Conecte Conosco

Economia

Devido à pandemia, jovens adultos intensificam procura a seguradoras

Seja por ter visto amigos e parentes ficarem sem renda da noite para o dia em meio à pandemia, seja pela perda dos provedores, vítimas da covid-19, o brasileiro adulto intensificou a procura por seguradoras. Aumento é destaque na faixa entre 30 e 45 anos

© Marcello Casal JrAgência Brasil

Com a pandemia do novo coronavírus, mais brasileiros decidiram contratar apólices de seguro, a fim de assegurar financeiramente parentes e dependentes, em caso de falecimento do provedor familiar. O que chama mais a atenção, contudo, é o fato de que pessoas mais jovens têm buscado essa proteção. O surgimento da doença e suas consequências geraram uma nova percepção sobre os seguros de vida: a importância de prevenir eventuais prejuízos a familiares, bens, negócios e a si mesmo.

André Serebrinic, diretor de Vida, Previdência, Capitalização e Odonto da Mapfre, afirma que os dados da empresa mostram que, durante a pandemia, o segmento de seguros de vida cresceu em todo o país. “No primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2020, a Mapfre registrou um aumento próximo a 10% na adesão aos seguros de vida — incluindo todas as faixas etárias, mas, principalmente, os consumidores na faixa entre 30 e 45 anos, com família constituída”, analisa.

Segundo David Legher, diretor estatutário da FenaPrevi e CEO da Prudential Brasil, a covid-19 provocou uma reflexão maior sobre a finitude da vida e sobre a vulnerabilidade da população, chamando a atenção para a necessidade de se estar preparado financeiramente para lidar com essas situações. “A pandemia também acelerou a transformação digital nas seguradoras, aperfeiçoando a experiência de compra e aproximando as novas gerações de consumidores”, explica.

Serebrinic explica que, com o objetivo de elevar a expectativa de vida, os consumidores na faixa etária entre 30 e 45 anos formam a maioria daqueles que contrataram seguros de vida da empresa, principalmente neste ano. “Boa parte desses segurados se atentou para o fato de que quanto mais jovem a pessoa contratar um seguro e tiver um estilo de vida com menor exposição a riscos, menor será o risco assumido pela seguradora. Ou seja, o valor pago mensalmente pelo segurado tende a ser menor, já que ele terá um tempo maior de contribuição e menor chance de resgatar o valor total no curto prazo”, destaca.

Mercado
Além disso, observa o diretor da Mapfre, o seguro possui coberturas relacionadas a eventos que podem ocorrer na vida de qualquer pessoa, independentemente da idade. “Como, por exemplo, as coberturas de diária de internação hospitalar — que podem ser por acidente ou por evento cirúrgico, dependendo do que foi contratado”, completa.

Vale destacar que o seguro de vida tem uma importância fundamental tanto social quanto econômica. Segundo Márcio Batistuti, diretor de Varejo da MAG Seguros, é um mercado que promove a movimentação do dinheiro. “Vale destacar as inúmeras oportunidades de negócios para corretores e a garantia de que os clientes e seus beneficiários não percam o poder de renda, padrão de vida ou tenham a dilapidação de seu patrimônio diante de riscos”, destaca. Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), a arrecadação do setor de vida no Brasil superou R$ 26 bilhões em prêmios.

O mercado segurador brasileiro pagou, até junho, segundo a FenaPrevi, mais de R$ 3 bilhões em seguro de vida em razão da pandemia do coronavírus, embora pandemias e epidemias não estejam entre as coberturas incluídas no seguro de vida. Segundo a advogada especialista em seguros Luiza de Alencar, o aumento das mortes por covid-19 tornou o papel do seguro de vida mais relevante, até porque muita gente acabou perdendo o plano de saúde em meio à pandemia.

“Isso porque, muitos jovens, que contribuem para o sustento dos pais idosos, começaram a se preocupar em deixar algum tipo de amparo para sua família. Além disso, uma vez que a taxa de desemprego aumentou bruscamente com a doença, muitos jovens perderam planos de saúde. Os seguros de vida hoje trazem assistência para doenças graves, internações, incapacidade temporária e cirurgias. As operadoras passaram a oferecer, além do pagamento aos dependentes do segurado em caso de morte, alguns benefícios como terapia on-line, assistência pet, internação hospitalar, o que ajudou na emissão recorde das apólices”, observa.

