Economia
Embaixador japonês quer expansão de negócios entre Brasil e Japão
Empresas japonesas no território brasileiro aplicaram mais de US$ 800 milhões em investimentos no Brasil este ano
De janeiro a setembro deste ano, as 700 empresas japonesas com escritório ou fábricas no território brasileiro aplicaram cerca de US$ 800 milhões em investimentos no Brasil. Mas as relações entre Brasil e Japão não se resumem a negócios. Este ano, os dois países celebraram os 110 anos da imigração japonesa no Brasil, com centenas de eventos culturais, artísticos, esportivos e culinários que simbolizam a contribuição dos japoneses para a sociedade brasileira.
Do desenvolvimento do jiu-jitsu à expansão agrícola do cerrado brasileiro, da introdução da berinjela na culinária nacional ao judô, é difícil enumerar todas as contribuições que os imigrantes japoneses deram ao Brasil. Atualmente, os 2 milhões de descendentes japoneses que vivem hoje no Brasil constituem a maior comunidade de pessoas de origem japonesa fora do Japão.
Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador do Japão, Akira Yamada, ressalta que os brasileiros também contribuíram para enriquecer a cultura e os costumes japoneses. Como exemplos, ele citou o jogador brasileiro Zico que foi importante para o desenvolvimento do futebol no Japão e a bossa nova, gênero musical brasileiro dos anos 60 que até hoje é muito apreciada pelos japoneses.
O embaixador observou ainda que os 200 mil trabalhadores brasileiros que vivem hoje no Japão são responsáveis pela disseminação do gosto pelo churrasco e pelo samba.
Para Yamada, os investimentos e a transferência de tecnologia do Japão podem aumentar em direção ao Brasil, mas observou que é importante que o “ambiente de negócios no Brasil” melhore.
Veja os principais trechos da entrevista do embaixador Akira Yamada:
Os brasileiros aprenderam muito com a imigração japonesa que incentivou o cultivo de diversos produtos agrícolas antes desconhecidos, como o pepino e a berinjela. Além disso, os imigrantes criaram um modelo de abastecimento em torno das grandes cidades que melhorou a vida dos brasileiros. Em sentido contrário, o que os japoneses aprenderam com o Brasil e exportaram para o Japão?
Akira Yamada: Este ano marca os 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Os japoneses e os seus descendentes trouxeram e implementaram muitas coisas ao longo destes anos. Já o Japão também teve muito a aprender do Brasil: enquanto os descendentes japoneses contribuíram de forma significativa na agricultura brasileira, os consumidores japoneses tradicionalmente se beneficiam pelas importações de café brasileiro de alta qualidade e de produtos como frutas tropicais nestes últimos anos, por exemplo.
Além disso, antes da criação da J-League (Liga nacional de futebol do Japão), os jogadores brasileiros como George Yonashiro e Sérgio Echigo contribuíram para o futebol do Japão. Os craques brasileiros tais como Zico e Dunga também fizeram contribuições significativas para aumentar o nível do futebol do Japão. De fato, antes de estes jogadores ingressarem na J-League, o Japão não havia participado de Copa do Mundo.
Porém o Japão esteve presente nestas últimas seis Copas. A bossa nova também ganhou a sua popularidade no Japão. Dizem que os CDs deste gênero são mais comprados no Japão do que no Brasil e a bossa nova vem enriquecendo os nossos corações. No Japão, há atualmente cerca de 200 mil trabalhadores brasileiros, e eles têm desempenhado papéis para a difusão da cultura brasileira como o samba e o churrasco lá no Japão. Isso faz com que aumente o número de jovens japoneses interessados na cultura brasileira. Aproveitando o ano comemorativo da imigração japonesa e se baseando no slogan “Do Rio para Tóquio”, gostaria de fortalecer ainda mais os nossos laços entre o Brasil e o Japão.
