Brasília
Eduardo Bolsonaro vira ‘garoto propaganda’ na defesa de armas
Deputado federal amplia participação nas redes sociais para defender mudanças na legislação e se torna “rosto público” da família na causa armamentista
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, se tornou o “rosto público” da causa armamentista na família. Nos últimos dias, o parlamentar mais votado na história do País aumentou a quantidade de publicações sobre o tema nas redes sociais e tem dado detalhes do que entende como mudanças necessárias na lei para facilitar a posse e o porte de armas no Brasil.
As publicações no Twitter e no Facebook contam com bate-papos temáticos, vídeos em que o deputado testa pistolas em um clube de tiro, e até dicas para quem quer adquirir sua própria arma. “A primeira coisa que se deve fazer quando você recebe um novo armamento é testá-lo”, escreve o deputado em um deles. “Normalmente quem anda armado gosta de armas, mas além de divertido isso também é um treinamento”.
Nesta segunda-feira, 7, Eduardo publicou uma entrevista que deu a um site especializado em armas de fogo. Na conversa, o parlamentar diz que vai tratar de mudanças na legislação com o ministro da Justiça, Sergio Moro, e com o pai, Jair Bolsonaro, quando tiver a oportunidade.
O deputado defende uma série de flexibilizações, como facilitar a autorização para transportar e portar armas de fogo fora de casa ou do trabalho, eliminar limites para a compra de munição e liberar armas de todo tipo de calibre para uso do cidadão.
Uma das mudanças que poderiam ser feitas via decreto, na opinião do filho do presidente, é na apresentação de documentos exigidos para a compra de armas, o que inclui a declaração de “efetiva necessidade” para o uso da arma de fogo. A relação de documentos que devem ser apresentados para a compra hoje consta em um decreto de 2004, que poderia ser substituído.
As regras para posse de arma foram tema das últimas publicações de Eduardo Bolsonaro na internet. Ele considera que a Polícia Federal – que é responsável por emitir a autorização para a compra – não deveria analisar se as justificativas na declaração de efetiva necessidade para são válidas, apenas conferir se todos os documentos exigidos foram apresentados.
O deputado admite, porém, que suas opiniões não serão necessariamente acatadas na decisão do pai. “A gente está falando aqui hoje em um momento em que ninguém sabe o teor do decreto”, diz. O presidente já declarou que tem intenção de facilitar a posse de armas por meio de decreto, sem passar por aprovação do Congresso Nacional.
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Entrevista esclarecedora sobre armas: porte dos atiradores, leis, PL 3722, decreto, comparações com outros países e muito mais! Entrevistador Júlio Lobo do canal do youtube sobrevivenciaLISMO @svivencialismo
Assista: https://t.co/AJrMTeqX22
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) 6 de janeiro de 2019
Projetos
Em outra frente, Eduardo defende mudanças na legislação que vão além do que pode ser alterado via decreto. O deputado defende um projeto de lei, de autoria do deputado federal Rogério Peninha, que revoga o Estatuto do Desarmamento e excluiria a exigência de uma declaração para comprovar a necessidade da posse da arma. O projeto deve entrar na pauta do Congresso neste ano.
Outra mudança que o deputado dá como certa no novo governo é a abertura do mercado de armas para o empresas estrangeiras. Nas redes sociais, ele critica a discrepância entre os preços nos Estados Unidos e no Brasil – de mais de 600% em alguns casos, segundo sua própria pesquisa. “Dar acesso ao cidadão sem abrir o mercado nacional não faz sentido, vai permitir que apenas ricos tenha a legítima defesa e privilegiar uma monopolista nacional de armas”, escreveu.
O deputado ainda defende que atiradores esportivos tenham licença automática para o porte (quando há permissão para ter a arma fora de casa ou do local de trabalho) e até vincula essa questão a um voluntarismo de pessoas treinadas no combate ao crime.
“O atirador é muito bem preparado. É uma pessoa que está toda hora lidando com uma arma de fogo. Muitas vezes, comumente, muito mais do que o próprio policial”, disse, na entrevista em vídeo. “Você vai multiplicar o efetivo de pessoas que podem ajudar na segurança pública sem gastar um centavo.”
Em seguida, ele nega que a flexibilização vá incentivar que alguns façam voluntariamente o trabalho da polícia. “Ninguém está querendo comprar uma arma de fogo para subir a favela e achar que é o Rambo.” Fonte: Portal Veja
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
Ver essa foto no Instagram
A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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