Ela reforça que o seguro de vida tem como objetivo a proteção econômica e financeira do segurado e de sua família. “Em síntese, ele garante uma indenização ao beneficiário em caso de falecimento do segurado. Ou seja, o seguro de vida serve para proteger financeiramente as pessoas dependentes do segurado. O principal benefício do seguro de vida é proteger a renda e o padrão de vida da família”, reforça a advogada do escritório Kolbe Advogados Associados.

O tradutor Moisés Wanzeller, 26 anos, é um dos jovens adultos que optaram em fazer um seguro de vida em razão da covid-19. “Por conta da pandemia, ficou muito claro, pelo menos para mim, que a vida é algo muito sensível. Um dia, você está aqui e, no outro, você pode simplesmente não estar. Por conta disso, eu não queria deixar minha família desamparada, os beneficiários”, justifica o brasiliense, que colocou todo o núcleo familiar imediato como beneficiários, esposa, pai e mãe.

Dentro disso, também tem a cobertura do próprio Moisés, que não inclui apenas morte, mas invalidez, acidente de trabalho, falecimento de alguém, não necessariamente ele, e internação em hospital, a depender do caso. “São algumas situações as quais todos nós, vivos, estamos sujeitos. Viver é um risco constante e basicamente foram esses os motivos”, diz .

A bióloga Raissa Costa, 24 anos, mora em Curitiba e conta que, inicialmente, aderiu a um seguro de vida por exigência do trabalho. “Era uma taxa baixa e cobria acidente de trabalho, cobria alguns seguros úteis, como chaveiro e guincho. É uma coisa boa por não cobrir apenas a vida”, lembra. Mesmo desligada da empresa na qual trabalhava, contudo, ela escolheu manter o seguro de vida. “Devido às coberturas que possui, decidi manter, pois são muitos benefícios úteis”, complementa.

Cuidado em vida
O consultor de Proteção Financeira da Metlife, Luis Reis, qualifica que o seguro de vida, diferentemente do que a grande maioria pensa, serve para muito mais do que apenas deixar um valor em dinheiro para a família. “Em se tratando de seguro de vida, o objetivo principal é proteger o dono dessa vida, ou seja, o próprio segurado. Todo mundo sabe que, em casos como diagnóstico de doença grave, situação de invalidez total ou parcial, a pessoa fica em uma situação de desespero. Ela vai atrás de tudo que for possível para solucionar o problema e acaba se afastando um pouco do trabalho, fazendo com que pare de produzir. Mas as contas acabam chegando”, afirma.

Luis conta que é nessa hora que o seguro entra em cena, indenizando, de maneira total ou parcial, o valor que o segurado contratou na apólice, que pode variar de R$ 60 mil a R$ 1 milhão. “Dessa forma o segurado fica mais tranquilo para se recuperar sem pensar em dinheiro, num momento em que tem que se tratar. Em caso de internação hospitalar, o cliente também recebe um valor a partir de 5 dias internado. Também temos a proteção da renda para casos em que o cliente não tem condições de trabalhar, o seguro também protege seus proventos. Chamamos essas coberturas de benefício em vida”, explica.

Um dia, você está aqui e, no outro, você pode simplesmente não estar. Por conta disso, eu não queria deixar minha família desamparada”

Preocupação com o amanhã

Os quase 600 mil óbitos por covid-19 no país provocam insegurança com relação ao dia de amanhã. Para a psicóloga clínica Alessandra Araújo, foi preciso aprender uma nova forma de encarar os dias, diante da iminência da morte. “O corre-corre do dia a dia deu lugar ao isolamento social, estar com o outro era arriscado, o abraço e o contato físico deixaram de existir e nos fizeram perceber que somos seres sociais e precisamos do contato físico”, explica a psicóloga.

O seguro de vida remete à estabilidade. De acordo com Alessandra, uma apólice, muitas vezes, não visa àquele que a contrata, mas pretende assegurar àqueles que o contratante indica como beneficiários.

Os jovens têm buscado a autossustentação, além de retribuir aos seus cuidadores o esforço que tiveram com eles, opina.