Na década de 1970, havia uma demanda muito grande do Japão por grãos – particularmente por grãos proteicos, como a soja. Essa necessidade deu origem a um acordo entre os governos japonês e brasileiro para desenvolver a produção de grãos no Centro-Oeste do Brasil. A partir daí, a produção de soja, milho e algodão explodiu no Cerrado, que se tornou o principal polo agropecuário do país. Parceiros de longa data, japoneses e brasileiros agora estão trabalhando em conjunto além de suas fronteiras. O desafio é viabilizar o corredor agrícola de Nacala, em Moçambique. Quais são as perspectivas desse projeto para o Brasil e Japão?
Yamada: Entre os anos de 1979 a 2001, executamos o Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento Agrícola dos Cerrados (Prodecer) constituído de cooperação financeira e de cooperação técnica, para transformar umas das terras mais estéreis do Brasil por ter um solo ácido, em terras cultiváveis na região do cerrado. Esse programa aumentou a produção de alimentos, melhorou as variedades e transferiu a tecnologia agrícola tropical sustentável para o Brasil.
Executamos esse projeto-piloto em uma área de 350 mil hectares e investimos um total de 68,4 bilhões de ienes. Atualmente 50% da produção de grãos no Brasil são produzidos na região do Cerrado e o Brasil tornou-se um grande país produtor de grãos. O sucesso do Prodecer tem um impacto notável a ser observado na história da cooperação econômica do Japão e é um projeto digno de deixar o seu registro na história agrícola do mundo.
Por meio deste projeto, vários especialistas brasileiros obtiveram conhecimentos sobre agricultura tropical sustentável e, atualmente, por meio da cooperação japonesa, vários especialistas brasileiros estão atuando em países em desenvolvimento. Em Moçambique, onde há semelhanças nas terras agrícolas tropicais do Brasil, especialistas brasileiros estão ativos no campo junto com os especialistas japoneses.
Moçambique está em um ambiente muito diferente do Brasil, mas esperamos que o Japão e o Brasil cooperem para contribuir com a solução de problemas alimentares na África e que essa cooperação triangular entre Brasil-Japão-Moçambique continue progredindo.
A parceria que existiu na agricultura entre o Brasil e o Japão pode também ocorrer no plano industrial? Quais os campos em que o Japão pode colaborar com o Brasil para que a tecnologia brasileira ganhe escala global?
Yamada: Até agora, o Projeto Usiminas sobre a produção de aço e o Projeto Amazon Aluminium sobre produção de alumínio têm sido implementados como um projeto nacional cooperado pelos setores público e privado do Brasil e do Japão no campo industrial. A cooperação público-privada japonesa contribuiu muito para o desenvolvimento do campo industrial brasileiro. Atualmente, cerca de 700 empresas japonesas estão atuando no Brasil. Esperamos que o investimento japonês se expanda e que a transferência de tecnologia para o Brasil possa acompanhar o progresso, porém, é importante melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Também esperamos aproveitar a Reunião de Cooperação em Infraestrutura Brasil-Japão, resultado da reunião de cúpula Brasil-Japão realizado em 2016, para desenvolver as relações de cooperação em vários campos industriais, com as tecnologias da informação e comunicação.
O Brasil é um grande exportador de matérias-primas e gostaria de adicionar valor à sua produção e exportar produtos de maior valor agregado. Já o Japão é um país que precisa de alimentos processados de alta qualidade, com rastreabilidade e certificação. Há espaço para o desenvolvimento de negócios que interessariam aos dois países na área da indústria de alimentos?
Yamada: Produtos agrícolas brasileiros de alta qualidade já são exportados para o Japão, sob as condições sanitárias acordadas entre Brasil Japão, como a manga brasileira e a carne suína do estado de Santa Catarina. Para que os produtos agrícolas e processados brasileiros tenham sucesso no mercado japonês, é muito importante pesquisar cuidadosamente o mercado, incluindo a preferência dos consumidores japoneses, e fornecer produtos de boa qualidade inclusive no saneamento e segurança.
