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Economia

Em conjunta positiva, mercado imobiliário bate recorde e segue em alta

O financiamento de imóveis movimentou R$ 177 bilhões em 2020, crescimento de 32% e melhor resultado histórico. A expectativa para este ano é aumentar mais 21%. Com 121% de elevação, DF tem o segundo desempenho mais destacado do país

(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

A pandemia de covid-19 levou milhões de brasileiros para dentro dos lares, renovando o sonho da casa própria ou o desejo por um imóvel maior. O cenário econômico favoreceu a realização desse desejo, pois, diante das incertezas trazidas pelo novo coronavírus, os juros caíram e novas linhas de crédito foram criadas para incentivar o financiamento. Por isso, o mercado imobiliário bateu recorde no Brasil e no Distrito Federal, em 2020, e deve continuar em alta em 2021.
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De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o financiamento da casa própria movimentou R$ 177 bilhões em 2020. Só a caderneta de poupança liberou R$ 124 bilhões para o crédito imobiliário e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mais R$ 53 bilhões. Por isso, os financiamentos imobiliários cresceram 32% ao longo do ano, alcançando o melhor resultado da série histórica da Abecip, iniciada em 2000.

A alta foi ainda maior no Distrito Federal (DF). Segundo a Abecip, os financiamentos para a compra ou a construção de imóveis residenciais dispararam 121% na capital federal. Foi o segundo melhor resultado do Brasil, atrás apenas do Tocantins (132%). “2020 foi o melhor dos últimos anos para o mercado imobiliário do Distrito Federal. Tivemos recorde de lançamentos e da venda de imóveis”, diz o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira.

Segundo a Ademi-DF, 41 empreendimentos imobiliários residenciais foram lançados no Distrito Federal em 2020. O Valor Geral de Lançamentos (VGL) foi de R$ 2,8 bilhões. O Valor Geral de Vendas (VGV) não ficou muito atrás: R$ 2,2 bilhões. E a expectativa da Ademi-DF é de que esses números se repitam neste ano. A Abecip confirma a perspectiva de um novo recorde no mercado imobiliário em 2021. A entidade calcula que o financiamento da casa própria pode crescer mais 21%, chegando ao patamar recorde de
R$ 214 bilhões neste ano.

Um dos fatores que justificam a alta do mercado imobiliário em meio à pandemia de covid-19 é a redução da taxa básica de juros (Selic), que caiu à mínima histórica de 2% no ano passado, puxando para baixo o custo dos financiamentos bancários num momento em que os brasileiros estavam buscando mais espaço em casa para enfrentar a quarentena. “Estamos no menor patamar de taxa de juros da história. Em 2017, o mercado imobiliário trabalhava com uma taxa de 11% ao ano. Atualmente, opera com menos de 7% ao ano. Isso em um financiamento de 30 ou 35 anos tem um impacto muito grande na prestação”, explica a presidente da Abecip, Cristiane Portella. “As pessoas estão buscando comprar o primeiro imóvel ou mesmo trocando por um maior. Há uma tendência de valorização do ambiente doméstico, seja para o home office ou para o lazer”, completa.

Presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinicius Costa acrescenta que, enquanto os juros caíram, a inflação do aluguel disparou 25,71% nos últimos 12 meses, segundo o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Por isso, pagar a parcela da casa própria tornou-se mais vantajoso do que continuar vivendo de aluguel em 2020. “Durante muitos anos, a taxa de juros era tão elevada que não compensava o aluguel. Agora, o financiamento ficou mais interessante”, avalia.

Aroeira, da Ademi-DF, ressalta que, mesmo diante da perspectiva de que o Banco Central (BC) suba a Selic este ano, os juros continuarão favoráveis à compra da casa própria, pois seguirão abaixo do que o brasileiro estava acostumado há alguns anos. “Para 2021, a projeção é que o mercado permaneça com um excelente desempenho, porque as condições são muito parecidas às de 2020. A taxa de juros continua na mínima histórica, o que faz com que as prestações do financiamento habitacional caibam no bolso. Outro fator é que, com a pandemia, as pessoas passaram a valorizar mais o imóvel, porque perceberam que é fundamental para a qualidade de vida.”

Pesquisa realizada pelo FipeZap, neste início de ano, reforça o otimismo do setor: 47% dos brasileiros entrevistados disseram que ainda pretendem comprar um imóvel nos próximos três meses. A maior parte (86%) desses potenciais compradores quer uma casa nova para morar, mas 14% revelaram que veem o imóvel como opção de investimento. E, se depender da poupança, não vão faltar recursos para a realização desse sonho.