“Fazer um seguro que não cobre pandemia, nem epidemia pode parecer um ato de desespero e angústia, diante da possibilidade do risco de morte e insegurança diante da partida. Além do cenário pandêmico, também contamos com pessoas que passaram a pensar um pouco mais no futuro, sem ansiedade, esquecendo o presente. Pelo contrário, viver o hoje se tornou uma nova realidade, a constatação de que a vida não é eterna e que é necessário estar preparado para isso, conduz o indivíduo a pensar no futuro”, ressalta a psicóloga.

Além disso, segundo Alessandra, ao se isolar, a pessoa deixa de ter contato com os outros e, devido à ameaça de morte, o psíquico não resiste a tanta pressão causando crises de pânico, ansiedade, depressão e percepção de uma saúde mental fragilizada. “Não é fácil para quem sempre esteve perto ficar só. As pessoas começaram a entrar em contato com suas demandas internas, que antes eram silenciadas pelo corre-corre do dia a dia. Uma outra síndrome que surgiu nessa pandemia foi a síndrome da cabana, que consiste em se achar seguro apenas em sua casa. Existe uma dificuldade em algumas pessoas, hoje, de saírem de casa para ir à padaria comprar um pão ou dar uma simples volta no quarteirão”, destaca. (FS)

Falta de costume

O consultor de Proteção Financeira da Metlife, Luis Reis, ressalta que, no Brasil, o seguro de vida não é algo cultural, e que as pessoas desconhecem que um seguro pode socorrer o segurado em casos de doenças graves e invalidez. “Assim, continuam achando que vale apenas em caso de morte. Essa falta de conhecimento atrapalha um pouco nosso trabalho, porque, se a grande maioria da população tivesse um seguro de vida, as estruturas das famílias não ficariam tão abaladas financeiramente na ausência de um provedor, que teria todo o planejamento com ensino dos filhos e inventário resolvido de maneira organizada. Chamamos isso de planejamento financeiro inteligente”, argumenta.

David Legher, diretor estatutário da FenaPrevi e CEO da Prudential Brasil, conta que no Brasil, apenas 15% da população brasileira conta com seguro de vida, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, 70% da população têm esse tipo de seguro. “No Japão, o índice chega a 90%. Acredito que o aumento no número de cidadãos protegidos pelo seguro promoverá uma população mais amadurecida e preparada para evitar situações de fragilidade social”, opina.

Para o especialista, contudo, essa conscientização está aumentando. “Os dados da FenaPrevi mostram que a arrecadação do seguro de vida no Brasil cresceu 30,9% de janeiro a julho de 2021, comparado ao mesmo período de 2020, o que demonstra o quanto as pessoas realmente estão mais preocupadas em se proteger financeiramente”, informa. (FS)

Economia

Carteira de dividendos: veja os papéis mais recomendados para julho

Por

A Petrobras foi a empresa mais indicada pelas instituições financeiras consultadas pela CNN para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em julho.

 

Fernando Frazão/Agência Brasil

 

O levantamento considerou as avaliações de Santander, Empiricus, XP, Guide, Ativa e BTG Pactual.

Os papéis mais recomendados foram:

  •  5 recomendações: Petrobras;
  • 4 recomendações: Banco do Brasil, CPFL e Vale;
  • 3 recomendações: BB Seguridade, Eletrobras e Itaú.

Após um impasse sobre o pagamento ou não de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras aprovou em abril o repasse de 50% do valor total, referente ao exercício de 2023.

Com a distribuição, a equipe de analistas do Santander avalia manter o peso dos papéis da estatal em sua carteira. Já o BTG, optou por ampliar sua exposição à estatal.

“Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, aponta a equipe do BTG em relatório.

Momento de incertezas

O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (28), o último de junho, em queda de 0,32% no dia. Apesar de ter acumulado alta de 1,47% no mês, o índice caiu 7,66% no primeiro semestre deste ano.

O que se avalia é que as incertezas se mantém e o mercado seguirá se pautando por elas.

“O cenário local segue girando em torno da dificuldade do governo em convencer o mercado quanto ao seu comprometimento fiscal”, aponta a Ativa Investimentos em relatório.

O governo trabalha com a meta de zerar o déficit neste ano e no próximo — após alterar a meta de 2025, o que não foi favorável para a imagem de responsabilidade fiscal.

Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assegurar que o arcabouço será cumprido, o mercado vê o déficit primário em 0,7% do Produto Interno Bruto neste ano.

