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Brasília

Medicamento para HIV pode ser alternativa para tratar Alzheimer

Segundo pesquisadores, a enzima transcriptase reversa, comum na infecção por HIV, também atua no desencadeamento do Alzheimer

Um novo estudo, publicado na revista Nature, traz uma esperança contra o Alzheimer. A chave para enfrentar a doença pode estar em um remédio já existente, usado em pacientes com HIV. Os achados apontaram que tanto o vírus HIV quanto o Alzheimer utilizam mecanismos semelhantes para se manifestar no organismo. Isso poderia abrir uma possibilidade inédita para desenvolvimento de uma nova estratégia de tratamento. Atualmente, não existe cura para o Alzheimer, portanto, o tratamento consiste na prescrição de remédios que apenas ajudam a amenizar os sintomas. No Brasil, existem quatro medicações disponíveis tanto nas farmácias quanto na rede pública de saúde: rivastigmina, donepezila, galantamina e memantina.

A pesquisa apontou outro dado interessante: idosos infectados com HIV que utilizam anti-retrovirais tendem a não desenvolver Alzheimer.  A explicação está no fato de que a terapia inibe a enzima transcriptase reversa – produzida pelo corpo humano –, que também aparece no processo de desenvolvimento do Alzheimer. Assim, os pesquisadores acreditam que, no caso de pacientes com a doença neurodegenerativa, teoricamente o bloqueio da enzima poderia se tornar uma nova forma de impedir o avanço da doença. Se comprovada a eficiência dos anti-retrovirais para o Alzheimer, os pacientes poderiam contar com mais um remédio capaz de promover melhor qualidade de vida.

Como o Alzheimer se manifesta?

Apesar de diversas pesquisas terem sido realizadas, os cientistas ainda sabem pouco sobre o Alzheimer. Entre as informações importantes reveladas é que existe um padrão no surgimento da doença: a formação de placas amiloides no cérebro – elas são consideradas as principais causadoras do bloqueio e destruição dos neurônios. Quando isso acontece, surge o declínio cognitivo, caracterizado pela perda de memória e dificuldade de raciocínio – características muito conhecidas do Alzheimer.

A formação dessas placas está relacionada a proteína precursora de amiloide (PPA), mas os cientistas ainda não sabem explicar qual é o seu exato papel nesse processo. Apesar disso, a equipe descobriu que mutações no gene PPA, responsável por codificar essa proteína, pode aumentar o risco de início precoce do Alzheimer. Os dados indicam que a condição pode ser desencadeada por mais de 50 mutações diferentes; essas alterações no DNA são responsáveis por aproximadamente 10% de todos os casos precoces da doença.

Em 2012, pesquisadores da Universidade da Islândia haviam descoberto que mutações específicas no gene PPA também são capazes de reduzir em até 40% a probabilidade da formação das placas amiloides. No entanto, ainda não é possível especificar quais alterações aumentam ou diminuem os riscos.

O que Alzheimer e HIV têm em comum?

De acordo com os pesquisadores, o gene PPA gera novas variações genéticas dentro dos neurônios através de um processo conhecido como recombinação genética; para que ele ocorra é necessário utilizar a transcriptase reversa, mesma enzima utilizada pelo vírus HIV para entrar nas células humanas e infectar o indivíduo. Essa atuação é um processo normal do cérebro, no entanto, quando algo dá errado na recombinação genética, esse erro pode desencadear o Alzheimer.

Para chegar a esta conclusão, a equipe utilizou amostras de células doentes e amostras cerebrais saudáveis. A análise mostrou que 100% das amostras com a doença neurodegenerativa tinham números altos de diferentes variações genéticas de PPA em comparação com as saudáveis.

“Se imaginarmos o DNA como uma linguagem que cada célula usa para ‘falar’, descobrimos que nos neurônios apenas uma palavra pode produzir milhares de novas palavras antes não reconhecidas. Isso é como um código secreto embutido em nossa linguagem normal que é decodificado pela recombinação genética. Esse código está sendo usado em cérebros saudáveis, mas também parece ser afetado pelo Alzheimer”, explicou Jerold Chun, principal autor da pesquisa, ao Medical News Today.

Tratamento alternativo

Os pesquisadores acreditam que o bloqueio da enzima transcriptase reversa pode ser uma forma de evitar que ocorra a recombinação genética que pode causar o Alzheimer. Portanto, como as terapias anti-retrovirais, utilizadas no tratamento do HIV, são capazes de inibir a enzima, esse seria um sinal de que os medicamentos contra o vírus HIV podem apresentar bons resultados no tratamento dessa doença degenerativa. Além disso, Chun acredita que o estudo pode ser importante para populações de alto risco, como no caso de pessoas com formas genéticas raras da condição.

Novo olhar sobre o Alzheimer

Além de sugerir uma nova forma de tratamento, a pesquisa ainda ajuda a explicar porque muitos tratamentos que visavam impedir o acúmulo da proteína beta-amiloide – presente na placa amiloide – podem ter falhado. Para a equipe, a as mutações produzidas pelo gene PPA podem estar produzindo diversas alterações nas toxinas e proteínas relacionadas a doença e, portanto, uma abordagem que visa formas únicas das enzimas envolvidas não consegue ser bem-sucedida.

Apesar de lançar luz sobre um problema que intriga pesquisadores do mundo inteiro, Chun admite que há muito para ser descoberto. O especialista ainda disse que pretende avaliar a recombinação genética em diferentes partes do cérebro e descobrir qual é o envolvimento de outros gentes recombinados tanto para o Alzheimer quanto para outras doenças neurodegenerativas.

Com tanto para ser investigado, a disponibilização do novo tratamento pode demorar para acontecer. A boa notícia é que os pesquisadores estão empenhados em descobrir o máximo possível para melhorar a vida dos pacientes com Alzheimer.

Alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções cognitivas uma vez que as células cerebrais degeneram e morrem, causando declínio constante na função mental. Os principais sintomas da doença são: dificuldade de memória (especialmente de acontecimentos recentes), discurso vago durante as conversações, demora em atividades rotineiras, esquecimento de pessoas e lugares conhecidos, deterioração de competências sociais e imprevisibilidade emocional.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa doença é responsável por 60% a 70% dos casos de demência – grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais.  Estima-se que 47 milhões de pessoas sofram de demência no mundo, sendo registrados 10 milhões de novos casos anualmente. No Brasil, o Alzheimer está entre as dez maiores causas de morte e é um problema que afeta 1,2 milhão de pessoas. Fonte: Portal Veja

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Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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