Conecte Conosco

Brasil

Em 30 dias, números da covid-19 no Rio oscilam e preocupam especialistas

Com a transmissão ainda longe de ter sido interrompida, a preocupação aumenta com bares lotados no Leblon e na Barra e festas em comunidades do subúrbio

“Nem aqui, nem na Europa ou nos países do Oriente tivemos imunidade de rebanho. Há muita gente suscetível à doença. Principalmente nas regiões mais vulneráveis, como as favelas e presídios, que podem ter surtos localizados”, afirma o sanitarista e geógrafo Christovam Barcellos, coordenador do Monitora Covid-19 da Fiocruz, ressaltando que um recrudescimento dos casos de Covid-19 não afetaria apenas essas áreas. “A capital pode ser tornar uma difusora do vírus para outros municípios”.

Aglomerações preocupam

Além da Zona Sul, o isolamento também está em queda em outras áreas da cidade, o que exige ainda maior cuidado com as “regras de ouro” de distanciamento e higienização. De acordo com dados da empresa Cyberlabs, nest terça, na capital, a taxa média de isolamento foi de 30% — a mais baixa já registrada — contra um índice de 74% há um mês. O total de testes positivos para o vírus, que era de 7.522 na semana de 31 de maio a 6 de junho, passou para 5.708 de 7 a 13, mas voltou a crescer para 8.718 de 14 a 20. E, mais uma vez, reduziu para 5.157 de 21 a 27 junho e 4.747 de 28 de junho a 4 deste mês. Nos mesmos períodos, as vítimas fatais foram, respectivamente, 876, 592, 798, 575 e 503.

O infectologista Roberto Medronho, do Departamento de Medicina Preventiva da UFRJ, chama atenção para o momento crucial em que a população deve contribuir para evitar uma retomada do crescimento da transmissão da Covid-19. Ele sugere mais rigor na fiscalização por parte da Guarda Municipal e da Polícia Militar. Essa preocupação persiste sobretudo por conta da taxa de contágio (R), que já indica uma mudança de tendência. Nos cálculos da UFRJ, a taxa de contágio está hoje em 1,42 — estatisticamente, significa que uma pessoa pode infectar uma pessoa e meia. Antes da retomada de parte das atividades, o índice era de 1,03.

“Felizmente, esse crescimento se mantém lento, e a abertura não impactou até agora o número de casos graves, que precisam de UTI. Mas as cenas dos últimos dias, de bares cheios, são disparadas as mais tensas. Fico chocado. As pessoas debochando da pandemia é de uma falta de empatia assustadora”, diz.

Segundo o painel da prefeitura, a boa notícia é que, na capital, a taxa de ocupação dos leitos de UTI adulta para Covid-19 do SUS vem caindo paulatinamente desde o fim de maio. A primeira semana de junho fechou em 91,6% (média de sete dias). Na semana passada, encerrada em 4 de julho, caiu para 72,8%. Na rede privada, calcula a Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj), está ainda mais baixa: 53%.

Crescimento horizontal

O infectologista Celso Ramos Filho, da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Medicina, ressalta que nem isso é motivo para relaxar. Ele diz que a popularização do uso de e máscaras, a facilidade de acesso ao álcool em gel e o grande número de pessoas que seguem em
home office
podem ser fatores que ajudam a frear o ritmo da contaminação pela doença, mas há ressalvas.

“Podemos estar vivendo uma fase de crescimento horizontalizado da doença, que chamamos de fase lag (defasagem, em inglês). Depois, pode ocorrer a fase exponencial, com multiplicação mais rápida. Se isso ocorrer, para mim, não seria propriamente uma segunda onda, mas um primeiro ciclo que não foi adequadamente controlado”, observa o médico.

Subsecretário Geral Executivo da Secretaria municipal de Saúde (SMS), Jorge Darze afirma que não se pode ignorar que a progressão da retomada da economia, com mais gente nas ruas, pode ter efeito sobre a curva do coronavírus na cidade. Nessa hipótese, não descarta que seja necessário dar um passo atrás no afrouxamento das restrições:

“Seguimos monitorando se há aumento da demanda de pacientes com síndrome gripal, de sepultamentos e de pessoas à espera de UTI”.

Brasil

Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

Por

Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

Continuar Lendo

Brasil

Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

Por

Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

Continuar Lendo

Brasil

Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

Por

Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados