Para a vacina do novo coronavírus, o prazo de pesquisa e testagem, que pode demorar uma década, está sendo amplamente reduzido em meio à corrida mundial para buscar uma solução contra a pandemia. Alguns remédios também vêm sendo testados como tratamento, mas, até agora, especialistas afirmam que somente a vacina seria capaz de garantir segurança ante à doença.
Brasil
Emílio Ribas começa a testar vacina da Sinovac – veja os próximos locais
Vacina do coronavírus feita pela chinesa Sinovac está sendo aplicada em voluntários em SP. Nos próximos dias, chega a centros de pesquisa em outros estados
A vacina contra o novo coronavírus da farmacêutica chinesa Sinovac começou nesta semana a ser aplicada em mais hospitais e centros parceiros no Brasil. Nesta quinta-feira, 30, foi a vez do Hospital Emílio Ribas, referência pública em infectologia em São Paulo.
O Emílio Ribas é o segundo hospital a começar testes no Brasil com a vacina da Sinovac — que foi batizada de CoronaVac em referência ao nome da empresa.
Na semana passada, a testagem já havia começado no Hospital das Clínicas da capital paulista, da Universidade de São Paulo (USP), que fará no total testes com 890 voluntários. O Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, também da USP, foi outro dos centros que começou a testar nesta quinta-feira.
No Emílio Ribas, serão 852 pessoas, e em Ribeirão Preto, mais 500 voluntários. As testagens no Brasil estão sendo feitas em parceria com o Instituto Butantan, especializado em fabricação e pesquisa de vacinas.
Segundo informou o Instituto Butantan em nota, a testagem no Brasil deve terminar entre o fim de outubro e o início de novembro. Caso a vacina seja aprovada, a instituição e o governo de São Paulo firmaram um acordo com a Sinovac para fabricar milhões de doses da vacina.
Ao todo, receberão uma dose da vacina da Sinovac o total de 9.000 voluntários em 12 centros de testagem parceiros, com foco em profissionais de saúde.
Onde a vacina será testada
Além de São Paulo, a vacina da Sinovac também será testada no Paraná, no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Distrito Federal. Nesta sexta-feira, 31, os testes começam em São Caetano do Sul, no interior de São Paulo, e em Minas Gerais.
Na cidade de São Paulo, além de Emílio Ribas e Hospital das Clínicas, também participará dos testes o Hospital Israelita Albert Einstein.
No interior do estado, além do Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, ocorrerão testes na Universidade Municipal de São Caetano do Sul, no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, e na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
Fora de São Paulo, há testes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Universidade de Brasília (UnB), no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz (no Rio de Janeiro), no Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul e no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Quando haverá uma vacina?
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), afirmou em coletiva neste mês que, se aprovada, a vacina pode estar na rede pública brasileira a partir de janeiro.
Seja quais forem as vacinas bem-sucedidas, o presidente da Moderna, Stéphane Bancel — que tem uma das vacinas em teste — estima que só o grupo de risco seria imunizado no começo do ano, no melhor dos cenários. Já a população saudável começaria a receber a vacina em abril ou mesmo no segundo semestre de 2021.
A vacina da Sinovac está na chamada fase 3 de testes, a última antes de ser aprovada e chegar ao restante da popula
Nas fases anteriores, os testes são em menor escala, com foco em garantir a segurança dos voluntários e analisar se a vacina de fato produz algum efeito de criação de anticorpos que combateriam o vírus. Antes de chegar aos testes no Brasil, a vacina já passou pelas fases 1 e 2 com mais de 1.000 voluntários na China.
“O imunizante desenvolvido pela Sinovac Life Science é um dos mais promissores do mundo porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. O Instituto Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente”, disse em nota nesta quinta-feira o Instituto Butantan.
Há outras três vacinas com parcerias fechadas para testes no Brasil. Além da Sinovac, a mais avançada é a vacina da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, testada no Brasil junto à Fiocruz. A vacina de Oxford também está na fase 3 de testes.
Também há acordos para testagem no Brasil da vacina feita em parceria entre a amerciana Pfizer e startup alemã BioNTech, que está na fase 2, quando os testes são mais restritos.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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