser atendido pelos planos de saúde. Inicialmente, o tratamento fora negado. Ao ganhar a ação, outros pacientes passaram a ser beneficiados. Roseli, jornalista, fundou a agência de notícias em 2003 com a ideia de dar visibilidade ao tema e contribuir com a disseminação de informações sobre o tema, além de combater o preconceito.
O centro de reabilitação será construído em uma área de mil metros quadrados cedida pelo hospital. A agência, por sua vez, de acordo com informações do site, buscará parceiros da iniciativa privada para compra de equipamentos de reabilitação, como esteiras, aparelhos de ultrassom, estação de musculação, pranchas e barras paralelas, entre outros.
O espaço passará por uma reforma, sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e que fará parte do pacote da terceira e última etapa da reforma do hospital. A previsão é que a unidade comece a funcionar em um ano.
Atendimento
O plano é que quem precisar receber atendimento no centro de reabilitação, será recebido por equipes multiprofissionais do Emílio Ribas. São profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, além do grupo de Neurociência; do grupo de Lipodistrofia, síndrome que atinge pacientes com HIV e que causa desequilíbrio na distribuição de gordura pelo corpo; do Setor de Medicina do Trabalho.
Pelo menos 70 atendimentos por dia poderão ser realizados. O Ambulatório do Emílio Ribas oferece acompanhamento a 8 mil pacientes, sendo que 75% deles são Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV), uma parte deles convive com complicações neurológicas, motoras, cognitivas e respiratórias.
O centro também poderá receber pacientes de outras doenças atendidas no Emílio Ribas, como covid-19 e HTLV, um vírus considerado “primo” do HIV e que pode causar doença neurológica grave.
Programação
Para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Centro de Referência e Treinamento-DST/AIDS-SP, da secretaria de Saúde, vai realizar a ação Menos Discriminação e Mais Respeito com a participação de municípios e da sociedade civil. Um dos eventos ocorrerá no Anfiteatro João Yunes da Faculdade de Saúde Pública da USP, das 9h às 16h.
Outra ação é a Campanha Fique Sabendo, que distribuirá 200 mil testes para detecção de HIV e sífilis em 632 municípios. Serão cerca de 900 ações no estado com envolvimento de 4 mil unidades de saúde.
A prefeitura de São Paulo, por sua vez, promove a campanha Dezembro Vermelho com uma série de atividades na capital, como testagem rápida, seminário e premiações. A programação completa pode ser conferida no site da secretaria de Saúde.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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