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Mundo

Europa registra queda no número diário de mortes por coronavírus

Enquanto a curva começa a ser achatada na Europa, os Estados Unidos registram uma expansão vertiginosa da pandemia de coronavírus

Coronavírus: a COVID-19 já infectou mais de 1,2 milhão de pessoas e matou mais de 70.000, sendo mais de 50.000 na Europa (Fabrizio Villa/Getty Images)

A Espanha voltou a dar sinais de progresso nesta segunda-feira (6) em sua batalha contra o coronavírus, que, no entanto, ameaça uma propagação ainda mais devastadora esta semana nos Estados Unidos e em outros países como o Japão, e que levou ao hospital o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Com quase metade da Humanidade confinada em suas casas, a COVID-19 já infectou mais de 1,2 milhão de pessoas em 190 países e matou mais de 70.000, sendo mais de 50.000 na Europa, segundo um balanço da AFP.

Apesar dos números chocantes, há boas notícias na Europa: Itália, Espanha e França registram uma redução do número diário de mortos.

A Espanha, segundo país do mundo mais afetado pela pandemia depois da Itália, anunciou nesta segunda-feira 637 mortos, o quarto dia consecutivo de queda e o menor número em 13 dias, o que deixa o total de vítimas fatais em 13.055, entre as 135.032 pessoas contaminadas.

“A pressão está diminuindo”, disse a médica María José Sierra, do Centro Espanhol de Emergências Sanitárias, ao destacar que que “há uma certa queda” no número de casos hospitalizados e de pessoas internadas nas UTIs.

A Itália, com 15.877 mortes e quase 129.000 contágios, também registra um certo alívio. O número de óbitos no domingo foi de 525, o menor balanço diário desde 19 de março.

“A curva começou sua queda e o número de mortes começou a cair”, disse Silvio Brusaferro, alto funcionário do ministério da Saúde, para quem a próxima fase pode ser uma flexibilização “gradual” do rígido confinamento aplicado no país há um mês.

Na França, o balanço diário foi de 357 mortes no domingo, o menor número em uma semana no país que supera 8.000 vítimas fatais.

Estimuladas pelas notícias, as Bolsas europeias iniciaram a semana com altas de entre 2,5% e 4%. Tóquio fechou a segunda-feira com um avanço de 4,2%.

Em outros países, porém, a epidemia segue em propagação. No Japão, que registra 3.650 casos e 73 mortes, o primeiro-ministro Shinzo Abe propôs nesta segunda-feira declarar estado de emergência após a aceleração do vírus, principalmente em Tóquio.

“Esperamos declarar o estado de emergência a partir de amanhã (terça-feira, 7) depois de ouvir a opinião do painel de especialistas”, disse Abe à imprensa, antes de informar que o governo deve apresentar um pacote de 108 trilhões de ienes para auxiliar a terceira maior economia do planeta.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de 55 anos, foi internado em um hospital no domingo à noite para fazer exames. Ele foi diagnosticado há 10 dias com o coronavírus, mas continua no comando do governo, afirmou à BBC Robert Jenrick, ministro da Habitação e Comunidades.

No domingo, em sua quarta mensagem à nação em 68 anos de reinado, a rainha Elizabeth II pediu aos britânicos que resistam unidos à pandemia, que já matou quase 5.000 pessoas no país.

Nos Estados Unidos, “a semana mais triste”

Enquanto a curva começa a ser achatada na Europa, os Estados Unidos registram uma expansão vertiginosa da pandemia, com quase 10.000 mortos e o recorde de 377.000 contagiados.

“Esta vai ser a semana mais dura e triste na vida da maioria dos americanos, sinceramente (…) Este vai ser o nosso momento Pearl Harbor, nosso momento 11 de setembro”, afirmou o administrador da Saúde Pública nos Estados Unidos, Jerome Adams, ao canal Fox News.

Centenas de milhares de máscaras foram enviadas pelas autoridades americanas a Nova York, o estado mais afetado (4.159 mortos e quase 123.000 casos).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom mais sombrio a respeito da crise. No sábado, ele afirmou que o país estava entrando em uma semana “horrorosa”, na qual acontecerão “muitas mortes”.

Apesar dos números catastróficos da doença no país, Trump insiste que a maior economia do mundo não pode parar e deixa para que os estados anunciem as próprias medidas e ordens de confinamento, o que tem sido muito criticado.

América Latina

Nas América Latina, com 32.000 casos confirmados e mais de 1.100 mortes, os próximos dias também deverão ser difíceis.

O Brasil é o pais mais afetado da região, com mais de 11.000 enfermos e 489 mortes.

“A incerteza será a marca de nossas vidas a partir de agora, serão duas semanas muito duras, muito difíceis. Estamos aumentando progressivamente os casos”, afirmou Víctor Zamora, ministro da Saúde do Peru, país com 2.281 casos e 83 mortes.

A emergência de saúde, que provocou cenas terríveis no Equador, com dezenas de mortos em casas e nas calçadas em consequência do colapso dos serviços de saúde, e a crise econômica desatada pela pandemia também estão motivando o retorno à Venezuela de centenas de pessoas que migraram para a Colômbia.

Luzes e sombras

Enquanto ao redor do mundo os países e centros de pesquisa lutam contra o tempo na busca de uma vacina ou um tratamento certeiro contra o novo coronavírus, o debate continua sobre o uso de máscaras para uma suspensão progressiva do confinamento, o que é cogitado por Estados como Itália ou Áustria.

Na América Latina ou na África, nos campos de refugiados ou em países em guerra o confinamento é quase impossível. “É melhor morrer desta doença ou de um tiro do que de fome “, disse Garcia Landu, motorista de mototáxi em Angola.

Como sinal da tristeza atual no mundo, o papa

Francisco, sozinho, deu início à Semana Santa, normalmente sinônimo de igrejas lotadas e procissões, mas que este ano acontece com metade da população mundial confinada.

Com boa parte do planeta em confinamento aumentou a violência doméstica, o que levou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a classificar a situação como “horrorosa” e a pedir às autoridades que façam da proteção às mulheres “uma parte crucial dos planos” de resposta à COVID-19.

Apesar da crise, iniciativas de solidariedade foram registradas em vários países, sobretudo para ajudar aqueles que estão na linha de frente da luta contra a pandemia, os profissionais da área da saúde.

Restaurantes na França e Espanha, por exemplo, preparam refeições para médicos e enfermeiros.

O efeito devastador na economia mundial provocará, segundo os analistas, a disparada dos níveis de pobreza, a perda de milhões de empregos e a falência de milhares de empresas, apesar dos planos de estímulo anunciados por bancos centrais e organismos multilaterais.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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