Brasília
Investimentos de saúde acompanham o aumento da população em cidades do DF
Florianópolis (SC), Palmas (TO), Natal (RN), Cuiabá (MT), Aracaju (SE), Vitória (ES), Porto Velho (RO) e Macapá (AP). O que essas capitais têm em comum? Uma população inferior a 829 mil habitantes. Este, no entanto, é o total registrado apenas na chamada Região Sudoeste de Saúde do DF – área que compreende Águas Claras, Vicente Pires, Taguatinga, Samambaia, Recanto das Emas e Água Quente. Para acompanhar a expansão demográfica nesses locais, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem ampliado os investimentos em unidades localizadas na área e se prepara até mesmo para a construção de um novo hospital.
“A região vivencia um grande impacto relacionado ao crescimento populacional. Assim, o aumento dos serviços de saúde é também necessário”, avalia o superintendente responsável pela área, José Williams de Oliveira.
O desafio pode ser exemplificado por Samambaia, atualmente a mais populosa da área, com 247 mil habitantes; e Águas Claras, que, em menos de 20 anos, ficou caracterizada por seus edifícios e passou a reunir mais de 120 mil moradores. Em 2019 e 2023, houve ainda a oficialização de Arniqueiras e Água Quente como duas novas regiões administrativas, ambas com necessidades específicas de expansão em serviços públicos. Completam a Região Sudoeste Recanto das Emas, Vicente Pires e Taguatinga. Nesta última está localizada a maior unidade de saúde da área e segunda maior do DF em número de atendimentos: o Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
Prestes a completar 50 anos, comemorado em março de 2024, o HRT realiza cerca de 200 mil atendimentos de urgência e mais de 7 mil cirurgias ao ano. Sua estrutura possui 302 leitos de enfermaria e 22 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de alas dedicadas a serviços especializados de ortopedia, nefrologia, cardiologia, oncologia, oftalmologia e pediatria, dentre outras.
A rede pública da Região Sudoeste conta também com o Hospital Regional de Samambaia (HRSam) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Samambaia, Recanto das Emas e Vicente Pires. Ainda assim, o governo do DF deve investir mais de R$ 144 milhões na construção do futuro Hospital do Recanto das Emas (HRE), com área total de 16.742,49 m² e cem leitos, sendo 60 de adultos, 30 pediátricos e dez UTIs. “A construção da unidade representa um grande marco na saúde pública, com ampliação da atenção especializada”, explica o superintendente.
Ampliações
O histórico de expansões e melhorias recentes na rede é grande. A Central de Radiologia de Taguatinga (CRT) teve um aumento de 25% na capacidade de realização de exames de raio X. Já o HRSam subiu de 26 para 45 o número de leitos de internação clínica – um legado de quando o hospital ficou dedicado às ações de combate à covid-19. No Recanto das Emas, houve ainda a ativação do terceiro Centro de Especialidades para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav).
Já a assinatura dos contratos regulares de manutenção predial permitiram, até o momento, revitalizar diversos setores de atendimento do HRT, como a oncologia, o pronto-socorro e a oftalmologia, além de melhorias em 111 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da região Sudoeste.
O reforço do número de servidores também permite a ampliação da oferta de serviços. “Estamos vivendo um bom momento com a chegada de profissionais médicos de família e comunidade do programa Mais Médicos, por exemplo. Está em formulação, agora, um plano de expansão da cobertura de equipes de saúde da família [eSF] em áreas mais vulneráveis”, destaca o diretor Regional de Atenção Primária da área, Júlio César Leite.
Esse nível de atendimento, que representa a principal porta de entrada aos serviços da rede pública, conta atualmente com 31 UBSs ativas na região Sudoeste, 164 eSF, 91 de saúde bucal e 18 multiprofissionais, além de 24 salas de vacinas com funcionamento de segunda à sexta-feira.
Atendimento especializado
Apesar da divisão administrativa do DF em regiões de saúde, as unidades de Atenção Secundária e Terciária recebem pessoas de outras localidades, seja por demanda espontânea ou por encaminhamento. “Os serviços prestados no HRT atendem moradores de diversas regiões da capital e também do entorno”, conta o diretor do hospital, Felipe Motinha.
Pacientes de todas as RAs do DF podem, por exemplo, ser encaminhados ao HRT para tratamento oncológico, entre outros. Considerando os serviços do hospital, de janeiro a novembro de 2023, cerca de 6 mil usuários atendidos moravam em municípios do entorno do DF, como Águas Lindas de Goiás (GO), Valparaíso (GO), Formosa (GO) e Unaí (MG).
Em Samambaia, o HRSam é referência para cirurgias eletivas, onde se destacam os procedimentos de hérnia e vesícula, além dos ginecológicos e obstétricos. Seus pacientes são todos encaminhados pelo Complexo Regulador do DF, independentemente de onde residem. A unidade realiza ainda cerca de 350 partos ao mês, em um serviço de porta aberta à população. O que mais chama a atenção, porém, é a oferta de leitos de UTI, recebendo usuários encaminhados por qualquer área do DF. “Acolhemos pacientes de outras RAs em nossas unidades intensivas, setor que conta com 27 leitos, sendo nove deles com hemodiálise”, detalha o diretor da unidade, Josinaldo Cruz.
O atendimento ampliado é válido também a outras unidades especializadas, como os ambulatórios de endocrinologia, de feridas complexas e o de oftalmologia, além dos cinco Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e as policlínicas. “Os atendimentos ambulatoriais oriundos do Sistema de Regulação são ofertados de acordo com a disponibilidade de vagas a quem for o próximo da lista de espera, e não somente a pacientes da Região Sudoeste”, detalha a diretora Regional de Atenção Secundária, Daianna Brandão.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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