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Em meio a protestos, presidente do Zimbábue interrompe viagem a Davos

Com o agravamento de crise causada por preço dos combustíveis, o líder do país africano decidiu voltar do Fórum Econômico Mundial

Com reajuste anunciado no início do mês, o Zimbábue tem o combustível mais caro do mundo. O presidente Mnangagwa garante que medida é necessária para manter estoques – 15/01/2019 (Tsvangirayi Mukwazhi/AP)

Em meio ao agravamento de tensões em seu país, o presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, decidiu interromper a viagem para a Suíça, onde acontece o encontro do Fórum Econômio Mundial (WEF), e voltou no começo desta terça-feira, 22, à capital da nação africana, Harare.

Protestos na cidade começaram na última semana, provocados pela alta no preço dos combustíveis. Na noite de segunda-feira 21, Mnangagwna afirmou que a suposta violência abusiva das forças de segurança de seu país são “inaceitáveis e uma traição”. O líder também não poupou críticas aos manifestantes, que acusou de roubo e ameaças, em seu primeiro pronunciamento desde o início de confrontos entre os lados.

Os manifestos emergiram depois do anúncio de um reajuste de 150% no valor dos combustíveis, e rapidamente sofreram uma forte repressão das forças de segurança do governo. A Organização pelos Direitos Humanos do Zimbábue diz que pelo menos 12 pessoas foram mortas e outras 78 estão internadas, a maioria feridas a bala.

A ONG também informa que mais de 240 pessoas foram atendidas depois de ser agredidas ou torturadas, e a oposição garante que forças do governo atacaram vítimas dentro de suas próprias casas. Ministros do governo acusam o Movimento para Mudança Democrática (MDC) de estar usando o aumento nos preços como pretexto para violência, mas o MDC, por sua vez, afirma que autoridades fazem uma repressão desproporcional dos protestos.

Mnangagwa utilizou sua conta no Twitter para fazer as primeiras declarações sobre a evolução dos protestos: “Há uma semana, eu anunciei medidas para estabilizar o estoque fundamental de combustível em nossa nação. Estava ciente de que elas podiam ser impopulares, e não foi uma decisão que tomamos facilmente. Mas esta era a coisa certa a ser feita.”

“O que se seguiu foi lamentável e trágico. Todos tem o direito a protestar, mas este não foi um protesto pacífico. Violência devastadora e destruição; saque em postos de polícia, com o roubo de armas e uniformes; incitação e ameaças de violência. Este não é o modo zimbabuense de ação”, acrescentou.

O presidente ainda informou que “violência e má conduta das forças de segurança são inaceitáveis e uma traição ao novo Zimbábue. Caos e insubordinação também não serão tolerados. Má conduta será investigada e, se necessário, cabeças vão rolar.”

 

 

O líder, que em 2018 substituiu o ditador Robert Mugabe no poder, já havia acenado no domingo 20 sua intenção de voltar mais cedo do Fórum Econômico Mundial. Ele disse que a decisão foi tomada “depois de uma semana muito produtiva de acordos bilaterais e reuniões de investimento”, deixando seu Ministro de Finanças, Mthuli Ncube, como responsável por continuar sua agenda no WEF.
Com a desistência, Mnangagwa se junta a líderes como Donald Trump, Theresa May e Emmanuel Macron, que também cancelaram suas viagens à Davos em meio a crises políticas e sociais em seus países.

Prisão arbitrária

Na segunda-feira 21, o Supremo Tribunal do país ordenou que as operadoras de telefone restaurassem imediatamente o acesso ilimitado às redes móveis e serviços de internet, depois de dias de bloqueio. A internet no país permaneceu cortada por vários dias, com muitos cidadãos da nação africana impossibilitados de acessar redes sociais ou portais de notícia para receber atualizações sobre os protestos.
Também ontem, Japhet Moyo, secretário geral do Congresso dos Sindicatos do Zimbábue (ZCTU), que esteve envolvido em organizar os protestos, foi preso no principal aeroporto do país, e enfrenta acusações de subversão.
Moyo não estava ciente de que era procurado pela polícia, disseram à CNN representantes dos Advogados pelos Direitos Humanos do Zimbábue. O ZCTU era um dos principais grupos incitando uma greve geral depois do anúncio dos reajustes.
Segundo a BBC, com o reajuste, o Zimbábue se tornou o país com o combustível mais caro no mundo. Muitos zimbabuenses não podem nem mesmo pagar as tarifas de transporte público para o trabalho, já que elas também sofreram aumento. Fonte: Portal Veja
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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

Por

Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

 

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

Por

Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

Por

País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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