Lula se reuniu nesta quarta-feira (3) com ministros da área econômica do governo. Após o encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o presidente mantém seu compromisso com as contas públicas.

“A primeira coisa que o presidente determinou é ‘cumpra-se o arcabouço fiscal’. Não há discussão sobre esse respeito. Em 2024, 2025, 2026, o compromisso nosso é de cumprimento das leis complementares de finanças públicas”, comentou Haddad.

Segundo o chefe da equipe econômica, o governo realiza desde março um estudo entre os ministérios buscando despesas que podem ser cortadas. De acordo com Haddad, foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, cujo corte, segundo o ministro, já foi autorizado pelo presidente.

O economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, apontou em entrevista ao WW de terça-feira (2) que além da questão fiscal, outro imbróglio do cenário doméstico também segue na mira do mercado: a questão monetária.

“Essa transição para o próximo presidente [do BC] é uma espada, de fato, na cabeça. A gente não sabe exatamente quem vai ser a próxima ou o próximo presidente, qual vai ser a visão de política monetária que essa pessoa vai ter na hora de conduzir a taxa de juros, de tomar as decisões”, pontuou Megale.

“Acho que dar uma clareza e maior transparência de como vai ser a gestão da política monetária depois da transição do Roberto Campos e medidas efetivas no sentido de controlar as despesas do lado fiscal, eu acho que é o que vai trazer uma tranquilidade [para o mercado].”

CNN

Continuar Lendo

Economia

Venda de veículos eletrificados cresce 146% no primeiro semestre de 2024

Por

Entre janeiro e junho, comercialização de automóveis registrou cerca de 79 mil vendas, de acordo com relatório da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE)

 

Benefícios para importação de carros elétricos deixaram de vigorar para favorecer indústria local – (crédito: Fotos: Divulgação )

 

O comércio de automóveis movidos a eletricidade segue em crescimento no Brasil. No primeiro semestre de 2024, a venda de veículos leves eletrificados alcançou um total de 79.304 unidades em todo o país. Somente no último mês de junho, foram registrados 14.396 novos emplacamentos, o que representa a terceira melhor marca para um mês de toda a série histórica.

O número maior de vendas na metade inicial do ano indica um crescimento de 146% em relação ao primeiro semestre de 2023, e de 288% na comparação com o mesmo período de 2022. Além dos automóveis totalmente elétricos, também são incluídos na estatística os veículos parcialmente eletrificados – ou híbridos. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e divulgados nesta quarta-feira (3/7).

Com o avanço do número de vendas, a ABVE estima que o Brasil já atingiu a marca de 300 mil veículos comercializados desde o início da série histórica do levantamento, em 2012. Além disso, a previsão da associação para 2023 é que mais de 150 mil automóveis desta categoria sejam vendidos até o fim do ano em todo o território nacional, o que indica um crescimento de cerca de 60%.

No Brasil, ainda predominam os veículos elétricos plug-in, que se consolidaram no mercado nacional e representaram 69% de todas as vendas no primeiro semestre. Dentro desta categoria, estão incluídos os tipos BEV (totalmente elétricos) e PHEV (elétricos híbridos). Na sequência, os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% da parcela total de eletrificados vendidos.

Preocupação para o setor

Mesmo diante de um aumento das vendas, o setor de veículos elétricos está preocupado com o reajuste da tributação dos produtos. Desde a última segunda-feira (1º/7), passou a vigorar uma resolução que aumenta a alíquota para a importação de elétricos importados, de 10% para 18%. Em julho de 2025, sobe para 25%, até atingir 35% no ano seguinte.

“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026. Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”, avalia o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.

Além disso, a associação teme a inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, que é chamado popularmente de “imposto do pecado”. A lei foi estabelecida pela emenda constitucional da reforma tributária, aprovada no ano passado, com o objetivo de sobretaxar bens considerados danosos à saúde e ao meio ambiente.

Na avaliação da ABVE, a inclusão dos veículos eletrificados no IS “não faria sentido”, visto que esse tipo de automóvel emite menos gases de efeito estufa e reduz o nível de ruído nas cidades do país. “Eles são fatores decisivos para melhorar a qualidade de vida e diminuir as mortes associadas à poluição nas grandes cidades”. “Não nos parece cabível que esses veículos venham a ser taxados como se fossem produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, o que absolutamente não é o caso”, conclui o presidente da associação.

