Brasil
Internações por covid-19 têm queda significativa no Rio de Janeiro
Taxa de ocupação dos leitos caiu de 96% para 77%
As internações por covid-19 na cidade do Rio de Janeiro tiveram uma queda expressiva e há três semanas não há fila de espera por um leito. A taxa de ocupação dos leitos de covid-19 caíram de 96% para 77% e a redução no número de pacientes internados foi de 27,5%. Os dados foram divulgados hoje (2), durante a apresentação do boletim epidemiológico da prefeitura.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o atendimento por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na rede de urgência e emergência da cidade está com estabilidade e tendência a leve queda, apresentando redução no número de casos confirmados de covid-19 nas últimas cinco semanas e de óbito em dez semanas, com uma redução de 44% nas mortes causadas pelo novo coronavírus em junho, na comparação com maio.
A proporção de pessoas internados por faixa etária segue a tendência de diminuição no número de idosos e avança à medida que os grupos são vacinados. No momento, a maior parte das internações está na faixa de 40 a 59 anos.
Apesar da melhora nos indicadores, com apenas 18 internações por covid-19 registradas ontem (1º), o secretário, Daniel Soranz, alerta que a cidade ainda está com alta transmissão da doença, tendo o inverno como fator de agravamento no quadro, e ainda não é possível retirar as medidas restritivas e preventivas.
“É preciso ter cautela, porque ainda temos um nível de transmissão muito alto na cidade. É muito importante que as pessoas vejam que é uma boa notícia, as vacinas estão funcionando. Mas é o momento de segurar, de usar máscara, evitar se aglomerar, evitar qualquer tipo de exposição desnecessária, porque ainda temos muitos casos de covid-19 circulando na cidade”.
O mapa de risco apresenta melhoria depois de seis semanas estáveis no risco alto. Agora, cinco das 33 áreas avançaram para o risco moderado de transmissão: zona portuária, Penha, Ilha do Governador, Santa Teresa e Vigário Geral. Porém, o decreto com as medidas restritivas teve a validade prorrogada até o dia 12 de julho.
Permanece suspenso o funcionamento de boates, danceterias e salões de dança, assim como a realização de festas que necessitem de autorização transitória, em áreas públicas e particulares. As academias de ginástica, bares, lanchonetes, restaurantes, shoppings, centros comerciais, galerias de lojas, museus, bibliotecas, cinemas, teatros, casa de festas, recreação infantil, parque de diversões e espaços turísticos devem atender as regras de ocupação máxima e distanciamento mínimo.
Vacinação
O município já aplicou mais de 4 milhões de doses da vacina contra a covid-19, sendo que 3.044.075 de pessoas receberam a primeira dose e mais de 1 milhão completaram o esquema vacinal. A vacina Janssen, de dose única, foi aplicada em 47.295 e outras 980.617 já receberam as duas doses da Coronavac ou da AstraZeneca/Fiocruz, cobrindo 19,5% da população acima de 18 anos com a imunização completa.
Segundo Soranz, a vacinação com a primeira dose já cobriu 94% da população de 50 a 59 anos e 90% de 40 a 49 anos, faixa que será completada na semana que vem. De acordo com o secretário, o calendário pode ser acelerado de acordo com as doses recebidas do Ministério da Saúde.
“Em junho, aplicamos mais que o dobro de vacinas do que no mês de março. F foram 854 mil doses. O aumento de doses recebidas e aplicadas foi o que, de fato, gerou o aumento na velocidade do calendário. Recebemos 154 mil doses a mais do que estava programado.Temos uma capacidade operacional de aplicação muito superior do que a quantidade de doses que estamos recebendo. É claro que, com mais doses, poderíamos avançar ainda mais nesse calendário.”
O calendário prevê, para a semana que vem, a vacinação das pessoas de 42 a 40 anos. Na segunda-feira (5) devem ir aos postos as mulheres de 42 anos e na terça-feira (6) os homens dessa idade. A quarta-feira (7) foi reservada para a faixa de 41 anos, sendo mulheres pela manhã e homens à tarde.
Na quinta-feira (8) será a vez das mulheres de 40 anos, na sexta-feira (9) dos homens dessa idade e no sábado, a repescagem para todas as pessoas com 40 anos ou mais.
Repescagem
A prefeitura alerta que os dias de repescagem – para quem perdeu o seu dia de tomar a primeira dose – vão começar a ficar menos frequentes. Amanhã (3) e no dia 6 poderão comparecer aos postos as gestantes, puérperas e lactantes. Na semana de 12 a 17 de julho serão imunizados as pessoas de 39 a 37.
Ao todo, 89.865 não tomaram a segunda dose na data correta, o que corresponde a 4% do total. A partir da próxima semana começa a ser aplicada a segunda dose da AstraZeneca/Fiocruz, vacina que teve a aplicação iniciada há 12 semanas. A prefeitura espera cobrir, nos próximos 15 dias, o esquema vacinal de todos os maiores de 60 anos.
O secretário de Saúde informa que, com o avanço do calendário, a prefeitura estuda a possibilidade de vacinar os adolescentes de 12 a 17 anos ainda em agosto, a depender do envio de doses. Sobre a possibilidade de se aplicar uma terceira dose nos idosos, que foram vacinados primeiro e estudos indicam que a efetividade da vacina neles pode ser menor, o secretário afirma que a discussão está ocorrendo no mundo todo e o Rio de Janeiro tratará do assunto após completar a imunização de toda a população adulta e adolescente. Agência Brasil
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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