Brasil
Mato Grosso vê esporte como oportunidade de transformação social
Governo do estado planeja investir 100 milhões de reais em infraestrutura para a população, assim como em projetos de formação e premiação de atletas
Aquela sexta-feira, 22 de janeiro de 2021, jamais será esquecida pelo torcedor mato-grossense. Era a 37ª e penúltima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol 2020 – temporada estendida até 2021 por causa da pandemia – e o jogo entre o CSA (AL) e o Brasil de Pelotas (RS) havia encerrado com o placar em 1 x 1. Na Arena Pantanal, em Cuiabá, os jogadores do Cuiabá Esporte Clube estavam se aquecendo para a partida contra o Sampaio Corrêa (MA) quando receberam a notícia: aquele empate significava a classificação da equipe de Mato Grosso à primeira divisão do futebol brasileiro. Dentro do campo, atletas e comissão técnica comemoraram a façanha, enquanto torcedores, impedidos de ter acesso ao estádio, soltaram fogos de artifício pela cidade inteira. Afinal, depois de 35 anos, um clube mato-grossense estava de volta à elite do futebol brasileiro.
Esse novo patamar alcançado pelo futebol no estado coincide com uma fase de valorização do esporte por parte do governo do estado, que prevê um investimento de 100 milhões de reais nas ações da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer.
“Nossa gestão e a visão do governador é a de que o esporte é um caminho de transformação social”, diz Alberto Machado, o Beto Dois a Um, secretário de estado de Cultura, Esporte e Lazer. Com isso, tão logo os torcedores possam regressar às arquibancadas, verão uma nova Arena Pantanal. “Esqueça a ideia de elefante branco. A Arena Pantanal já faz parte da vida da cidade e continuará tendo muita importância para a população e os visitantes de outros estados”.
De fato, os dias de subutilização da arena construída para a Copa de 2014, e que consome cerca de 350.000 reais por mês para sua manutenção, ficaram para trás. O estádio atualmente sedia algumas áreas do Detran, a central de distribuição da Secretaria de Ação Social, o Centro de Triagem da covid-19, que já atendeu cerca de 150.000 pessoas, e a Escola da Arena Pantanal, que tem 40 salas de aula dos ensinos fundamental e médio.
“A escola é uma das que apresentam o melhor desempenho no IDEB”, diz Beto Dois a Um, referindo-se ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que avalia a qualidade das escolas brasileiras.
Para os jogos do Cuiabá na Série A do Brasileirão, que começa em 29 de maio próximo, imprensa e torcedores encontrarão instalações reformadas. O próximo passo é a busca por naming rights, a fim de gerar economia ao caixa da secretaria e incentivar investimentos. “Nossa ideia é que o setor do agronegócio, muito forte na economia do estado, compre a ideia de termos a Agro Arena Pantanal”.
Ciclovias e ciclofaixas
Outro esporte que tem muita força no estado, o ciclismo de rua e estrada movimenta o comércio de diversas cidades. Por isso, o investimento do governo vem se traduzindo na construção de cerca de 40 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas junto a algumas rodovias estaduais que estão sendo asfaltadas ou recuperadas.
Pensando também na importância do esporte como indutor da economia do estado, Mato Grosso avançou para a fase de projeto do maior empreendimento esportivo já realizado pelo governo do estado: trata-se do Parque Multieventos. Localizado em Cuiabá e com mais de 300 hectares, o complexo contará com estruturas não só para eventos esportivos, mas também culturais e de negócios, e abrigará o Autódromo Internacional de Mato Grosso, que visa receber eventos como Stock Car, Copa Truck, Mundial de Motovelocidade e até a Fórmula Indy. “Por meio do esporte, vamos fomentar todo o setor turístico do estado”, prevê o secretário de Cultura, Esporte e Lazer. “É um investimento de 40 a 50 milhões de reais”.
Além do incremento na infraestrutura para o esporte, o fator humano também vem recebendo atenção da gestão estadual. Por meio do programa Olimpus, os atletas mato-grossenses – olímpicos e paralímpicos – vêm recebendo bolsas financeiras, com o objetivo de garantir sua permanência ativa nas competições. É um projeto que atende também estudantes e atletas que estão em formação, com valores que vão de 250 a 1.600 reais, a depender do desempenho de cada um: atleta nacional, atleta nacional elite, atleta estudantil e atleta base olímpica. Atualmente 151 esportistas recebem o benefício.
Um dos responsáveis pela gestão do Bolsa Atleta, Vicente Lenilson, ele próprio medalhista de prata na Olimpíada de Sydney 2000 com a equipe brasileira no revezamento 4 x100 metros no atletismo, explica que são elegíveis ao benefício aqueles que apresentarem bom desempenho em competições estaduais, nacionais e internacionais. “Para os atletas de base, consideramos aqueles que ficaram entre sétimo e décimo lugares nos Jogos Escolares nacionais de 2019”, diz Lenilson. “São jovens de 12 a 16 anos”.
O atletas mato-grossenses, aliás, que alcançarem índice e participarem dos Jogos Olímpicos de Tóquio e os que conquistarem medalhas em suas modalidades ganharão prêmios: 30.000 reais pela participação e 100.000 reais por um lugar no pódio. O nadador Felipe Lima, a canoísta Ana Sátila e Almir Júnior, do salto triplo, estão classificados. Que eles retornem de Tóquio com as medalhas no peito.
Clique aqui para saber mais sobre as iniciativas da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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