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Irlanda é primeiro país da União Europeia a impor novo lockdown

Para conter o avanço da covid-19, a Irlanda decretou lockdown por seis semanas irlandeses, mas as escolas permanecerão abertas. Entenda

Lockdown Irlanda: segunda onda de coronavírus avança na Europa (Niall Carson – PA Images / Colaborador/Getty Images)

A Irlanda se tornou nesta quarta-feira, 21, o primeiro país da União Europeia (UE) a decretar um novo lockdown para conter a disseminação do coronavírus, no momento em que o continente, atingido pela segunda onda da pandemia, aumenta as restrições para conter a covid-19.

Na esperança de “celebrar o Natal de maneira adequada”, nas palavras do primeiro-ministro Micheal Martin, os irlandeses deverão permanecer em casa por seis semanas, mas as escolas permanecerão abertas.

No Reino Unido, o País de Gales (que tem 3 milhões de habitantes) estará sujeito, a partir de amanhã, a um confinamento de duas semanas, a medida mais dura já adotada no país desde a primeira onda da doença.

Na Irlanda e no País de Gales, estabelecimentos comerciais não essenciais serão fechados. Além disso, os irlandeses poderão deixar suas casas apenas para se exercitar em um raio de cinco quilômetros de suas residências, sob pena de multas.

Na Inglaterra, reuniões de mais de seis pessoas já foram proibidas, e 28 milhões de pessoas ( metade da população), incluindo Londres, estão sujeitas a medidas ainda mais rígidas.

Na terça-feira, 20, Manchester, uma cidade de 2,8 milhões de habitantes no noroeste da Inglaterra, foi colocada em nível de alerta máximo. A medida significa o fechamento de bares e pubs que não servem comida e a proibição de reuniões com pessoas de casas diferentes. Yorkshire enfrentará as mesmas medidas a partir de sábado.

Itália

Os sinais também são vermelhos na Itália, onde a rica região da Lombardia – ao norte – e de Campânia – a sudoeste – estabelecerão toque de recolher a partir de hoje das 23 às 5 horas durante três semanas.

Primeiro país da Europa atingido pela pandemia, a Itália registra desde sexta-feira um aumento acentuado no número de contágios, com mais de 10 mil por dia. A Lombardia, seu coração econômico, é, mais uma vez, a mais afetada. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, estuda a possibilidade de aplicar nos fins de semana em todo o país um toque de recolher das 23 às 5 horas.

A situação é ainda pior na França, que na terça-feira registrou 163 novas mortes e mais de 20 mil novos casos. As grandes metrópoles, incluindo Paris, ou seja, 20 milhões de pessoas, estão sujeitas a um toque de recolher das 21 às 6 horas desde o fim de semana.

O toque de recolher também entrou em vigor na Eslovênia, na terça-feira: seus 2 milhões de habitantes não poderão sair entre 21 e 6 horas. Na República Checa, o governo anunciou um confinamento parcial: restrição de deslocamento, exceto para trabalho, compras e visitas médicas, fechamento de lojas e serviços.

A Rússia registrou 317 mortos em 24 horas, o maior número em um dia desde o começo da pandemia. Moscou acumula 377.017 casos de covid-19 e 6.121 mortes, 63 em 24 horas. Apesar do aumento do número de casos nas últimas semanas, as autoridades russas descartaram a possibilidade de adotar medidas drásticas como o lockdown ou a paralisação de setores econômicos.

A Alemanha registrou 7.595 novos casos em 24 horas, o segundo número mais elevado desde o início da pandemia, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI) de virologia. O total de contágios é de 380.762, com 9.875 mortos. O ministro de Saúde, Jens Spahn, que testou positivo para covid-19, disse que não descarta a possibilidade de estender a outras partes do país as restrições adotadas em Berchtesgaden (sul), por causa da elevada incidência com 262,4 novos contágios em cada 100 mil habitantes em uma semana. “É esse o enfoque que temos de ter, tomar medidas a nível federal, senão elas vão ser sempre adaptadas às situações. Estou certo que assim elas terão maior aceitação.”

A pandemia já matou pelo menos 1.128.090 pessoas em todo mundo desde o final de dezembro, de acordo com um balanço da Universidade Johns Hopkins. Mais de 41 milhões de casos de infecção foram diagnosticados.

Hospitais nos EUA começam a ficar lotados

Nos EUA, os hospitais começam a ficar lotados por causa de um novo aumento de casos de covid-19, em um momento em que vários Estados estão registrando números recordes de hospitalizações e as autoridades se esforçam para encontrar leitos e funcionários da área de saúde adicionais. Vários médicos disseram que esse aumento de casos e hospitalizações é alarmante.

“Quando vemos que as internações estão aumentando, significa que já estamos com problemas”, disse a epidemiologista Saskia Popescu, da Universidade George Mason. Os Estados Unidos lideram a lista de países afetados pelo coronavírus. Registraram mais de 8 milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia e mais de 220 mil mortes. A média de casos em sete dias chegou a 60 mil o maior número desde julho.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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