Hoje, a lei determina que 65% dos recursos da caderneta devem ser direcionados pelos bancos para o crédito imobiliário e o saldo da poupança bateu o recorde de R$ 1 trilhão no ano passado. Por isso, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cresceu mais do que a média do mercado em 2020. Segundo a Abecip, os financiamentos com recursos da poupança dispararam 58% no ano passado, saindo de R$ 79 bilhões para R$ 124 bilhões ao ano. A expectativa da entidade é de mais uma alta, de 27%, em 2021, para R$ 157 bilhões.

Além disso, as opções de crédito imobiliário estão cada vez mais diversificadas nos bancos. O financiamento tradicional, que cobra a Taxa Referencial (TR) e uma taxa de juros fixa, que, hoje, beira os 6,9%, ainda é um dos mais buscados pelos consumidores. Porém, outras opções têm ganhado espaço no mercado.

O Itaú permite atrelar o financiamento imobiliário ao rendimento da poupança. Neste caso, o banco cobra uma taxa de juros fixa de 3,99% ao ano, mais o rendimento da poupança, que corresponde a 70% da taxa Selic e, hoje, é de 1,4% ao ano. O resultado é juro médio de 5,39%, o menor do mercado. Por isso, a Caixa Econômica Federal, que é a líder do mercado imobiliário no Brasil, também prepara uma linha de crédito atrelada à poupança, que promete ser a mais competitiva do mercado. O anúncio deve ocorrer ainda neste mês.

Preço pode ser entrave

Apesar das condições favoráveis, a compra da casa própria pode se deparar com um entrave nos próximos meses: a alta de preços. O custo dos imóveis subiu cerca de 10% no ano passado, por conta da demanda. Agora, os construtores reclamam do aumento de preço dos insumos da construção civil, o que pode provocar novas elevações no valor cobrado ao consumidor final.

Segundo o Índice Geral de Preços Imobiliários — Comercial (IGMI-C) da Abecip, os preços dos imóveis residenciais subiram 10,28% no ano passado, bem acima da inflação oficial do país, que fechou 2020 em 4,52%. O aumento supera todos os reajustes realizados nos cinco anos anteriores. Segundo a Abecip, o DF teve a terceira maior alta de preços do Brasil: 9,7%, atrás de São Paulo (16%) e Curitiba (11%).

Representantes do mercado imobiliário afirmam que o aumento de preços é reflexo da maior procura pela casa própria, que cresceu em ritmo superior ao de produção. Porém, também representa certa recomposição de preços. Antes do boom, o setor passou por um período de baixa e, por isso, não estava repassando para o preço final o aumento dos custos da construção. A alta, contudo, já tem incomodado quem está decidido a comprar uma casa nova. Metade dos consumidores ouvidos pelo FipeZap consideram os preços dos imóveis “altos ou muito altos” e 29% acreditam que os preços podem subir ainda mais em 2021. O risco existe.

De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), 39% das construtoras brasileiras sofreram com a falta de insumos no terceiro trimestre do ano passado. Muitos deles ainda reclamam do aumento de preços de produtos básicos para a construção, como cimento, tijolo e aço. É que, na pandemia, a procura por esses itens disparou nos canteiros de obras e até nas famílias de baixa renda, que aproveitaram o auxílio emergencial para fazer pequenas reformas. A produção de muitos desses materiais, no entanto, caiu no início da pandemia, o que provocou um descasamento entre a oferta e a demanda que ainda não foi totalmente solucionado.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os custos da construção civil acumulam uma alta de 12% nos últimos 12 meses e subiram 1,99% só em janeiro deste ano. O resultado do mês foi o maior desde 2013, puxado pelos materiais de construção, que subiram 2,96% em janeiro e 20% em 12 meses. Por conta disso, o custo nacional do setor, por metro quadrado, que fechou o ano de 2020 em R$ 1.276,40, alcança R$ 1.301,84.

Os construtores dizem que, se o cenário não mudar, parte terá de ser repassada ao consumidor final. Especialistas alertam que, mesmo quem já assinou o contrato, deve ficar atento, já que as parcelas dos imóveis comprados em planta podem ser reajustadas pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) durante a obra.

Economia

Carteira de dividendos: veja os papéis mais recomendados para julho

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A Petrobras foi a empresa mais indicada pelas instituições financeiras consultadas pela CNN para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em julho.

 

Fernando Frazão/Agência Brasil

 

O levantamento considerou as avaliações de Santander, Empiricus, XP, Guide, Ativa e BTG Pactual.

Os papéis mais recomendados foram:

  •  5 recomendações: Petrobras;
  • 4 recomendações: Banco do Brasil, CPFL e Vale;
  • 3 recomendações: BB Seguridade, Eletrobras e Itaú.

Após um impasse sobre o pagamento ou não de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras aprovou em abril o repasse de 50% do valor total, referente ao exercício de 2023.

