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Enterros noturnos, vans escolares levando corpos, cemitério lotado: como o aumento de mortes por Covid impactou o Serviço Funerário em SP

Número de enterrados em um dia bateu recorde nesta terça, dia 30, com 419 sepultamentos. Em março, até o dia 30, foram enterradas 9.350 pessoas nos cemitérios públicos, particulares e crematórios de São Paulo.

Coveiros realizam sepultamento noturno no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, nesta quinta-feira (25). Com a alta demanda de enterros, horário foi estendido até as 22h pelo governo de SP — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Corpos sendo transportados em vans escolares, enterros à luz da lua e aglomeração em filas para a liberação de caixões de pessoas que morreram de Covid. A escalada de mortes em março, o mês mais letal da pandemia, lotou hospitais e impactou o Serviço Funerário da capital paulista, que tomou medidas que não tinham sido usadas nem no pico de 2020.

Nesta terça-feira (30), o número de enterrados em um dia na capital paulista bateu recorde: foram 419. Esse número nunca havia passado de 400.

Neste mês, até o dia 30, foram enterradas 9.350 pessoas nos cemitérios públicos, particulares e crematórios de São Paulo, o que representa um aumento de 56% em relação ao mês anterior, que é mais curto.

Fevereiro, que teve 28 dias, registrou 5.964 sepultamentos. Ainda assim, nos meses anteriores, a média mensal de enterros ficou por volta de seis mil (veja o gráfico abaixo).

Para se ter ideia, em maio de 2020 – o pico de enterros no ano passado – foram 8.368 sepultamentos.

Março superou o mês com o maior número de enterros em 2020. No ano passado, o dia com o maior número de enterros foi em 14 de julho: 262.

O secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, havia dito que, caso a média de enterros diários passasse de 400, a Prefeitura poderia utilizar apenas três cemitérios para sepultamentos em São Paulo.

Com esta escalada de enterros, a Prefeitura de São Paulo estendeu os horários dos sepultamentos em quatro cemitérios: Vila Formosa e Vila Alpina, na Zona Leste; o São Luiz, na Zona Sul; e o Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte.

Os enterros passaram a ser feitos também de noite, com geradores de energia e refletores. Em 2020, a Prefeitura chegou a contratar postes de iluminação para possíveis enterros noturnos, mas eles foram devolvidos em julho sem terem sido utilizados.

Além disso, o Serviço Funerário, que contava com 45 veículos que faziam o transporte de corpos, ampliou a frota e contratou 50 vans particulares. Alguns desses veículos era usados no transporte escolar.

Os motoristas irão adaptar o veículo, retirar os bancos e o adesivo amarelo que fica na lateral e o identifica como transporte escolar. Ao final da contratação, a Prefeitura irá higienizar os veículos usados para o transporte de corpos.

Outra medida tomada pela Prefeitura foi a suspensão de novos enterros de adultos no Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, o segundo maior de São Paulo,na Zona Norte da capital paulista. Sepultamentos de crianças e de pessoas quem têm jazigo no local continuam.

“A medida consta do Plano de Contingenciamento Funerário, apresentado publicamente em 2020, e foi definido com base em critérios logísticos com base no número de óbitos ocorridos em 24 horas na cidade, que enfrenta pandemia e está em fase de emergência, conforme determina o Plano São Paulo do governo do Estado”, disse o Serviço Funerário em nota.

O maior cemitério da América Latina, o da Vila Formosa, na Zona Leste, tem registrado aglomerações. Familiares relataram filas para a liberação dos corpos das pessoas que morreram de Covid-19 e falta de distanciamento social.

“Eles colocam os corpos de vítimas das Covid-19 em uma sala, e eles vão liberando conforme vão chegando os carros para levar para os sepultamentos. Com isso, forma-se uma aglomeração, as famílias ficam todas paradas ali, esperando a liberação do caixão”, disse Debora Nogueira, que esteve no local no dia 21 de março.

A Prefeitura informou que “as equipes de fiscalização atuam nos cemitérios municipais instruindo as famílias quanto às medidas de segurança nesse período de pandemia”.

O Serviço Funerário informou ainda que hoje conta com 398 sepultadores atuando nos cemitérios municipais, sendo 173 efetivos e 225 contratados entre 2020 e início de 2021.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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