Empresas japonesas estão desenvolvendo tecnologias na área energética – solar, hidrogênio e eólica. São tecnologias facilmente aproveitáveis no Brasil. De um lado o Brasil tem o que comprar dos japoneses – a tecnologia, a inovação; do outro, tem o que vender, como alimentos processados e agroenergia. O senhor acredita que as relações Brasil-Japão seguem nessa direção?
Yamada: O Brasil é um dos principais exportadores agropecuários do mundo e é um fornecedor de alimentos tradicional e confiável para o Japão, que depende da importação de muitos alimentos. De fato, o Japão importa do Brasil uma grande proporção de produtos da agropecuária para consumo interno tais como frango, café, suco de laranja. No Japão, por outro lado, a pesquisa e o desenvolvimento da energia renovável e a conservação da energia estão progredindo e espero que esses resultados sejam proveitosos para o Brasil e benéficos para os cidadãos brasileiros. Implementamos várias cooperações econômicas entre o Brasil e Japão, como o diálogo sobre agricultura e alimentos e realizamos grupo de trabalho sobre energia por meio da Reunião de Cooperação em Infraestrutura Brasil-Japão, no qual os participantes dos setores público e privado de ambos os países engajaram no diálogo. A Embaixada do Japão também irá se esforçar para tornar mais próximas as relações econômicas entre os dois países, revitalizando esses diálogos.
Como o Japão vê o atual contexto da disputa comercial entre a China e os EUA e de que forma isso pode afetar as relações comerciais japonesas?
Yamada: Quanto às questões relacionadas com a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, o governo japonês espera que sejam discutidas firmemente dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC), e continuaremos observando as mudanças nas circunstâncias e as influências aos outros países, incluindo o Japão. Fonte: Portal Exame
Economia
Carteira de dividendos: veja os papéis mais recomendados para julho
A Petrobras foi a empresa mais indicada pelas instituições financeiras consultadas pela CNN para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em julho.
O levantamento considerou as avaliações de Santander, Empiricus, XP, Guide, Ativa e BTG Pactual.
Os papéis mais recomendados foram:
- 5 recomendações: Petrobras;
- 4 recomendações: Banco do Brasil, CPFL e Vale;
- 3 recomendações: BB Seguridade, Eletrobras e Itaú.
Após um impasse sobre o pagamento ou não de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras aprovou em abril o repasse de 50% do valor total, referente ao exercício de 2023.
Com a distribuição, a equipe de analistas do Santander avalia manter o peso dos papéis da estatal em sua carteira. Já o BTG, optou por ampliar sua exposição à estatal.
“Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, aponta a equipe do BTG em relatório.
Momento de incertezas
O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (28), o último de junho, em queda de 0,32% no dia. Apesar de ter acumulado alta de 1,47% no mês, o índice caiu 7,66% no primeiro semestre deste ano.
O que se avalia é que as incertezas se mantém e o mercado seguirá se pautando por elas.
“O cenário local segue girando em torno da dificuldade do governo em convencer o mercado quanto ao seu comprometimento fiscal”, aponta a Ativa Investimentos em relatório.
O governo trabalha com a meta de zerar o déficit neste ano e no próximo — após alterar a meta de 2025, o que não foi favorável para a imagem de responsabilidade fiscal.
Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assegurar que o arcabouço será cumprido, o mercado vê o déficit primário em 0,7% do Produto Interno Bruto neste ano.
Lula se reuniu nesta quarta-feira (3) com ministros da área econômica do governo. Após o encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o presidente mantém seu compromisso com as contas públicas.
“A primeira coisa que o presidente determinou é ‘cumpra-se o arcabouço fiscal’. Não há discussão sobre esse respeito. Em 2024, 2025, 2026, o compromisso nosso é de cumprimento das leis complementares de finanças públicas”, comentou Haddad.
