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Genoma dos madrugadores os protege da depressão

Pessoas predispostas a acordar cedo compartilham genes que melhoram sua saúde mental

O estudo identifica 351 genes que influenciam na facilidade para acordar cedo. KINGA CICHEWICZ UNSPLASH

Os cientistas chamam de cotovia o tipo de pessoa que sai da cama com facilidade e é mais produtivo pelas manhãs. Seu cronotipo — este é o nome técnico para cada padrão de sono e de atividade — é oposto ao dos corujas, que trabalham melhor à noite e se deitam e levantam tarde, de acordo com as convenções sociais. Um novo estudo, publicado nesta terça-feira na Nature Communications, revela que aqueles que são geneticamente programados para acordar cedo têm menos risco de ter doenças mentais, como depressão ou esquizofrenia. Além disso, eles dizem se sentir melhor que os outros.

Sabia-se que a genética de cada indivíduo condiciona sua facilidade para seguir um ou outro horário. Mas as pesquisas anteriores identificaram apenas um punhado de genes relevantes para o cronotipo, e os estudos que buscaram uma ligação com a saúde só encontraram correlações, e não causalidade. O novo trabalho, que analisou o genoma de 697.828 pessoas, conclui que há pelo menos 351 genes que predispõem uma pessoa a ser coruja ou cotovia, centenas mais do que os 24 que se conheciam. Ao determinar quais variantes genéticas compartilham as cotovias, os pesquisadores foram capazes de estabelecer uma relação de causa e efeito entre ser madrugador e gozar de melhor saúde mental.

A equipe de pesquisa internacional liderada por biólogos da Universidade de Exeter (Reino Unido) analisou os genomas de cidadãos britânicos reunidos no banco de dados de pesquisa UK Biobank e também dados da empresa privada norte-americana 23andMe, que vende testes pessoais de genética. Cada participante havia indicado seu padrão de sono previamente em uma pesquisa. No entanto, os cientistas estavam à procura de uma medida mais objetiva do cronotipo, de modo que incluíram na análise dados de 85.760 pessoas cujas horas de sono foram registradas com uma pulseira de atividade.

O estudo confirma que aqueles que eram geneticamente predispostos a serem cotovias dormiam em média 25 minutos mais cedo do que as corujas. Obtiveram essa medida ao comparar os 5% de pessoas que tinham mais genes madrugadores em seu DNA com os 5% que tinham menos. A diferença de horário entre um extremo do espectro e o outro parece modesta, mas é estatisticamente significativa. Não houve diferenças, no entanto, na duração ou na qualidade do sono.

Embora os matinais digam ter melhor bem-estar em geral e de ter sido detectado que eles têm menos casos de depressão e esquizofrenia, os pesquisadores não encontraram evidências de que ser madrugador proteja contra outras doenças, como a diabetes ou obesidade. “Isso foi um pouco surpreendente”, diz o biólogo Samuel Jones, da Universidade de Exeter, um dos autores do estudo. “Muitas pesquisas constataram que as corujas têm regulação metabólica pior e talvez um risco de diabetes e obesidade. Mas esses estudos tendem a ser de correlação; ao usar a genética, nós pudemos inferir a causa e o efeito”.

Jet lag social

Uma possibilidade para explicar os resultados anteriores é que exista um terceiro fator comum para quem vai dormir tarde e para quem sofre dessas doenças, explica Jones. Mas também é possível que ser coruja não seja inerentemente ruim para a saúde, mas que o prejudicial seja se levantar cedo por compromissos sociais e de trabalho quando a genética o predispõe ao contrário. Isto produz desequilíbrios nos relógios biológicos internos, ou jet lag social, e tem consequências negativas demonstradas para a saúde.

De fato, muitos dos genes identificados neste estudo são responsáveis pela regulação dos relógios circadianos do corpo, processos bioquímicos que governam a periodicidade das atividades celulares. Jones observa que “o ritmo circadiano pode ser treinado até certo ponto”, especialmente tentando manter uma rotina para se deitar e acordar sempre na mesma hora. “Se você é uma pessoa da noite, pode conseguir avançar uma grande parte do caminho para ser uma pessoa da manhã”, explica o pesquisador. Mas acrescenta: “Os genes vão te deter no trecho final, porque as corujas têm um relógio interno que funciona um pouco mais devagar. Isso é genético e não pode ser alterado”.

Maria José Martínez, coordenadora do Grupo de Cronobiologia da Sociedade Espanhola de Sono (SES), que não participou do estudo, diz que “se nós vivêssemos em uma sociedade na qual cada um pudesse organizar seus horários (trabalho, sono, etc.) livremente, seria indiferente para a saúde ser matinal ou vespertino”. Mas Martínez, que também é gerente da empresa de assessoria circadiana Kronohealth, matiza que, para as corujas isso somente acontece “desde que se use luz artificial intensa durante as horas de vigília e se evite a luz durante as horas de sono”.

A incidência de luz é um fator importante porque interrompe a produção de melatonina, um hormônio que favorece o sono. Um conselho para adiantar a rotina quando o corpo não pede é se expor à luz, natural ou do abajur, no início da manhã, inclusive antes de despertar. Curiosamente, Jones e seus colegas descobriram que alguns dos 351 genes associados com o cronotipo são expressos nas células da retina, no olho, o que sugere que “as cotovias provavelmente percebem a luz de forma ligeiramente diferente das corujas”, de acordo com o autor do estudo.

Outros genes que foram identificados são expressos no hipotálamo, uma região do cérebro com funções de regulação do sono e da vigília, alguns participam do metabolismo da insulina e existem aqueles que influenciam o processamento de substâncias estimulantes, como a cafeína e a nicotina. Tudo isso aponta para diferenças fisiológicas intrínsecas entre as corujas e as cotovias, mas são necessários estudos detalhados para revelar como e por que afeta cada uma destas variantes genéticas do cronotipo e, por extensão, a saúde mental. Fonte: El Pais

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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