Brasília
Dia Mundial da Saúde Bucal alerta para importância dos cuidados com a boca
A rede pública conta com a odontologia nos três níveis de atenção. Ao todo, são mais de 500 dentistas atendendo nas UBSs, CEOs, prontos-socorros e nas UTIs
Os cuidados com os dentes são extremamente importantes para a saúde da população. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cárie é a segunda doença mais comum do mundo. Além disso, uma infecção odontogênica pode causar problemas sérios para um paciente com a saúde debilitada. Até por isso, existe um dia específico no ano para ressaltar a necessidade da regularidade do acompanhamento odontológico. É o Dia Mundial da Saúde Bucal, comemorado em 20 de março.
“Sabemos que muitas doenças têm manifestação bucal, como é o caso do HIV. Também há problemas na cavidade bucal e em dentes que repercutem no restante do corpo. Uma infecção ou um abscesso podem evoluir para um caso mais grave. Muitas doenças, quando você vai investigar, são de origem dentária”, justifica a gerente de Serviços de Odontologia da Secretaria de Saúde, Alessandra Fernandes de Castro.
“É importante frisar que todo morador do DF tem direito ao atendimento odontológico. A odontologia faz parte do SUS. É uma especialidade como qualquer outra da saúde” — Alessandra Fernandes, gerente de Serviços de Odontologia da Secretaria de Saúde
Com 554 cirurgiões-dentistas e 580 técnicos em higiene dental no quadro, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal registrou, no ano passado, 275 mil atendimentos odontológicos na atenção primária. O número é melhor do que 2020, mas a secretaria quer chegar a mais pacientes.
“É importante frisar que todo morador do DF tem direito ao atendimento odontológico. A odontologia faz parte do SUS. É uma especialidade como qualquer outra da saúde”, destaca Alessandra Fernandes.
Atendimento em três níveis
Os atendimentos relativos à saúde bucal ocorrem nos três níveis de atenção da saúde pública. Mas a porta de entrada dos pacientes é pela atenção primária. Ou seja, por meio de consulta na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da residência do paciente. Nesse nível de atenção, são feitos atendimentos de emergência e urgência odontológicas, raspagem e profilaxia dental, restauração, extração de dentes permanentes e decíduos (“de leite”) e prótese dentária.
Nas UBSs, os pacientes podem ser atendidos por agendamento ou por demanda espontânea. Cada unidade tem, em média, três equipes de saúde bucal. Na UBS 2 do Recanto das Emas, os dentistas costumam ter até cinco pacientes agendados por dia. No entanto, o número tem sido maior na retomada. Em apenas uma manhã, a unidade já havia atendido 12 pessoas.
O cirurgião-dentista da UBS 2 do Recanto das Emas Wendel Teixeira Santos, referência técnica distrital em Saúde Bucal da Secretaria de Saúde, revela que a maior parte dos atendimentos são relativos a cáries ou doenças periodontais.
O segundo nível de atenção ocorre nos centros de especialidades odontológicas (CEOs), quando os pacientes são encaminhados pelas UBSs. São 14 unidades em todo o DF
Luís Miguel, de 6 anos, está fazendo um tratamento de cáries na UBS 2 do Recanto das Emas. A mãe dele, Alda da Cruz Furtado, explica que o menino tem se consultado na odontologia da unidade desde muito pequeno. “Trago ele aqui desde que era bebê. Agora ele está tratando algumas cáries. O atendimento é ótimo. Ele gosta muito da dentista, não chora”, conta.
Atenção secundária e terciária
O segundo nível de atenção ocorre nos centros de especialidades odontológicas (CEOs), quando os pacientes são encaminhados pelas UBSs. São oito especialidades: periodontia (tratamento de gengivas), endodontia (tratamento de canal), cirurgia oral menor (como as remoções do freio labial e do freio lingual), estomatologia (tratamento de enfermidades relacionadas à boca), disfunção temporomandibular (DTM), odontopediatria, prótese dentária e atendimento específico para pessoas com deficiência (PCD).
Ao todo são 14 unidades, distribuídas nos hospitais de Santa Maria, Guará, Taguatinga, Sobradinho, Planaltina, Ceilândia, Leste, Gama, HUB, Hmib e Hran, além da Unidade Mista de Saúde de Taguatinga, UBS 11 de Ceilândia e na 712 Sul. “O paciente chega à atenção secundária após o atendimento da equipe de referência da UBS, que o insere no sistema de regulação, sempre por meio da UBS mais próxima da casa do paciente”, explica Alessandra Fernandes.
O nível terciário faz atendimentos ligados aos traumas e lesões de face e boca, tumores e cirurgia ortognática. Além disso, os dentistas estão presentes em todas as UTIs, em cumprimento a uma lei distrital, e a população conta com prontos-socorros odontológicos localizados no Hospital de Base, que atende apenas traumas de face; no Hran, 24 horas; no HRT, com funcionamento aos sábados e domingos, das 7h às 19h e no HRG, de segunda a sexta, das 19h à 1h e sábados e domingos das 7h às 19h.
Odontologia na pandemia
A odontologia tem tido um papel importante na rede pública do DF durante a pandemia. Primeiramente, ao ceder os profissionais para atuarem na linha de frente. Os cirurgiões-dentistas das UBSs foram realocados para o enfrentamento à covid-19, na testagem, em 2020, e na vacinação, em 2021. Já os profissionais dos CEOs prestaram assistência aos pacientes com coronavírus sob ventilação mecânica.
A presença dos cirurgiões dentistas foi o diferencial dentro das UTIs, isso porque os pacientes intubados apresentam elevado risco de desenvolvimento de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), que tem origem também associada às bactérias de origem bucal. “O paciente acaba desenvolvendo uma outra infecção de origem bacteriana por um remanescente dental ou pela placa bacteriana mesmo (tártaro)”, explica Alessandra Fernandes.
A doença tende a ocorrer mais precocemente em pacientes com coronavírus: “Foi aí que fizemos a diferença. Porque a nossa importância na UTI é evitar a infecção oportunista, diminuindo o tempo de internação. Nesse sentido, fomos fundamentais, porque possibilitamos que os pacientes permanecessem menos tempo internados nas UTIs e, com isso, foi possível a disponibilização de um quantitativo maior de leitos de UTI”, ela explica.
Com o avanço da vacinação, os atendimentos odontológicos voltaram a ser feitos em sua totalidade para dar conta da demanda reprimida. “Na pandemia, atendemos apenas aqueles pacientes que chegavam com dor. Tivemos uma demanda reprimida. Há cerca de três meses que regularizamos os atendimentos. Os pacientes estão começando a voltar”, afirma Wendel Teixeira Santos.
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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