Com a distribuição, a equipe de analistas do Santander avalia manter o peso dos papéis da estatal em sua carteira. Já o BTG, optou por ampliar sua exposição à estatal.

“Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, aponta a equipe do BTG em relatório.

Momento de incertezas

O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (28), o último de junho, em queda de 0,32% no dia. Apesar de ter acumulado alta de 1,47% no mês, o índice caiu 7,66% no primeiro semestre deste ano.

O que se avalia é que as incertezas se mantém e o mercado seguirá se pautando por elas.

“O cenário local segue girando em torno da dificuldade do governo em convencer o mercado quanto ao seu comprometimento fiscal”, aponta a Ativa Investimentos em relatório.

O governo trabalha com a meta de zerar o déficit neste ano e no próximo — após alterar a meta de 2025, o que não foi favorável para a imagem de responsabilidade fiscal.

Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assegurar que o arcabouço será cumprido, o mercado vê o déficit primário em 0,7% do Produto Interno Bruto neste ano.

Lula se reuniu nesta quarta-feira (3) com ministros da área econômica do governo. Após o encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o presidente mantém seu compromisso com as contas públicas.

“A primeira coisa que o presidente determinou é ‘cumpra-se o arcabouço fiscal’. Não há discussão sobre esse respeito. Em 2024, 2025, 2026, o compromisso nosso é de cumprimento das leis complementares de finanças públicas”, comentou Haddad.

Segundo o chefe da equipe econômica, o governo realiza desde março um estudo entre os ministérios buscando despesas que podem ser cortadas. De acordo com Haddad, foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, cujo corte, segundo o ministro, já foi autorizado pelo presidente.

O economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, apontou em entrevista ao WW de terça-feira (2) que além da questão fiscal, outro imbróglio do cenário doméstico também segue na mira do mercado: a questão monetária.

“Essa transição para o próximo presidente [do BC] é uma espada, de fato, na cabeça. A gente não sabe exatamente quem vai ser a próxima ou o próximo presidente, qual vai ser a visão de política monetária que essa pessoa vai ter na hora de conduzir a taxa de juros, de tomar as decisões”, pontuou Megale.

“Acho que dar uma clareza e maior transparência de como vai ser a gestão da política monetária depois da transição do Roberto Campos e medidas efetivas no sentido de controlar as despesas do lado fiscal, eu acho que é o que vai trazer uma tranquilidade [para o mercado].”

CNN

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Economia

Venda de veículos eletrificados cresce 146% no primeiro semestre de 2024

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Entre janeiro e junho, comercialização de automóveis registrou cerca de 79 mil vendas, de acordo com relatório da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE)

 

Benefícios para importação de carros elétricos deixaram de vigorar para favorecer indústria local – (crédito: Fotos: Divulgação )

 

O comércio de automóveis movidos a eletricidade segue em crescimento no Brasil. No primeiro semestre de 2024, a venda de veículos leves eletrificados alcançou um total de 79.304 unidades em todo o país. Somente no último mês de junho, foram registrados 14.396 novos emplacamentos, o que representa a terceira melhor marca para um mês de toda a série histórica.

O número maior de vendas na metade inicial do ano indica um crescimento de 146% em relação ao primeiro semestre de 2023, e de 288% na comparação com o mesmo período de 2022. Além dos automóveis totalmente elétricos, também são incluídos na estatística os veículos parcialmente eletrificados – ou híbridos. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e divulgados nesta quarta-feira (3/7).

Com o avanço do número de vendas, a ABVE estima que o Brasil já atingiu a marca de 300 mil veículos comercializados desde o início da série histórica do levantamento, em 2012. Além disso, a previsão da associação para 2023 é que mais de 150 mil automóveis desta categoria sejam vendidos até o fim do ano em todo o território nacional, o que indica um crescimento de cerca de 60%.

No Brasil, ainda predominam os veículos elétricos plug-in, que se consolidaram no mercado nacional e representaram 69% de todas as vendas no primeiro semestre. Dentro desta categoria, estão incluídos os tipos BEV (totalmente elétricos) e PHEV (elétricos híbridos). Na sequência, os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% da parcela total de eletrificados vendidos.

Preocupação para o setor

Mesmo diante de um aumento das vendas, o setor de veículos elétricos está preocupado com o reajuste da tributação dos produtos. Desde a última segunda-feira (1º/7), passou a vigorar uma resolução que aumenta a alíquota para a importação de elétricos importados, de 10% para 18%. Em julho de 2025, sobe para 25%, até atingir 35% no ano seguinte.

“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026. Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”, avalia o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.

Além disso, a associação teme a inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, que é chamado popularmente de “imposto do pecado”. A lei foi estabelecida pela emenda constitucional da reforma tributária, aprovada no ano passado, com o objetivo de sobretaxar bens considerados danosos à saúde e ao meio ambiente.