 

 Correio Braziliense
Continuar Lendo

Economia

Produção industrial cai 0,9% em maio, diz IBGE

Por

No acumulado do ano, houve avanço de 2,5%

 

Indústria — Foto: Divulgação/Fiep

 

A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio em relação a abril. É o segundo recuo consecutivo, apontando retração de 1,7% no período. Com o resultado, o setor perdeu o ganho acumulado entre fevereiro e março deste ano (1,1%).

No acumulado nos últimos 12 meses, houve crescimento de 1,3%, o que acabou por reduzir a intensidade no ritmo de evolução se comparado ao resultado do mês anterior. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

Os números fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo órgão, que mostrou ainda avanço de 2,5% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Influências

Nessa comparação, entre as atividades, as principais influências positivas na totalidade da indústria foram anotadas por produtos alimentícios (5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,1%), indústrias extrativas (2,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,8%).

O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que, em maio de 2024, a indústria apresentou “predominância de resultados negativos de forma geral”, com recuo na margem e na comparação com maio de 2023.

Houve, ainda, interrupção da trajetória ascendente no índice de média móvel trimestral e perda de intensidade no ritmo de expansão no acumulado do ano e dos 12 meses anteriores.

Nesse mês, a indústria intensificou a queda que já tinha sido registrada no mês anterior, e entre os fatores que explicam esse resultado, estão as chuvas no Rio Grande do Sul, que tiveram um impacto local maior, mas também influenciaram o resultado negativo na indústria do país, informou o texto publicado pelo IBGE.

Conforme a pesquisa, 16 das 25 atividades investigadas tiveram recuo em maio de 2024. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%) foram as duas maiores influências negativas para o resultado geral da indústria em maio.

O gerente afirmou, também, que esses dois setores foram prejudicados pelas enchentes do Rio Grande do Sul. No setor de veículos automotores, a paralisação das plantas industriais locais provocou impactos diretos e indiretos. Por causa do mau tempo, tanto as montadoras de veículos, quanto as fábricas de autopeças pararam com as produções e isso afetou também o abastecimento para a produção de bens finais no restante do país.

“Houve, por exemplo, a concessão de férias coletivas em uma planta industrial em São Paulo como forma de mitigar os efeitos das paralisações ocorridas em unidades produtoras de peças no Rio Grande do Sul”, completou.

Greve

Macedo acrescentou que a paralisação decorrente de greve em outra montadora e a base de comparação elevada também contribuíram para a queda de dois dígitos na atividade. Em abril, o setor de veículos registrou crescimento de 13,8%.

A atividade de produtos alimentícios, que responde por cerca de 15% da produção industrial do país, teve em maio o segundo mês seguido de queda. A perda acumulada no período é de 4,7%.

“A retração no processamento da cana-de-açúcar, por conta da condição climática menos favorável na segunda quinzena de maio, provocou uma queda pontual na produção do açúcar. Já entre os impactos negativos que podem ter a ver com as chuvas no Rio Grande do Sul estão as carnes de aves, de bovinos e de suínos e os derivados da soja, que são produtos que têm grande peso no setor”, explicou.

Outros setores que recuaram e influenciaram o resultado negativo do mês foram os de produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).

Os principais impactos positivos no resultado geral da indústria foram as indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%). De acordo com Macedo, esses segmentos têm grande peso e evitaram uma queda maior no resultado da indústria.

“O crescimento do setor extrativo veio após uma queda no mês anterior, ou seja, tem o efeito de uma base de comparação mais negativa. Também houve aumento na extração dos dois principais produtos, o petróleo e o minério de ferro”, afirmou.

As atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%), produtos têxteis (2,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,5%), produtos de borracha e de material plástico (0,5%), outros equipamentos de transporte (0,2%), móveis (0,2%) e celulose, papel e produtos de papel (0,1%) também tiveram desempenho favorável.

“Ainda na comparação com abril, as quatro grandes categorias econômicas recuaram: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%)”, pontuou o IBGE.

O recuo de 1,0% na comparação de maio de 2024 com maio do ano anterior teve influência dos resultados negativos de duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 43 dos 80 grupos e 50,4% dos 789 produtos pesquisados, finalizou o IBGE.

 

Agência Brasil

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados