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Estratégia de Ciro de atacar o PT ”está errada”, diz governador do Ceará

Segundo Camilo Santana, o pedetista erra porque ninguém consegue construir uma candidatura viável de centro-esquerda sem apoio do PT

Ex-presidente Lula recebe vista de Ciro Gomes e do governador do Ceará, Camilo Santana (PT-CE)
(foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que os encontros fora do País ajudaram a desmistificar muitos conceitos que os estrangeiros tinham sobre a Amazônia. Segundo Salles, o governo discute um plano conjunto para melhorar a imagem do Brasil fora. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Há razão para o agronegócio se preocupar com um possível boicote aos produtos brasileiros?

Acho que tem de se preocupar, menos pelo boicote, mas pelo dano da imagem. Como é o consumidor que decide o que vai consumir em qualquer lugar do mundo, a imagem prejudica diretamente a demanda. Isso é um ponto importante. Minha ida à Europa foi para isso.

Como o sr. foi recebido?

O ex-governador Ciro Gomes (PDT) erra ao adotar uma estratégia de ataques frequentes ao PT. A opinião é do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), aliado dos Ferreira Gomes no Estado. Segundo Santana, Ciro erra porque ninguém consegue construir uma candidatura viável de centro-esquerda sem apoio do PT.

Uma das primeiras lideranças do partido a defender uma autocrítica em relação a erros cometidos na economia e na política, o governador reiterou a posição em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e disse que o PT também adota uma tática errada na forma como faz oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo ele, o partido deveria ter defendido uma proposta de reforma da Previdência que defendesse os mais pobres em vez de apenas se colocar contra o projeto do governo. Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida na segunda-feira passada, dia 14, antes do desabamento de um prédio de sete andares em Fortaleza.

Os sucessivos ataques de Ciro ao PT podem causar algum abalo na relação entre o senhor e os Ferreira Gomes?

Abalo na relação deles com o PT existe, né? Na nossa relação, não. Temos uma relação muito sólida com base em um projeto no qual a gente acredita para nosso Estado. Posso ter divergências quanto ao comportamento do Ciro, acho que a estratégia dele está errada, mas respeito a posição.

Por que a estratégia de Ciro está errada?

Porque acho que nenhuma candidatura se constituirá à esquerda, centro-esquerda, se não tiver o PT como aliado. O PT demonstrou uma força extraordinária na última eleição. Fernando Haddad teve 47 milhões de votos, o partido elegeu a maior bancada federal, a maioria dos governadores. Tem uma base social muito forte. O Ciro sempre foi muito aliado, Lula não pode mais ser candidato. Defendi lá atrás que Ciro fosse candidato, defendi a chapa Ciro-Haddad, fui um dos primeiros. Era o momento de se unir em torno de um projeto.

Pesquisas mostram que o PT é importante, mas dificulta as candidaturas no segundo turno. O que o PT tem de fazer para tirar esse peso?

Defendi isso ainda no segundo turno (da eleição presidencial de 2018). Achava que Haddad deveria se apresentar para o Brasil de forma diferente. E isso é minha opinião pessoal. Deveria ter ido para a televisão e ter reconhecido que o PT cometeu erros na economia, na política. E como professor, que acredita na educação, se propor a unir o Brasil. Existia uma polarização muito grande.

O senhor já defendeu que o PT faça uma autocrítica.

Acho que um dos erros que o PT tem cometido é não fazer uma autocrítica, não se reinventar, não se renovar. Sou até criticado internamente por essa visão. Mas como quero conquistar o Brasil? Precisa ter uma mudança, principalmente na região Sul-Sudeste, onde se criou um antipetismo muito forte. O PT deve se renovar, se reinventar em alguns aspectos para conquistar essa parcela da população que se decepcionou, que não acredita mais. O partido deve mostrar que é possível, que tem coisas muito boas e importantes que já fez e pode fazer.

O que impede o PT de fazer isso? O senhor não é o único que tem essa opinião.

Talvez um centralismo muito forte. É difícil diagnosticar esse comportamento ou essa tendência. O partido não deve ter o papel de fazer oposição por oposição. Eu, no meu Estado, gosto quando fazem oposição construtiva. Faz com que a gente possa abrir os olhos, ter outra visão. Uma oposição rasteira, politiqueira, isso está fora.

O PT deve ter outra postura em relação ao governo Bolsonaro?

O PT não pode fazer oposição só por oposição ao Bolsonaro, precisa mostrar os caminhos importantes para o crescimento, para a desigualdade social no Brasil. Por isso que tive aquele comportamento na reforma da Previdência. Não só meu, mas do Rui (Costa, governador da Bahia), do Wellington (Dias, governador do Piauí). É inegável a necessidade de uma reforma. Eu fiz em 2016 no meu Estado, só não mudei a idade porque Constituição não permite. Mas esse é um problema que os Estados e o País precisam enfrentar. Nosso papel é defender uma previdência que não prejudique os mais pobres, o rural, que não tenha capitalização, defender a importância de fazer uma reforma e tirar privilégios sem prejudicar a camada mais pobre e mais sofrida da população. Era isso que eu acreditava que o PT devia defender.

O senhor acha que a esquerda perdeu a oportunidade de defender essa bandeira do fim dos privilégios?

Eu acho. Dizer: nós somos a favor da reforma, mas uma que não prejudique (os mais pobres). Essa era a bandeira. Eu, apesar de ter sido vencido, defendi esse caminho.

Qual o papel que o ex-presidente Lula deve desempenhar?

Sem dúvida alguma considero o Lula a maior liderança política do Brasil. Tem um poder de influencia muito grande, eleitoralmente. Considero injusta a prisão dele. A decisão sobre a liberdade dele ou não, influenciará muito no rumo político do Brasil, não tenho dúvida disso.

Bolsonaro teve o pior desempenho eleitoral no Nordeste, mas ele está fazendo muitas ações para tentar ganhar a simpatia da população. Está dando resultado?

Cientificamente, pelo menos no meu Estado, não.

Como está a relação do senhor com o governo?

Parto do principio de que ele é o presidente de todos os brasileiros e eu o governador de todos os cearenses. Independente de quem seja o presidente, nossa relação tem que ser respeitosa, institucional, e tenho buscado. Vou nos ministérios, procuro minha bancada de deputados, senadores. O que eu puder fazer em termos de interlocução, de buscar recursos, de ações para o Estado, irei fazer, estou fazendo e continuarei fazendo.

O senhor sente alguma reciprocidade?

O governo tem colocado claramente a falta de recursos, as dificuldades, o contingenciamento. Das vezes que eu procurei, no episódio de janeiro (quando houve rebeliões em presídios no Ceará), sempre tenho tido conversas com o ministro (Sergio) Moro, com o ministro Paulo Guedes, eles têm nos recebido.

Na última crise de segurança houve ajuda material?

Eu apenas pedi vagas no sistema prisional federal para transferir algumas pessoas, mas a relação foi cordial, por telefone, se colocando à disposição. Liberaram as vagas.

Quais medidas o senhor está tomando na área da Segurança Pública?

Implantamos um sistema de reconhecimento das placas dos carros usados em crimes. É uma tecnologia totalmente desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará. Agora estamos já estamos entrando no reconhecimento facial.

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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