Na avaliação da ABVE, a inclusão dos veículos eletrificados no IS “não faria sentido”, visto que esse tipo de automóvel emite menos gases de efeito estufa e reduz o nível de ruído nas cidades do país. “Eles são fatores decisivos para melhorar a qualidade de vida e diminuir as mortes associadas à poluição nas grandes cidades”. “Não nos parece cabível que esses veículos venham a ser taxados como se fossem produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, o que absolutamente não é o caso”, conclui o presidente da associação.

 

 Correio Braziliense
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Economia

Produção industrial cai 0,9% em maio, diz IBGE

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No acumulado do ano, houve avanço de 2,5%

 

Indústria — Foto: Divulgação/Fiep

 

A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio em relação a abril. É o segundo recuo consecutivo, apontando retração de 1,7% no período. Com o resultado, o setor perdeu o ganho acumulado entre fevereiro e março deste ano (1,1%).

No acumulado nos últimos 12 meses, houve crescimento de 1,3%, o que acabou por reduzir a intensidade no ritmo de evolução se comparado ao resultado do mês anterior. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

Os números fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo órgão, que mostrou ainda avanço de 2,5% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Influências

Nessa comparação, entre as atividades, as principais influências positivas na totalidade da indústria foram anotadas por produtos alimentícios (5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,1%), indústrias extrativas (2,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,8%).

O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que, em maio de 2024, a indústria apresentou “predominância de resultados negativos de forma geral”, com recuo na margem e na comparação com maio de 2023.

Houve, ainda, interrupção da trajetória ascendente no índice de média móvel trimestral e perda de intensidade no ritmo de expansão no acumulado do ano e dos 12 meses anteriores.

Nesse mês, a indústria intensificou a queda que já tinha sido registrada no mês anterior, e entre os fatores que explicam esse resultado, estão as chuvas no Rio Grande do Sul, que tiveram um impacto local maior, mas também influenciaram o resultado negativo na indústria do país, informou o texto publicado pelo IBGE.

Conforme a pesquisa, 16 das 25 atividades investigadas tiveram recuo em maio de 2024. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%) foram as duas maiores influências negativas para o resultado geral da indústria em maio.

O gerente afirmou, também, que esses dois setores foram prejudicados pelas enchentes do Rio Grande do Sul. No setor de veículos automotores, a paralisação das plantas industriais locais provocou impactos diretos e indiretos. Por causa do mau tempo, tanto as montadoras de veículos, quanto as fábricas de autopeças pararam com as produções e isso afetou também o abastecimento para a produção de bens finais no restante do país.

“Houve, por exemplo, a concessão de férias coletivas em uma planta industrial em São Paulo como forma de mitigar os efeitos das paralisações ocorridas em unidades produtoras de peças no Rio Grande do Sul”, completou.

Greve

Macedo acrescentou que a paralisação decorrente de greve em outra montadora e a base de comparação elevada também contribuíram para a queda de dois dígitos na atividade. Em abril, o setor de veículos registrou crescimento de 13,8%.

A atividade de produtos alimentícios, que responde por cerca de 15% da produção industrial do país, teve em maio o segundo mês seguido de queda. A perda acumulada no período é de 4,7%.

“A retração no processamento da cana-de-açúcar, por conta da condição climática menos favorável na segunda quinzena de maio, provocou uma queda pontual na produção do açúcar. Já entre os impactos negativos que podem ter a ver com as chuvas no Rio Grande do Sul estão as carnes de aves, de bovinos e de suínos e os derivados da soja, que são produtos que têm grande peso no setor”, explicou.

Outros setores que recuaram e influenciaram o resultado negativo do mês foram os de produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).

Os principais impactos positivos no resultado geral da indústria foram as indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%). De acordo com Macedo, esses segmentos têm grande peso e evitaram uma queda maior no resultado da indústria.

“O crescimento do setor extrativo veio após uma queda no mês anterior, ou seja, tem o efeito de uma base de comparação mais negativa. Também houve aumento na extração dos dois principais produtos, o petróleo e o minério de ferro”, afirmou.

As atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%), produtos têxteis (2,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,5%), produtos de borracha e de material plástico (0,5%), outros equipamentos de transporte (0,2%), móveis (0,2%) e celulose, papel e produtos de papel (0,1%) também tiveram desempenho favorável.

“Ainda na comparação com abril, as quatro grandes categorias econômicas recuaram: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%)”, pontuou o IBGE.

O recuo de 1,0% na comparação de maio de 2024 com maio do ano anterior teve influência dos resultados negativos de duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 43 dos 80 grupos e 50,4% dos 789 produtos pesquisados, finalizou o IBGE.

 

Agência Brasil

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