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El Chapo: condenado, maior traficante mexicano deixa vazio em Sinaloa

Descrito como uma divindade pelos moradores de Sinaloa, o fundador do poderoso cartel de drogas foi condenado nesta terça-feira em Nova York

El Chapo foi condenado em 10 crimes nesta terça-feira (Daniel Cardenas/Anadolu Agency/Getty Images)

Se Joaquín “Chapo” Guzmán voltasse à sua cidade natal de Badiraguato, no estado de mexicano de Sinaloa (norte), haveria festa.

O filho pródigo, fundador do poderoso cartel de drogas que leva o nome do estado, voltaria e seria novamente erguido pelos moradores, que o descrevem como se fosse uma divindade.

El Chapo foi declarado culpado nesta terça-feira (12) em Nova York pelos 10 crimes dos quais era acusado por liderar um império criminoso que traficou toneladas de drogas aos Estados Unidos durante 25 anos. Segundo as leis americanas, enfrentará prisão perpétua obrigatória quando for revelada a sua sentença, em 25 de junho.

Mas em Badiraguato, a história é outra.

É celebrado em canções populares, conhecidas como “narcocorridos”, e também com fotografias e frases que citam o famoso chefão de 61 anos.

Se voltasse, seria um alívio, dizem os moradores, porque quando estava lá não havia pobreza nem violência. Era, descrevem, como um território com um autogoverno não reconhecido e um líder generoso.

“Desde que saiu o senhor Chapo, há mais pobreza e as pessoas têm que descer (a serra), porque está mais fraco… mais dura a coisa”, diz Jorge Valenzuela, morador de Potrero de Bejarano, comunidade que faz fronteira com o estado de Chihuahua.

“Ele dividia dinheiro pelas pessoas, dava para plantarem, para comprar coisas, já que não havia ninguém para fazer isso”, acrescenta Valenzuela desta cidade do chamado Triângulo Dourado, localizado nas montanhas do noroeste do México.

Nove em cada 10 pessoas que residem em Badiraguato vivem em condições de pobreza ou extrema pobreza, segundo dados do governo mexicano. É o município com as mais carências sociais e econômicas de Sinaloa.

É também o município com o menor número de estradas construídas, mas dos que conta com mais caminhos rurais que levam à serra, onde as principais atividades são a mineração – 33% do território é concedido a empresas de extração – e a produção de maconha.

Dados públicos da Secretaria de Defesa Nacional revelam que em Sinaloa se concentrou o maior volume de erradicação da maconha durante 2018, com a destruição de 43.976 hectares, 31% do total eliminado no país.

A produção de drogas foi a indústria que Guzmán liderou com o cartel de Sinaloa, até dois anos atrás, quando foi preso na cidade de Los Mochis, no norte do estado.

“Aqui todas as pessoas têm onde plantar, mas como o senhor Chapo não está, as pessoas quase não plantam, porque vendiam para ele”, lamenta Valenzuela.

“Apenas vivem”

A captura de Guzmán suscitou uma guerra interna, com a qual o cartel redefiniu lideranças, explica Cristóbal Castañeda, secretário de Segurança Pública estadual.

O território de plantio foi disputado por diferentes grupos, um liderado por Aureliano Guzmán, irmão de “El Chapo”, outro por Iván Archivaldo e Jesús Alfredo Guzmán Salazar, seus filhos, e por um homem chamado Héctor Román.

As disputas ocasionaram durante 2018 o deslocamento de 295 famílias dos povoados Potrerillos, Carricitos, Saucitos, San Javier, San Javier de Arriba, Cieneguita de los López e Sierrita de Potrerillos.

“O que nos afetou foi a extradição (de Guzmán), pela divisão de grupos criminosos” que foi gerada, explica Castañeda à AFP.

Mais de dois anos depois, o reassentamento foi consolidado deixando de fora o antigo líder, e sem sinais de novos surtos de violência, estima Castañeda. “Estão seguindo com a tendência de baixa nos diferentes índices de criminalidade”, afirma.

Mas os moradores de Badiraguato não estão confortáveis. Para eles, a queda de Chapo trouxe uma imperceptível pobreza nos censos econômicos, mas evidente no declínio de seus negócios que abasteciam os habitantes da serra.

“Antes as pessoas entravam e saíam. Em caminhonetes levavam produtos para a serra, para eles venderem lá, como suprimentos, mas agora (…) dizem que as pessoas não têm dinheiro, apenas vivem”, diz Jorge Laija, dono de um restaurante de beira de estrada.

Na serra de Badiraguato continuam produzindo drogas. Permanecem homens armados e uma autoridade paralela que desafia, até mesmo, as forças do governo.

Circulam, sem vergonha, com fuzis nos ombros, rádios de alta frequência, caminhonetes blindadas e roupas com o número 701, fazendo alusão à posição em que a revista Forbes colocou Guzmán em sua lista dos homens mais ricos do mundo em 2009.

Em Badiraguato não há mansões nem luxos visíveis. A pobreza prevalece. Com Guzmán, no entanto, seus habitantes nunca se sentiram desprotegidos apesar das carências. “El Chapo” sempre esteve lá, declaram.

Fonte Exame

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

Por

Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

Por

País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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