Conecte Conosco

Mundo

Irã pede ao Reino Unido liberação de petroleiro interceptado em Gibraltar

O país ainda classificou a interceptação como um ato de “pirataria”

Navio ao qual transportava o iraniano, na costa de Gibraltar
(foto: Jorge Guerrero/AFP)

O Irã solicitou ao Reino Unido a “liberação imediata” do petroleiro iraniano interceptado na costa de Gibraltar, denunciou a retenção do navio como um ato de “pirataria” e acusou Londres de atuar a pedido dos Estados Unidos.

O pedido iraniano foi apresentado na quinta-feira (4/7) à noite ao embaixador britânico em Teerã, que foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores, indica o comunicado, que também afirma que o petroleiro foi interceptado em “águas internacionais”.
Diante das suspeitas de que transportava petróleo para a Síria, o que representaria uma violação das sanções europeias contra Damasco, o “Grace 1” foi interceptado na quinta-feira na costa do território britânico de Gibraltar, no extremo sul da península Ibérica.
Na quinta-feira (4/7) à noite, Teerã anunciou que convidou o embaixador britânico, Rob Macaire, para apresentar um protesto.
Durante a reunião com Macaire, as autoridades iranianas afirmaram que a captura do petroleiro era “inaceitável” e pediram a Londres a “liberação imediata” do navio, “por ter sido interceptado a pedido dos Estados Unidos, segundo as informações de que dispomos atualmente”, afirma o comunicado da diplomacia de Teerã.
Esta forma de agir é “absolutamente idêntica à política brutal dos Estados Unidos, contra a qual os países europeus sempre protestaram”, completa a nota oficial.
O texto afirma ainda que “foram entregues ao embaixador britânico documentos sobre o petroleiro e sobre sua carga, que mostram que a viagem do navio era perfeitamente legal”.
Em uma mensagem publicada no Twitter e divulgada pela agência Mehr, o líder iraniano ultraconservador Mohsen Rezai menciona a possibilidade de adoção de represálias contra os britânicos.
“Em 40 anos de história, a Revolução Islâmica nunca provocou nenhuma tensão, mas diante da arrogância, nunca hesitamos em responder”, escreveu Renzai, secretário do Conselho de Discernimento, um cargo importante do sistema político iraniano.
“Se a Grã-Bretanha não liberar o #petroleiro_iraniano, as autoridades responsáveis devem atuar reciprocamente e interceptar e capturar um petroleiro britânico”, completou.
A retenção do “Grace 1”, de bandeira panamenha, aconteceu poucos dias depois do anúncio do Irã de que excederá o limite de urânio enriquecido estabelecido pelo acordo internacional de 2015, em um contexto de grandes tensões com Washington, o que provoca o temor de um conflito na região estratégica do Golfo.
O navio, de 330 metros de comprimento, foi detido na madrugada de quinta-feira pela polícia e pelos agentes alfandegários de Gibraltar, auxiliados por um destacamento da Marinha britânica.
As autoridades britânicas afirmam que o navio foi abordado quatro quilômetros ao sul do Rochedo de Gibraltar, em uma área usada por embarcações para carregar suprimentos, principalmente alimentos, que Gibraltar considera águas britânicas.
Uma informação questionada pela Espanha, que reivindica a soberania sobre o território de Gibraltar e considera as águas como espanholas.
A pedido dos Estados Unidos
O Irã insiste em que o petroleiro navegava por águas internacionais e o Ministério das Relações Exteriores descreveu a ação do Reino Unido como um ato de “pirataria”.
“O Reino Unido não tinha nenhum direito de impor as próprias sanções unilaterais, ou as da União Europeia, de forma extraterritorial contra outros países”, afirmou o Ministério iraniano.
Fabian Picardo, chefe de Governo de Gibraltar, declarou que o território tinha razões para acreditar que o “Grace 1” “transportava a carga de petróleo cru para a refinaria de Banias, na Síria, propriedade de uma entidade submetida às sanções da União Europeia contra a Síria”.
O ministro espanhol das Relações Exteriores, Josep Borrell, disse que a operação obedeceria a um “pedido dos Estados Unidos ao Reino Unido”.
Gibraltar, no entanto, afirma que atuou por iniciativa própria e não seguiu ordens de outros governos.
“Não houve nenhum pedido político, em nenhum momento, de nenhum governo. As decisões de Gibraltar foram tomadas de forma independente, baseadas nas violações das leis existentes e não em considerações políticas externas”, afirmou o governo do território em um comunicado.
Além disso, a justiça de Gibraltar ampliou nesta sexta por 14 dias a retenção do petroleiro ilraniano interceptado.
A Síria é objeto, desde o início do conflito em 2011, de sanções internacionais, que impactam, sobretudo, o setor de petróleo.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, celebrou a ação do Reino Unido.
“Excelentes notícias: o Reino Unido deteve o super petroleiro ‘Grace I’ carregado com petróleo iraniano com destino à Síria, em violação às sanções da UE”, escreveu no Twitter.
Publicidade
Clique aqui para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

Por

Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

 

Continuar Lendo

Mundo

Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

Por

Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

Continuar Lendo

Mundo

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

Por

País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados