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Índia supera 20 milhões de casos de coronavírus e Brasil sofre com falta de vacinas

Nesta terça-feira, o país asiático contabilizou mais de 350.000 novos casos, um pouco menos que o recorde de 402.000 em 24 horas registrado na semana passada

(crédito: Prakash SINGH / AFP)

A Índia superou, nesta terça-feira (4), a marca de 20 milhões de casos de covid-19 e o cenário no país é cada vez mais preocupante, com o sistema de saúde asfixiado, enquanto no Brasil, também muito afetado pela pandemia, alguns estados interromperam a aplicação da segunda dose da vacina Coronovac por falta do imunizante.

Nesta terça-feira, o país asiático contabilizou mais de 350.000 novos casos, um pouco menos que o recorde de 402.000 em 24 horas registrado na semana passada.

“Há um sinal de movimento na direção correta”, afirmou na segunda-feira Lav Aggarwal, alto funcionário do ministério da Saúde indiano.

A Índia, que sofre com uma onda de contágios de uma nova variante do vírus, tem um balanço de 222.000 mortes, uma situação dramática atribuída por especialistas aos grandes encontros religiosos e à inércia do governo do primeiro-ministro nacionalista Narendra Modi.

Os hospitais estão em colapso, com falta de oxigênio, remédios e leitos, apesar dos esforços da comunidade internacional para ajudar o país na luta contra o vírus, que matou mais de 3,2 milhões de pessoas no mundo

“Trabalhamos muito duro, mas não podemos salvar a todos”, afirma Swadha Prasad, de 17 anos, que atua como voluntária em Nova Délhi verificando a disponibilidade de leitos e remédios, além de atender ligações de pessoas desesperadas em busca de ajuda para os familiares.

Passaportes sanitários

A situação é muito diferente na Europa, onde um progresso sutil está reduzindo as ordens de confinamento e outras medidas contra o vírus em vários países.

A Alemanha vai suspender algumas restrições para as pessoas que já estão totalmente vacinadas, como a obrigatoriedade de um teste negativo para entrar nas lojas ou o limite de capacidade em reuniões privadas, anunciou a ministra da Justiça nesta terça-feira.

O Parlamento vai se pronunciar na quinta e na sexta-feira sobre o projeto, que poderá entrar em vigor no fim de semana. Mas, até então, apenas 8% da população alemã já recebeu as duas doses da vacina contra a covid.

A Dinamarca também anunciou nesta terça novos passos para sua reabertura, graças a uma situação epidemiológica controlada e seu passaporte sanitário, um dos primeiros da Europa.

E na Itália, o primeiro-ministro Mario Draghi mencionou um “passaporte nacional verde” para os vacinados, que valeria a partir da segunda quinzena de maio e que visa retomar as viagens entre regiões.

Cada vez mais governos levantam a opção do passaporte de saúde para tentar retomar suas economias, afundadas pela pandemia

Na quarta-feira, os embaixadores dos 27 estados membros da União Europeia (UE) devem examinar uma proposta da Comissão Europeia para permitir a entrada no bloco de viajantes completamente vacinados.

O ritmo das campanhas de imunização está acelerando, mas ainda há um longo caminho pela frente.

Nesta terça, um quarto da população da UE, de 446 milhões, havia recebido pelo menos uma injeção. E haverá “doses suficientes para vacinar 70% dos adultos” do bloco até julho, garantiu a presidente do executivo europeu, Ursula von der Leyen.

Segunda dose indisponível no Brasil

No Brasil, segundo país mais afetado pela pandemia no mundo com mais de 408.000 mortes, o problema é a falta de vacinas.

Pelo menos sete capitais, incluindo grandes cidades como Belo Horizonte e Porto Alegre, interromperam a aplicação da segunda dose da vacina CoronaVac por falta do imunizante, o mais utilizado no país.

Nesta terça-feira, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a gestão da pandemia do governo Jair Bolsonaro deu início aos interrogatórios, com a convocação do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido por defender o isolamento social.

Em sua declaração preliminar, Mandetta afirmou que sua atuação foi guiada pela “defesa intransigente da vida”, assim como pela “ciência como elemento de decisão”. Uma postura que segundo muitos especialistas se opõe à atitude de Bolsonaro, que minimizou a doença.

A América Latina e o Caribe somam mais de 929.000 mortes e quase 30 milhões de infecções, de acordo com dados da AFP nesta terça. Em todo o mundo, a pandemia causou mais de 3,2 milhões de mortes e mais de 153 milhões de infecções.

Nos Estados Unidos, país mais afetado tanto em mortes como em casos, o presidente Joe Biden estabeleceu uma nova meta de vacinação nesta terça: 70% dos adultos devem receber pelo menos uma dose até 4 de julho, Dia da Independência.

Até essa data, o objetivo é que 160 milhões de norte-americanos estejam totalmente vacinados.

Em Nova York, que foi o epicentro da epidemia no ano passado, o governador do estado, Andrew Cuomo, anunciou a iminente retomada do serviço 24 horas do metrô da cidade.

Os Estados Unidos devem aprovar na próxima semana o uso da vacina contra a covid-19 da Pfizer-BioNTech para adolescentes a partir de 12 anos.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou nesta terça-feira o início da “análise contínua” da vacina do laboratório chinês Sinovac, o que abre caminho para sua futura autorização na UE.

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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