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Justiça condena 15 réus pela queda da Ciclovia Tim Maia

Queda na Avenida Niemeyer, há pouco mais de quatro anos, fez parte da estrutura despencar, causando a morte de duas pessoas

Ciclovia Tim Maia: pena foi convertida em restrição de direitos e multa (Sergio Moraes/Reuters)

A Justiça condenou nesta segunda-feira 15 réus que respondem pela queda da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, há pouco mais de quatro anos, no feriado de 21 de abril de 2016, quando parte da estrutura não resistiu à força das ondas durante uma ressaca no mar e despencou, causando a morte de duas pessoas que passavam no local naquele exato momento. A decisão cabe recurso. Entre os responsabilizados estão engenheiros e profissionais ligados à concepção e execução do projeto na Geo-Rio, da prefeitura, e em empresas de material e engenharia que participaram da obra.

Em sua decisão, o juiz André Felipe Veras de Oliveira, da 32ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, condenou a três anos, 10 meses e 20 dias de detenção os réus, mas a pena foi convertida em restrição de direitos ainda a serem definidos, multas e prestação de serviços gratuitos à sociedade ou a entidades públicas ou assistenciais.

Negligenciado o estudo oceanográfico e costeiro, e levada adiante, ainda assim, a obra até então inédita, edificada às cegas do ponto de vista da hidráulica marítima e costeira, os réus cooperaram entre si para o crime, havendo, na espécie, uma inegável relevância causal nas suas várias condutas, todas de igual estatura, já que dirigidas, individualmente, para o mesmo e único desfecho — é dizer, desabamento seguido de morte —, e um liame subjetivo entre os 15 demandados aqui em julgamento, além, é claro, de uma identidade de infração penal
.” – diz trecho da decisão do magistrado.

À época, o caso foi investigado pela 15ªDP (Gávea).

Os réus

Ao todo, 16 profissionais envolvidos no projeto respondiam pela queda da ciclovia, mas um deles, Geraldo Baptista Filho, engenheiro vinculado à diretoria de projetos da Geo-Rio, morreu antes da conclusão do julgamento. Foram condenados nesta segunda-feira:

Marcus Bergman, então gerente de projetos da Geo-Rio, Juliano de Lima, engenheiro então vinculado à Geo-Rio, que, de acordo com o inquérito, tem participação na elaboração do projeto da ciclovia, Fabio Lessa Rigueira, então diretor de obras da Geo-Rio, Élcio Romão Ribeiro, Ernesto Ferreira Mejido e Fábio Soares de Lima, como então membros da comissão de fiscalização da obra, Marcello José Ferreira Carvalho e Ioannis Saliveros Neto, então responsáveis técnicos pela execução da obra — o primeiro como diretor de obras da Concrejato e o segundo, seu vice-presidente), Jorge Alberto Schneider, gerente técnico da Concrejato e consultor da empresa para atuação como elo entre o projeto e a construção da ciclovia.

Também foram condenados: Fabrício Rocha Souza, então gerente de obras da Concrejato, Cláudio Gomes de Castilho Ribeiro, então sócio-diretor da Engemolde e responsável técnico pela fabricação e montagem dos pilares e dos tabuleiros de 6 a 12 metros de comprimento encomendados pelo consórcio para que formassem a estrutura —incluindo o tabuleiro de 5,9 metros de exensão que desabou —, Luiz Edmundo Andrade Pereira, então responsável técnico da Premag, empresa contratada para fabricar e montar o tabuleiro de 18,7 metros de comprimento no trecho da Gruta da Imprensa — que também desabou —, Nei Araújo, então responsável pelo projeto dos pilares e tabuleiros, feitos pela Engemolde e pela Premag, e também pelo cálculo das ferragens necessárias para aquelas peças, Luiz Otávio Martins Vieira, então diretor de estudos e projetos da Geo-Rio e membro da comissão de vistoria que emitiu parecer favorável à obra, e Walter Teixeira da Silveira, então responsável pela elaboração do orçamento e de especificações para a execução da obra.

Élcio Romão Ribeiro e Luiz Edmundo Andrade Pereira, porém, tiveram extinta a punibilidade por contarem mais de 70 anos na data da sentença. Todos tiveram algum tipo de atuação na construção da ciclovia, seja na confecção do projeto básico, na confecção do projeto executivo ou na fiscalização da obra.

O acidente e outras três quedas

No dia 21 de abril de 2016, feriado de Tiradentes, um trecho de mais de 50 metros da ciclovia Tim Maia desabou, por volta das 11h10m. O acidente foi na altura do Castelinho, a cerca de 800 metros da Praia de São Conrado. Na tragédia, duas pessoas morreram: Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, e o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos. A ciclovia foi inaugurada em janeiro daquele ano para os Jogos Olímpicos e custou R$ 44,7 milhões. Após o incidente, trechos da ciclovia ainda despencaram mais três vezes, mas sem causar mais vítimas.

A estrutura segue interditada desde 2019. No início deste ano, em março, a prefeitura chegou a sinalizar que iria realizar obras para recuperar a ciclovia, mas a pandemia chegou à cidade em seguida. Seu futuro continua indefinido.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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