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Brasília

Irmã de Rhuan retoma a vida ao lado do pai e diz sentir saudade da mãe

Morando com o pai e a madrasta, menina de 8 anos, que testemunhou os horrores vividos pelo garoto assassinado em Brasília, vai começar a frequentar a escola em agosto

O crime Rhuan Maycon foi esfaqueado, enquanto dormia, pela mãe, Rosana Auri, e pela companheira dela, Kacyla Priscyla. O crime ocorreu em 31 de maio, na casa onde a vítima morava com o casal, e a irmã de criação, na quadra 625 de Samambaia Norte. Após o assassinato, as mulheres esquartejaram o garoto e colocaram o corpo em duas malas e uma bolsa. Moradores viram Rosana jogar uma das malas no bueiro e acionaram a polícia. Quando agentes chegaram ao local, encontraram o restante do cadáver.
(foto: Alexandre de Paula/CB/D.A Press)

A sobrevivente de uma das maiores barbáries da história de Brasília retoma a vida aos poucos. Um mês e meio após a morte do irmão, Rhuan Maycon, 9 anos, em Samambaia, a irmã dele volta a brincar e a sorrir. Mas não fala do crime nem da violência em casa, apesar de saber de tudo o que aconteceu com o garoto, esfaqueado e esquartejado pela mãe e pela madrasta.
A rotina da menina de 8 anos começa a se parecer com a de qualquer garota da idade dela. Gosta de andar de bicicleta na rua, além de brincar com os pintinhos e o cachorro de estimação. Agora, quer um gato. “Disse que não dá para termos todos os animais, ou vamos ter que mudar para uma fazenda”, brinca o pai, de 29 anos.

A garota mora com o pai e a madrasta, de 27 anos, em uma casa na capital acreana, Rio Branco, desde 15 de junho. O Conselho Tutelar da cidade acompanha a família. Recentemente, conseguiu uma vaga para a menina em uma escola da rede pública. As aulas começam em agosto. Uma prova definirá se ela estudará no 3º ou 4º ano.
De acordo com a conselheira tutelar Valdisa Mendes da Costa Silva, responsável pelo acompanhamento do caso, não há registros da menina em nenhuma escola do país. “No entanto, ela nos disse que começou a cursar o 3º ano quando morou em Maceió. Então, achamos importante ela passar pelos testes na escola para descobrir com qual série ela é compatível”, explica.

Blindagem

A escolha da instituição foi cuidadosa, para preservar a menina. “Decidimos por uma escola distante da casa dela, para que a garota não tivesse que conviver com crianças que saibam sobre a história. Isso é para ela não passar por um novo trauma, sobretudo por ela ainda ser muito fechada para falar sobre o que aconteceu com o irmão de criação”, salienta Valdisa Silva.
A conselheira também se reuniu com o corpo pedagógico do colégio, para pedir cuidado e completo sigilo quanto à condição da garota. “É de extrema importância que, em um caso tão atípico, não haja interferências de fora e pessoas. Portanto, pedimos zelo dobrado da direção e dos professores, para que não ocorra a exposição” completa Valdisa.

Para o pai, o afastamento da filha do colégio por quatro anos não influenciou no crescimento intelectual dela. “Ela é muito inteligente, apaixonada pela leitura e escrita. O interesse dela a ajudou a não ficar para trás. Desde que falamos da escola, minha filha ficou muito animada”, relata o pai.

O sonho de retomar os estudos vem acompanhado da profissão que a criança pretende seguir. Ao contar para a família que deseja construir prédios quando crescer, descobriu o nome da carreira: “Expliquei que o caminho é ela se tornar uma engenheira civil, e ela adorou a ideia.”

Bicharada

A rotina na casa da garota não começa pelo café da manhã, pois ela não sente fome após acordar. Depois de escovar os dentes, ela se reúne com o cachorro, um pitbull, e os dois pintinhos de estimação. Ela ainda queria adotar um gato. “Ela entendeu que não é possível termos tantos animais no nosso espaço e que temos que cuidar dos que já temos”, afirma o pai.

Como a menina não pode ter outros bichos, se contenta em ver as mais variadas espécies pela televisão. “Minha filha não é muito apegada à TV, o que me deixa muito feliz. Mas, quando ela vai escolher o canal, sempre é de animais. Ela assiste a documentários, pois, assim, descobre sobre eles e a rotina que levam”, detalha o pai.

Quando se trata de leitura, o interesse dela é por gibis. “Ela gosta da Turma da Mônica, mas posso afirmar que, tudo o que se trata sobre gatos, a minha filha está lendo. Os felinos são a grande paixão dela. Ela tem um gosto grande pela leitura”, destaca o pai.

Outro passatempo é andar de bicicleta e brincar com as crianças que moram na rua dela e na igreja evangélica que frequenta com a madrasta e o pai. Ela também convive com a avó paterna, uma tia e uma prima, de 11 anos.

Criança sente falta da mãe

A garota de 8 anos ainda tenta superar os traumas ocasionados pela criação dada pela mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, 28, e a madrasta, Rosana Auri da Silva Cândido, 27. Em meio à nova rotina em Rio Branco, ela também vive a fase de luto pelo assassinato do irmão de criação, Rhuan Maycon. A menina não conversa sobre o crime brutal e sofre com a saudade da mãe.
“Por causa da alienação parental que a minha filha sofreu, foi muito difícil nos primeiros dias me aproximar dela. Mas, aos poucos, ela começou a se aproximar. Mas, graças a Deus, ela tem uma ótima relação com a minha esposa, que tem ajudado muito nisso”, destaca o pai.

De acordo com a conselheira tutelar Valdisa Mendes da Costa Silva, a instituição deixou a menina se adaptar à família. “Notamos, na primeira visita, que ela fica um pouco desconfiada. Acho que isso ocorre por ela ter tido contato frequente com conselheiros e psicólogos no DF”, observa. “Por isso, o melhor nesta primeira fase é se adaptar ao pai. Ela tem uma ótima relação com a madrasta, que é muito atenciosa. Percebemos que um pouco do afastamento paterno se deve, sim, à criação recebida da mãe e da antiga madrasta”, pondera a conselheira.

Hoje, Valdisa Silva vai entregar o encaminhamento da criança a um psicólogo, no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do estado. “Como ela passou uma experiência extremamente traumática, ela precisa desse acompanhamento. Isso ajudará a menina a conseguir falar sobre o irmão e a entender as nuances de tudo o que passou. Será um dia de cada vez”, acrescenta.

A menina compreende como o assassinato do irmão de criação ocorreu e sobre a prisão da mãe, Kacyla e Rosana. Ainda assim, ela sente saudades da mãe e pergunta sobre quando poderá revê-la.

“Tem dias que ela senta comigo e pergunta se um dia vai poder ver a mãe de novo. Digo que ela vai passar um bom tempo presa, mas que elas vão se ver. Mas é claro que não temos nenhuma intenção de deixar que a minha filha tenha um convívio com a mãe dela novamente. Só esperamos ela ter idade suficiente para explicarmos tudo, inclusive, o motivo da decisão”, explica o pai.

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Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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