Brasília
Gravidez: raro caso de gêmeos ‘semi-idênticos’ é descoberto na Austrália
Exames mostraram que o DNA dos bebês – um menino e uma menina – são 100% idênticos do lado materno; no entanto, o DNA paterno só é 78% compatível
Quando pensamos em gêmeos, duas possibilidade vêm a cabeça: gêmeos idênticos, que são do mesmo sexo e compartilham DNA semelhante, ou gêmeos fraternos, que podem ou não ser do mesmo sexo, mas têm DNA distintos. No entanto, uma equipe médica australiana apresentou uma nova modalidade de gêmeos: semi-idênticos, que seriam formado por três tipos de DNA (dois paternos e um materno).
Nascidas em 2014, as crianças – um menino e uma menina – são o primeiro caso de gêmeos semi-idênticos observado ainda durante a gestação e o segundo já registrado no mundo. A primeira descoberta foi feita nos Estados Unidos em 2007.
Exames realizados durante a gestação indicam que o DNA materno em ambas as crianças é 100% idêntico, mas o DNA paterno só se assemelha em 78%. Para os médicos, existem duas possíveis explicações para o fenômeno: os óvulos da mãe podem ter se copiado prematuramente antes da fertilização por dois espermatozoides, mas não se separaram completamente. Ou o óvulo foi fertilizado simultaneamente por dois espermatozoides antes de se dividir. “O que temos é uma sequência de eventos incomuns”, comentou Michael Gabbett, pesquisador que acompanhou o caso, ao The Guardian.
Ainda que seja uma novidade surpreendente até para comunidade médica, o evento trouxe consequências para os dois casos registrados. No primeiro, o bebê americano nasceu com duas genitálias e foi classificado como quimera genética, ou seja, ele tinha dois tipos de DNA. Essa manifestação foi explicada por uma gestação gemelar em que um dos embriões teria sido “absorvido” pelo outro.
Já no caso australiano, os médicos descobriram que a menina havia desenvolvido um coágulo sanguíneo pouco antes do nascimento. Por causa disso, um de seus braços precisou ser amputado quando ela tinha quatro semanas de vida. Três anos depois, a menina precisou remover os ovários por que não haviam se formando completamente. Caso a remoção não tivesse sido realizada, ela teria risco aumentado de câncer relacionado ao sistema reprodutor.
Apesar disso, os médicos dizem que não há motivo para alarme, já que embriões deste tipo geralmente não sobrevivem. “É incrivelmente raro, então não creio que seja algo para preocupação ou uma situação que exija testes rotineiros”, assegurou Gabbett. O caso australiano foi reportado no periódico The New England Journal of Medicine.
A descoberta
De acordo com a equipe que acompanhou os bebês, uma ultrassom de rotina feita na sexta semana de gestação mostrou sinais de gêmeos idênticos (mesmo sexo e DNA). Entretanto, meses depois, o pré-natal indicou algo incomum: as crianças tinham sexos diferentes.
Diante do resultado inusitado, os médicos decidiram realizar estudos genéticos ainda durante a gravidez. A coleta de células do saco amniótico – local onde o feto se desenvolve – confirmaram a existência de diferenças genéticas: apesar de terem o mesmo DNA materno, o paterno diferia em alguns aspectos.
Como teria acontecido?
Para os pesquisadores, esse tipo de situação pode ocorrer quando dois espermatozoides fertilizam um único óvulo. No caso dos gêmeos australianos, um dos espermatozoides continha um cromossomo X (que determinaria o sexo feminino) e outro, um cromossomo Y (que formaria o menino).
Depois da fertilização, os cromossomos dos dois espermatozoides e do óvulo teriam se agrupados em três “pacotes genéticos”: um deles continha cromossomos de ambos os espermatozoides, indicando a presença de dois conjuntos do material genético paterno, mas nenhum materno. Os outros dois pacotes eram preenchidos pelo mesmo conjunto de cromossomos da mãe, além do material genético de um dos gametas paterno, que teria dado origem a células XX (feminina) ou XY (masculina).
Uma vez que o óvulo fertilizado (zigoto) passou pela divisão celular e cresceu, o pacote genético preenchido apenas pelos cromossomos dos espermatozoides morreram. Já os que englobavam cromossomos do óvulo e de uma célula espermática continuaram a se dividir. Essa divisão gerou duas formações celulares que produziram os gêmeos.
No entanto, essa divisão também provocou uma mistura genética: algumas das células dos dois embriões continham dois cromossomos X, enquanto outras continham um cromossomo X e um cromossomo Y. Mas esse fato sozinho não explicaria porque eles tinham sexo diferentes. A investigação apontou que essa distinção de sexos foi determinada pela proporção de células em cada embrião, ou seja, na menina havia maior quantidade de células XX e no menino, células XY.
Gêmeos convencionais
A fecundação de gêmeos fraternos ou idênticos apresenta algumas diferenças em relação aos gêmeos semi-idênticos. Para os idênticos, o um óvulo é fertilizado por um único espermatozoide. As divisões celulares levam o óvulo fecundado a se dividir em dois, gerando duas crianças com DNA igual.
Nos fraternos, dois óvulos são fertilizados, cada um por um espermatozoide diferente. Os gêmeos resultantes surgem da mesma gravidez, mas não são geneticamente semelhantes. É como se duas gestações distintas acontecessem ao mesmo tempo. Esse tipo de gravidez está relacionada à herança genética.
Além disso, mulheres mais velhas também estão mais propensas a engravidar de gêmeos fraternos, pois apresentam maior chance de libertar mais de um óvulo durante a ovulação. Tratamentos para infertilidade, como fertilização in vitro (FIV), também aumentam a probabilidade de gêmeos já que, geralmente, mais de um embrião é implantado no útero.
No caso dos bebês australianos, existe similaridade genética maior do que a encontrada em gêmeos fraternos (formado por dois óvulos e dois espermatozoides), mas não chegam a ser idênticos uma vez que possuem DNA de dois espermatozoides. Embora represente uma terceira modalidade de gestação, os pesquisadores afirmam que ela continua sendo um fenômeno incomum. Aliás, Gabett realizou uma análise de dados genéticos de 968 gêmeos fraternos para verificar se algum par poderia ser um semi-idêntico não identificado. No entanto, não foi encontrado nenhum outro caso de semi-idênticos.
Fonte Veja
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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