Segundo o chefe da equipe econômica, o governo realiza desde março um estudo entre os ministérios buscando despesas que podem ser cortadas. De acordo com Haddad, foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, cujo corte, segundo o ministro, já foi autorizado pelo presidente.
O economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, apontou em entrevista ao WW de terça-feira (2) que além da questão fiscal, outro imbróglio do cenário doméstico também segue na mira do mercado: a questão monetária.
“Essa transição para o próximo presidente [do BC] é uma espada, de fato, na cabeça. A gente não sabe exatamente quem vai ser a próxima ou o próximo presidente, qual vai ser a visão de política monetária que essa pessoa vai ter na hora de conduzir a taxa de juros, de tomar as decisões”, pontuou Megale.
“Acho que dar uma clareza e maior transparência de como vai ser a gestão da política monetária depois da transição do Roberto Campos e medidas efetivas no sentido de controlar as despesas do lado fiscal, eu acho que é o que vai trazer uma tranquilidade [para o mercado].”
Economia
Venda de veículos eletrificados cresce 146% no primeiro semestre de 2024
Entre janeiro e junho, comercialização de automóveis registrou cerca de 79 mil vendas, de acordo com relatório da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE)
O comércio de automóveis movidos a eletricidade segue em crescimento no Brasil. No primeiro semestre de 2024, a venda de veículos leves eletrificados alcançou um total de 79.304 unidades em todo o país. Somente no último mês de junho, foram registrados 14.396 novos emplacamentos, o que representa a terceira melhor marca para um mês de toda a série histórica.
O número maior de vendas na metade inicial do ano indica um crescimento de 146% em relação ao primeiro semestre de 2023, e de 288% na comparação com o mesmo período de 2022. Além dos automóveis totalmente elétricos, também são incluídos na estatística os veículos parcialmente eletrificados – ou híbridos. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e divulgados nesta quarta-feira (3/7).
Com o avanço do número de vendas, a ABVE estima que o Brasil já atingiu a marca de 300 mil veículos comercializados desde o início da série histórica do levantamento, em 2012. Além disso, a previsão da associação para 2023 é que mais de 150 mil automóveis desta categoria sejam vendidos até o fim do ano em todo o território nacional, o que indica um crescimento de cerca de 60%.
No Brasil, ainda predominam os veículos elétricos plug-in, que se consolidaram no mercado nacional e representaram 69% de todas as vendas no primeiro semestre. Dentro desta categoria, estão incluídos os tipos BEV (totalmente elétricos) e PHEV (elétricos híbridos). Na sequência, os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% da parcela total de eletrificados vendidos.
Preocupação para o setor
Mesmo diante de um aumento das vendas, o setor de veículos elétricos está preocupado com o reajuste da tributação dos produtos. Desde a última segunda-feira (1º/7), passou a vigorar uma resolução que aumenta a alíquota para a importação de elétricos importados, de 10% para 18%. Em julho de 2025, sobe para 25%, até atingir 35% no ano seguinte.
“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026. Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”, avalia o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
Além disso, a associação teme a inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, que é chamado popularmente de “imposto do pecado”. A lei foi estabelecida pela emenda constitucional da reforma tributária, aprovada no ano passado, com o objetivo de sobretaxar bens considerados danosos à saúde e ao meio ambiente.
Na avaliação da ABVE, a inclusão dos veículos eletrificados no IS “não faria sentido”, visto que esse tipo de automóvel emite menos gases de efeito estufa e reduz o nível de ruído nas cidades do país. “Eles são fatores decisivos para melhorar a qualidade de vida e diminuir as mortes associadas à poluição nas grandes cidades”. “Não nos parece cabível que esses veículos venham a ser taxados como se fossem produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, o que absolutamente não é o caso”, conclui o presidente da associação.
Economia
Produção industrial cai 0,9% em maio, diz IBGE
No acumulado do ano, houve avanço de 2,5%
A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio em relação a abril. É o segundo recuo consecutivo, apontando retração de 1,7% no período. Com o resultado, o setor perdeu o ganho acumulado entre fevereiro e março deste ano (1,1%).
No acumulado nos últimos 12 meses, houve crescimento de 1,3%, o que acabou por reduzir a intensidade no ritmo de evolução se comparado ao resultado do mês anterior. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Os números fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo órgão, que mostrou ainda avanço de 2,5% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Influências
Nessa comparação, entre as atividades, as principais influências positivas na totalidade da indústria foram anotadas por produtos alimentícios (5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,1%), indústrias extrativas (2,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,8%).
O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que, em maio de 2024, a indústria apresentou “predominância de resultados negativos de forma geral”, com recuo na margem e na comparação com maio de 2023.
Houve, ainda, interrupção da trajetória ascendente no índice de média móvel trimestral e perda de intensidade no ritmo de expansão no acumulado do ano e dos 12 meses anteriores.
Nesse mês, a indústria intensificou a queda que já tinha sido registrada no mês anterior, e entre os fatores que explicam esse resultado, estão as chuvas no Rio Grande do Sul, que tiveram um impacto local maior, mas também influenciaram o resultado negativo na indústria do país, informou o texto publicado pelo IBGE.
Conforme a pesquisa, 16 das 25 atividades investigadas tiveram recuo em maio de 2024. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%) foram as duas maiores influências negativas para o resultado geral da indústria em maio.
O gerente afirmou, também, que esses dois setores foram prejudicados pelas enchentes do Rio Grande do Sul. No setor de veículos automotores, a paralisação das plantas industriais locais provocou impactos diretos e indiretos. Por causa do mau tempo, tanto as montadoras de veículos, quanto as fábricas de autopeças pararam com as produções e isso afetou também o abastecimento para a produção de bens finais no restante do país.
“Houve, por exemplo, a concessão de férias coletivas em uma planta industrial em São Paulo como forma de mitigar os efeitos das paralisações ocorridas em unidades produtoras de peças no Rio Grande do Sul”, completou.
Greve
Macedo acrescentou que a paralisação decorrente de greve em outra montadora e a base de comparação elevada também contribuíram para a queda de dois dígitos na atividade. Em abril, o setor de veículos registrou crescimento de 13,8%.
A atividade de produtos alimentícios, que responde por cerca de 15% da produção industrial do país, teve em maio o segundo mês seguido de queda. A perda acumulada no período é de 4,7%.
“A retração no processamento da cana-de-açúcar, por conta da condição climática menos favorável na segunda quinzena de maio, provocou uma queda pontual na produção do açúcar. Já entre os impactos negativos que podem ter a ver com as chuvas no Rio Grande do Sul estão as carnes de aves, de bovinos e de suínos e os derivados da soja, que são produtos que têm grande peso no setor”, explicou.
Outros setores que recuaram e influenciaram o resultado negativo do mês foram os de produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).
Os principais impactos positivos no resultado geral da indústria foram as indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%). De acordo com Macedo, esses segmentos têm grande peso e evitaram uma queda maior no resultado da indústria.
“O crescimento do setor extrativo veio após uma queda no mês anterior, ou seja, tem o efeito de uma base de comparação mais negativa. Também houve aumento na extração dos dois principais produtos, o petróleo e o minério de ferro”, afirmou.
As atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%), produtos têxteis (2,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,5%), produtos de borracha e de material plástico (0,5%), outros equipamentos de transporte (0,2%), móveis (0,2%) e celulose, papel e produtos de papel (0,1%) também tiveram desempenho favorável.
“Ainda na comparação com abril, as quatro grandes categorias econômicas recuaram: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%)”, pontuou o IBGE.
O recuo de 1,0% na comparação de maio de 2024 com maio do ano anterior teve influência dos resultados negativos de duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 43 dos 80 grupos e 50,4% dos 789 produtos pesquisados, finalizou o IBGE.
Agência Brasil
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